O jornalista havia se exilado nos Estados Unidos em 2017, temendo ser preso ap�s criticar o pr�ncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman, conhecido como MBS. Ele tinha 59 anos quando morreu e seus restos mortais nunca foram encontrados.
- "Esquartejado" -
Em 2 de outubro de 2018, Jamal Khashoggi entra no consulado saudita em Istambul, segundo imagens de c�mera de vigil�ncia divulgadas pelo Washington Post, ve�culo com o qual colaborava. Segundo sua noiva, ele havia ido realizar tr�mites administrativos relativos ao casamento.
Em 5 de outubro, o pr�ncipe-herdeiro afirma que Khashoggi realmente entrou no consulado e que saiu logo em seguida.
Uma fonte pr�xima ao governo turco diz no dia seguinte, por�m, que "o jornalista foi assassinado no consulado por uma especialmente enviada a Istambul que partiu no mesmo dia". Riade nega.
O Washington Post afirma no dia 7 que o corpo "provavelmente foi esquartejado e colocado em caixas de madeira antes de ser levado para fora do pa�s de avi�o".
Segundo o New York Times, um dos suspeitos de participar do assassinato pertence ao entorno de MBS e os outros tr�s, aos servi�os de seguran�a vinculados ao pr�ncipe-herdeiro.
- V�rias vers�es -
Em 20 de outubro, Riade admite que o jornalista foi morto no consulado durante uma "briga". O rei Salman pede ao pr�ncipe-herdeiro que reestruture os servi�os de intelig�ncia e quatro oficiais s�o demitidos.
Khashoggi foi v�tima de um "crime", declara no dia seguinte o ministro saudita de Rela��es Exteriores, Adel al Jubeir, citando uma "opera��o n�o autorizada", da qual MBS "n�o foi informado".
No dia 23, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, descreve o ato como "assassinato pol�tico", "planejado" e executado por uma equipe de "15 agentes".
No dia seguinte, MBS reage publicamente pela primeira vez: "� um incidente desprez�vel e totalmente injustific�vel."
Em 2 de novembro, Erdogan acusa "os mais altos escal�es do governo saudita" de encomendarem o assassinato, exceto pelo rei. Seu assessor afirma que o corpo foi desmembrado para ser "dissolvido".
- MBS, "respons�vel" -
No dia 20, Donald Trump descarta que o pr�ncipe possa estar ciente. A CIA "n�o encontrou nada absolutamente certo", afirma.
Mas em 4 de dezembro, senadores republicanos dizem, ap�s serem informados das conclus�es da CIA, que "n�o t�m d�vidas" de que o pr�ncipe ordenou o assassinato.
No dia 13 do mesmo m�s, o Senado dos Estados Unidos adota uma resolu��o que considera Mohamed bin Salman "respons�vel".
Em 19 de junho de 2019, Agn�s Callamard, relatora especial das Na��es Unidas sobre execu��es sum�rias, indica ter evid�ncias suficientes para justificar a abertura de uma investiga��o internacional sobre as responsabilidades de altos l�deres sauditas nesse crime, incluindo o pr�ncipe herdeiro. Para Riade, trata-se de uma alega��o "sem fundamento".
- "Farsa da justi�a" -
Em 7 de setembro de 2020, um tribunal saudita anula, em um veredicto final, as cinco senten�as de morte proferidas no final de 2019 pelo assassinato e condena oito r�us n�o identificados a penas de sete a 20 anos de pris�o.
Callamard descreve a decis�o como uma "farsa da justi�a" e afirma que os "veredictos n�o t�m nenhuma legitimidade legal ou moral".
Por sua vez, a justi�a turca come�ou a julgar em julho de 2020, � revelia, vinte sauditas, dois dos quais eram pr�ximos do pr�ncipe herdeiro: o ex-conselheiro Saud al Qahtani e o ex-n�mero 2 dos servi�os de intelig�ncia, o general Ahmed al Asiri.
- MBS, acusado "validar" o assassinato -
Em 26 de fevereiro de 2021, os Estados Unidos publicam um relat�rio de intelig�ncia acusando o pr�ncipe herdeiro de ter "validado" uma opera��o para "capturar ou matar" Khashoggi. Washington sanciona algumas pessoas pr�ximas a ele, mas n�o pune o l�der.
Riade "rejeita totalmente as conclus�es falsas e preconceituosas" do relat�rio.
- Suspeito preso -
No dia 7 de dezembro, um homem, suspeito de pertencer ao comando, � preso no aeroporto parisiense de Roissy Charles de Gaulle, na Fran�a, tr�s dias ap�s a visita do presidente franc�s, Emmanuel Macron, � Ar�bia Saudita.
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PARIS
Cronologia do assassinato de Khashoggi, uma crise global
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