"Os dados preliminares da �frica do Sul sugerem um risco maior de reinfec��o pela �micron, mas s�o necess�rios mais dados para tirar conclus�es mais s�lidas", declarou com prud�ncia Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante encontro com a imprensa em Genebra.
"Tamb�m h� ind�cios que sugerem que a �micron provoca sintomas menos graves do que a delta [a variante mais dominante atualmente], mas ainda � cedo demais para termos certeza", acrescentou.
Os laborat�rios Pfizer e BioNTech, por sua vez, insistiram na efic�cia de sua vacina atual contra a variante �micron.
Estes an�ncios foram antecedidos pelos dos cientistas de alto n�vel da ONU e da Casa Branca, que apontam a que as vacinas anticovid existentes a priori continuam sendo pertinentes contra a �micron, cuja descoberta recente na �frica do Sul gerou uma onda de p�nico.
A virologista americana Angela Rasmussen considerou que os primeiros dados publicados pela Pfizer e outros estudos independentes s�o "pelo menos animadores".
"Uma terceira dose reduzir� o risco de infec��o em pessoas vacinadas", declarou � AFP.
Mesmo assim, pediu prud�ncia, destacando que os n�veis de anticorpos - o �nico que foi medido at� o momento - n�o constituem a �nica forma de fazer frente � doen�a.
- D�vidas sobre a efic�cia -
Os primeiros resultados, muito parciais, de um estudo n�o geraram muito otimismo.
Segundo o Africa Health Research Institute (AHRI), organismo sul-africano que patrocinou um dos primeiros estudos sobre a resist�ncia da �micron �s vacinas, esta variante "escapa em parte � imunidade dada pela vacina da Pfizer".
Michael Ryan, encarregado de emerg�ncias da OMS, destacou que os estudos desta variante ainda s�o incipientes.
A �micron foi detectada em 24 de novembro pelas autoridades sul-africanas e, desde ent�o, sua presen�a foi confirmada em dezenas de pa�ses, seis deles nas Am�ricas.
De acordo com a Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas), a variante foi detectada na Argentina, Brasil, Canad�, Chile, M�xico e Estados Unidos e � "quest�o de tempo" at� que apare�a em outros pa�ses da regi�o.
"O padr�o geral que estamos vendo at� agora n�o mostra um aumento da gravidade. De fato, em alguns locais do sul da �frica, s�o registrados sintomas mais leves", disse Ryan.
Anthony Fauci, conselheiro cient�fico da Casa Branca, expressou opini�o semelhante � AFP, embora tenha apontado que a �micron � "claramente muito transmiss�vel", provavelmente mais do que a delta.
Pfizer e BioNTech advertiram que "provavelmente (a nova variante) n�o seja suficientemente neutralizada depois de duas doses".
Mas, "a vacina continua sendo eficaz contra o coronav�rus, inclusive a variante �micron, se forem administradas tr�s doses", destacaram, baseando-se em estudos n�o publicados.
Contudo, os dois laborat�rios informaram que v�o continuar trabalhando na "prepara��o de uma vacina espec�fica" contra a �micron, com a esperan�a de que "esteja dispon�vel em mar�o, se for necess�ria uma adapta��o".
- ONU contra a vacina��o obrigat�ria -
De qualquer forma, a vacina��o obrigat�ria n�o � aceit�vel em nenhuma hip�tese, alertou nesta quarta-feira a Alta Comiss�ria da ONU para os Direitos Humanos.
"Em nenhuma circunst�ncia as pessoas t�m que ser vacinadas � for�a", declarou Michelle Bachelet em mensagem de v�deo.
A quest�o est� sobre a mesa nos pa�ses europeus, em meio a uma quinta onda provocada pela variante delta.
Frente ao n�mero de casos na Europa, a OMS recomendou proteger melhor as crian�as, atualmente a faixa mais afetada, e deixar a vacina��o obrigat�ria como "�ltimo recurso".
No Reino Unido, o primeiro-ministro, Boris Johnson, anunciou um endurecimento das restri��es, com o teletrabalho generalizado a partir da segunda-feira e a obriga��o de apresenta��o do passaporte sanit�rio em alguns locais.
O ressurgimento da pandemia afetou o futebol ingl�s, aumentando o temor de novas interrup��es nas competi��es europeias.
O Tottenham, com oito jogadores e cinco t�cnicos infectados, anunciou o adiamento de uma partida da Liga Europa contra o franc�s Rennes e o Leicester viaja a N�poles pela mesma competi��o sem sete jogadores, alguns com covid-19.
A Noruega tamb�m anunciou medidas, como a limita��o, a partir da quinta-feira, do n�mero de pessoas em reuni�es.
O governo dinamarqu�s decidiu, por sua vez, prolongar o recesso escolar de Natal em quatro dias e imp�s a generaliza��o do teletrabalho desde que seja poss�vel a partir de 10 de dezembro. Al�m disso, os bares e restaurantes dever�o fechar � meia-noite.
Na �ustria, enquanto isso, o c�lebre baile da �pera, previsto para 24 de fevereiro em Viena, foi cancelado pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia.
GENEBRA