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Estado de Minas MANILA

Maria Ressa, pilar da liberdade de imprensa nas Filipinas


10/12/2021 14:48 - atualizado 10/12/2021 14:50

A jornalista filipina Maria Ressa, vencedora do pr�mio Nobel da Paz, � um um s�mbolo da liberdade de imprensa e contra os dirigentes autorit�rios depois de ter sido condenada por sua publica��es.

"Se tornou incrivelmente mais dif�cil e muito mais perigoso para cada um de n�s", afirmou Ressa aos jornalistas na quarta-feira ao desembarcar em Oslo, onde recebeu nesta sexta-feira o Nobel vencido de maneira dividida com o russo Dmitri Muratov.

"Hoje, mais do que nunca, devemos proteger nossos direitos, caso contr�rio vamos perd�-los", acrescentou.

O j�ri do Pr�mio Nobel da Paz decidiu em outubro premiar Ressa e Muratov pela "salvaguarda a liberdade de express�o".

Este reconhecimento mostra que "nada � poss�vel sem fatos", reagiu em outubro Ressa, pedra no sapato do presidente filipino Rodrigo Duterte por suas den�ncias sobre a violenta guerra �s drogas iniciada durante seu mandato.

"Um mundo sem fatos significa um mundo sem verdade e sem confian�a", afirmou Ressa em uma entrevista exibida pelo portal Rappler, que ela cofundou em 2012.

Ao receber seu pr�mio nesta sexta-feira, denunciou as gigantes de tecnologia americanas por, segundo ela, espalharem "uma lama t�xica" nas redes sociais.

Com seu "poder quase divino, permitiram que o v�rus da mentira contagie todos n�s, nos colocando uns contra os outros (...), preparando o terreno para a chegada de l�deres autorit�iros e de ditadores", afirmou.

A jornalista, que em abril recebeu o Pr�mio Mundial da Liberdade de Imprensa da Unesco, afirmou que "� o melhor momento para ser jornalista: os momentos mais perigosos s�o tamb�m os momentos mais importantes".

Suas posi��es cr�ticas provocaram duas deten��es, acusa��es de difama��o ou fraude fiscal, assim como uma s�rie de amea�as virtuais.

Atualmente em liberdade condicional, enquanto aguarda o julgamento de um recurso por uma condena��o pr�via por difama��o, Ressa teve que pedir permiss�o a quatro tribunais para poder viajar a Oslo para receber o pr�mio.

Os defensores da liberdade de imprensa acusam o governo de Duterte de estar por tr�s dos processos, o que ele nega.

Recentemente, o presidente filipino, que encerrar� seu mandato no pr�ximo ano, acusou o portal Rappler de ser um "site de not�cias falsas".

Apesar de todas as press�es recebidas, Ressa, 58 anos, continua trabalhando nas Filipinas e a publicar cr�ticas ao governo. No �ltimo processo at� agora, um tribunal rejeitou em agosto a �ltima acusa��o de difama��o contra ela.

- "Luz brilhante" -

"N�o h� luz mais brilhante" que o Nobel da Paz para os jornalistas, disse Ressa � AFP.

"� para todos os jornalistas do mundo. Na �ltima d�cada, vimos o retrocesso da qualidade do jornalismo, da seguran�a dos jornalistas e da qualidade das democracias", afirmou.

As amea�as na Internet come�aram poucos meses ap�s a posse de Duterte como presidente em 2016 e o in�cio de sua "guerra �s drogas", que causou milhares de mortes e agora est� sendo investigada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

Ressa calculou que, ao final de 2016, recebia mais de 90 mensagens agressivas por hora nas redes.

O Rappler � um dos meios de comunica��o que publicaram imagens chocantes das execu��es e que questionaram os princ�pios jur�dicos da pol�mica ofensiva contra o narcotr�fico.

A pol�cia filipina prendeu Ressa pela primeira vez em fevereiro de 2019 em um caso de difama��o. Dois meses depois, seu portal foi acusado de violar a lei que pro�be propriet�rios estrangeiros para meios de comunica��o.

A jornalista foi citada na lista de personalidades do ano elaborada pela revista americana Time em 2018, antes que as deten��es chamassem a aten��o internacional para seu nome.

Antes de dirigir uma reda��o, Ressa trabalhou em �reas de conflito.

"Comecei como rep�rter em 1986 e trabalhei em muitos pa�ses. Atiraram em mim, me amea�aram, mas nunca experimentei uma morte t�o lenta", ela reagiu, ap�s sua primeira condena��o por difama��o em 2020.

Diretora da reda��o da CNN em Manila e depois em Jacarta, Maria Ressa se especializou em terrorismo, investigando liga��es entre redes globais da Al-Qaeda e ativistas do sudeste asi�tico.

Formada em Princeton, com nacionalidades filipina e americana, Ressa retornou �s Filipinas para comandar o servi�o de not�cias da maior emissora do pa�s, a ABS-CBN.

Em 2012, criou o Rappler com a ambi��o de oferecer ao p�blico uma vis�o corajosa da atualidade filipina com reportagens multim�dia e o uso das redes sociais.


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