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Estado de Minas SANTIAGO

Chile aposta no esquerdista Boric para liderar a mudan�a social


20/12/2021 06:03

Com a elei��o do esquerdista Gabriel Boric, de 35 anos, com 11 pontos de vantagem para o advers�rio de extrema-direita, o Chile apostou no domingo em mudar de modelo para um Estado de bem-estar e assegurar o avan�o da nova Constitui��o que est� sendo redigida.

"Nosso projeto significa avan�ar em mais democracia e (...) defender e cuidar do processo da Constituinte, motivo de orgulho mundial", afirmou Boric, deputado e ex-l�der estudantil, que com a idade m�nima para disputar a presid�ncia ser� o chefe de Estado mais jovem na hist�ria do pa�s.

Com 55,8% dos votos, Boric derrotou no segundo turno o advogado de extrema-direita Jos� Antonio Kast (44,1%), de 55 anos, que admitiu a derrota e se ofereceu para "ser uma colabora��o para a p�tria" durante p governo do rival.

Boric chegou � presid�ncia como candidato da coaliz�o Aprovo Dignidade, formada pela Frente Ampla e o Partido Comunista.

- Processo constituinte -

"Cuidemos todos deste processo para ter uma Carta Magna que seja de encontro e n�o de divis�o como a que eles impuseram com sangue e fogo por meio de um plebiscito fraudulento em 1980 e que nos custou tanto para mudar", afirmou o presidente eleito diante de milhares de simpatizantes no centro de Santiago ao comentar a Constitui��o elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A futura Constitui��o substituir� a vigente, que sustenta o modelo neoliberal que gerou crescimento econ�mico, mas que foi muito criticada durante os protestos de outubro de 2019 como a origem da desigualdade no pa�s.

Claudia Heiss, professora de Ci�ncias Pol�ticas da Universidade do Chile, declarou � AFP que durante as tr�s d�cadas de democracia "muitos elementos da ditadura foram mantidos".

"Hoje, com o processo constituinte � poss�vel modific�-los e acredito que Boric encarna esse ideal de mudan�a", disse Heiss, para quem a candidatura de Kast - admirador declarado de Pinochet - "colocava em perigo o processo constituinte".

"Nos d� a garantia de que a nova Constitui��o ser� realmente feita e isso � fundamental", afirmou � AFP, sem conter as l�grimas, Jennie Enr�quez, de 45 anos e funcion�ria de uma farm�cia de Santiago, durante a comemora��o da vit�ria de Boric.

- A juventude determinante -

"� interessante que o governo seja liderado por algu�m que tem o compromisso com o sucesso do processo constituinte", disse Marcelo Mella, professor da Universidade de Santiago do Chile, que tamb�m reconheceu a capacidade de Boric de conquistar o voto de uma juventude habituada � absten��o por falta de refer�ncias pol�ticas.

Os jovens sa�ram �s ruas de Santiago e de boa parte do pa�s para celebrar o triunfo do candidato de esquerda.

"Boric tem uma capacidade de agrupar muitos grupos diferentes, diversidades sexuais, grupos que n�o pensam igual, esquerda, centro-esquerda, centro. Boric tem a capacidade de agrupar todas estas diferen�as", disse � AFP o estudante Pedro Carballeda, de 19 anos.

"H� toda uma gera��o de pessoas que votaram esporadicamente ou n�o votaram e hoje est�o se incorporando ao processo pol�tico no Chile, o que do ponto de vista do compromisso c�vico cidad�o � bom para este pa�s que precisa fortalecer a democracia", declarou Mella.

O segundo turno chileno teve uma taxa de participa��o de 55%, o maior �ndice desde 2012. Heiss considera que Boric "conseguiu mobilizar o segmento que � mais dif�cil de mobilizar, que � o segmento dos jovens".

- Desafios do futuro -

Apesar da alegria e das promessas de campanha, como a mudan�a para um Estado de bem-estar, pens�es p�blicas garantidas, sa�de e educa��o universal e de qualidade, al�m de respeito aos direitos humanos, como declarou em seu discurso de vit�ria, os analistas concordam que o governo de Boric - que assumir� o poder em 11 de mar�o de 2022 - ter� dificuldades.

"Em um governo que promete ser transformador como o dele, o principal desafio � estar � altura das expectativas e n�o ser� f�cil", disse Heiss, antes de recordar que, com um Congresso dividido quase igualmente entre esquerda e direita, ser� complicado aprovar reformas sociais.

"Vai ser muito dif�cil explicar isso para a popula��o", afirmou.

O presidente eleito reconheceu as dificuldades no discurso de vit�ria: "Os tempos que vir�o n�o ser�o f�ceis. Deveremos que enfrentar as consequ�ncias sociais, econ�micas e de sa�de da pior pandemia que nosso pa�s viveu em mais de um s�culo", disse Boric.


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