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Estado de Minas JOHANNESBURGO

Apartheid, quase meio s�culo de segrega��o racial na �frica do Sul


26/12/2021 12:07 - atualizado 26/12/2021 12:13

O apartheid, sistema contra o qual o incans�vel arcebispo Desmond Tutu, a consci�ncia moral da �frica do Sul, que faleceu neste domingo aos 90 anos, foi um regime pol�tico de segregacionismo racial que durou quase meio s�culo e terminou em 1991.

- Separa��o racial -

Ignorando a maioria negra, a �frica do Sul contempor�nea nasceu "entre brancos" em 1910, resultado da uni�o dos colonos brit�nicos e dos "afrikaners", ou b�eres, de origem holandesa

O apartheid, ou "desenvolvimento separado das ra�as" em afrikaner, sistematizou, a partir de 1948, a segrega��o praticada desde o s�culo XVII pelos primeiros colonos holandeses.

Instaurado pelo Partido Nacional (PN), que dominou a vida pol�tica do pa�s de 1948 a 1994, este sistema se apoiava em tr�s pilares: a lei sobre a classifica��o da popula��o; a lei da habita��o separada; e a lei sobre a terra.

Os habitantes eram classificados, desde seu nascimento, em quatro categorias: brancos, negros, mesti�os e indianos.

Na vida cotidiana, havia placas para reservar �nibus, restaurantes, bilheterias e at� praias para a popula��o branca. Os casamentos mistos e as rela��es sexuais inter-raciais eram proibidas. Os negros tinham acesso � educa��o e � sa�de de menor qualidade.

Quase todo territ�rio (87%) era reservado aos brancos. Cerca de 3,5 milh�es de pessoas foram expulsas � for�a, e os negros, relegados �s "townships", cidades-dormit�rio, e "bantoustans", reservas �tnicas.

At� 1986, os negros eram obrigados a viajar com uma carteira de identidade que informava para onde tinham permiss�o de ir, arriscando-se, em caso contr�rio, � pris�o, ou a pagar multas.

- Resist�ncia -

O estabelecimento do apartheid provocou resist�ncia. O partido Congresso Nacional Africano (CNA) primeiro adotou m�todos n�o violentos, como greves, boicotes e campanhas de desobedi�ncia civil.

Em 1960, a pol�cia abriu fogo contra manifestantes em Sharpeville e matou 69 negros. O CNA e o Partido Comunista foram proibidos, e o governo estabeleceu o estado de emerg�ncia.

Nascido na clandestinidade, o CNA optou pela luta armada. Em 1964, seu ent�o l�der, Nelson Mandela, foi condenado � pris�o perp�tua por sabotagem. Em 1977, o fundador do Movimento da Consci�ncia Negra, Steve Biko, morreu na pris�o, depois de ser espancado pela pol�cia. Tornou-se um s�mbolo mundial da luta contra o Apartheid.

As san��es internacionais contra a �frica do Sul foram se acumulando: exclus�o dos Jogos Ol�mpicos, expuls�o dos �rg�os da ONU, embargo sobre armas. V�rias estrelas mundiais se posicionaram contra o regime em um grande show no est�dio de Wembley (Londres) em 1990.

- As primeiras elei��es livres -

Em fevereiro de 1990, o presidente Frederik de Klerk, que estava h� cinco meses no poder, surpreendeu a todos ao legalizar a oposi��o negra. Nelson Mandela foi libertado em 11 de fevereiro, depois de passar 27 anos na pris�o. Um ano e meio depois, o apartheid foi abolido.

A transi��o democr�tica foi trabalhosa. O processo foi interrompido por pessoas contr�rias a mudan�as dentro dos servi�os de seguran�a brancos e pela sangrenta rivalidade entre os militantes do CNA e do partido zulu Inkhata (IFP).

A press�o tamb�m foi exercida pelos extremistas brancos (especialmente do Movimento da Resist�ncia Afrikaner) e negros (os africanistas do Ex�rcito de Liberta��o do Povo de Az�nia), que cometeram atentados.

Em abril de 1993, o pa�s se aproximou de uma guerra civil, quando um ativista da extrema-direita branca assassinou Chris Hani, secret�rio-geral do Partido Comunista, aliado do CNA.

Em abril de 1994, a �frica do Sul organizou as primeiras elei��es multirraciais e virou a p�gina do apartheid.

"Finalmente livres", afirmou Nelson Mandela quando foi eleito presidente.


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