O leil�o visa a atribui��o de 400.000 toneladas de l�tio met�lico ou 2.129.200 toneladas de Equivalente de Carbonato de L�tio (LME), unidade de refer�ncia do setor, divididas em cinco cotas, com um prazo de sete anos para a realiza��o da explora��o geol�gica, os estudos e o desenvolvimento do projeto.
O contrato prev� mais 20 anos para a explora��o desse metal leve, considerado fundamental para o desenvolvimento de ve�culos el�tricos.
"Temos duas op��es: ou deixamos o l�tio no subsolo ou usamos o l�tio em benef�cio de todos os chilenos", declarou o presidente Pi�era � imprensa nesta sexta-feira (7) para justificar o processo de licita��o lan�ado em outubro.
"Depois de ver que a produ��o de l�tio no Chile estava estagnada (...) e que pa�ses como Argentina e Bol�via amea�avam ultrapassar o Chile, decidimos lan�ar um plano estrat�gico de uso de l�tio", acrescentou o presidente.
Segundo o Minist�rio de Minas, at� 2016 o Chile era o maior produtor mundial de l�tio, com 37% do mercado, mas hoje ocupa o segundo lugar - atr�s da Austr�lia - com 32%. Se o pa�s n�o aumentar sua produ��o, at� 2030 sua participa��o cair� para 17%.
Devido ao seu uso na fabrica��o de baterias para carros el�tricos e eletr�nicos, a demanda global por l�tio deve crescer 21% em 2030, de acordo com um �ltimo relat�rio da Comiss�o Chilena do Cobre (Cochilco), �rg�o t�cnico estatal chileno.
"Este aumento assenta no maior consumo projetado de baterias de i�o de l�tio no setor automobil�stico. Prevemos que o segmento de ve�culos el�ctricos passe de representar 41% do consumo agregado de l�tio em 2020 para 73% em 2030", explicou a Cochilco em um relat�rio apresentado esta semana.
Em fun��o da eletromobilidade e da demanda da China, o pre�o do cobre - do qual o Chile � seu principal produtor mundial, com mais de 25% da oferta global - atingiu pre�os recordes em 2021.
- "Empresa Nacional de L�tio" -
"O que o governo do presidente Pi�era est� fazendo � colocar em risco o interesse geral da Na��o", disse � imprensa Ra�l Soto, deputado de oposi��o do Partido para a Democracia (PPD), depois de apresentar um recurso de prote��o para interromper o processo, que foi rejeitado nesta sexta-feira -por estava fora do prazo- pelo Tribunal de Apela��es de Santiago.
Nas redes sociais, foi convocada uma manifesta��o nacional para esta sexta-feira, sob o lema "Recuperar os nossos recursos".
Para o presidente eleito, Gabriel Boric, que assume em 11 de mar�o, o Chile n�o pode mais cometer o "erro hist�rico de privatizar recursos" como o l�tio, como j� havia feito com o cobre, que foi finalmente nacionalizado em 1971 pelo governo da socialista Salvador Allende (1970-1973).
Gra�as a essa a��o, a estatal Corpora��o Nacional do Cobre (Codelco) � a maior produtora mundial do metal, cuja ind�stria no Chile hoje envolve tamb�m as principais mineradoras privadas, que juntas produzem pouco mais de 25% da oferta mundial.
Em seu programa, Boric, que venceu a elei��o no segundo turno com 55,8% dos votos, prop�e a cria��o de uma "Empresa Nacional de L�tio" para desenvolver uma nova ind�stria nacional, com lideran�a comunit�ria e agregando valor � produ��o.
"O que gostar�amos � que esse processo parasse por muito tempo", disse Willy Kracht, coordenador da equipe de Minas de Boric, que se reuniu na quarta-feira com o ministro Jobet, junto com a gerente de campanha do presidente eleito, a m�dica Izkia Siches.
No entanto, Kracht reconheceu que as regras n�o s�o pass�veis de modifica��o, mas que procurar�o estabelecer uma "mesa de trabalho" para incorporar algumas condi��es nos contratos de licita��o, cuja adjudica��o deve ser conhecida em 14 de janeiro.
- Cinco empresas na disputa -
Cinco empresas, incluindo as maiores operadoras de l�tio do mundo, a chilena Sociedad Qu�mica y Minera de Chile (SQM), que extrai 17% desse metal no mundo, e a americana Albemarle, que produz 19%, apresentaram propostas econ�micas para esta licita��o de at� 61 milh�es de d�lares para uma das cinco cotas.
A licita��o n�o estabelece o local de explora��o. De acordo com o governo, corresponde a apenas 4% das reservas provadas do Chile e, ap�s o resultado da licita��o, os projetos devem estar sujeitos a todas as normas ambientais vigentes.
SANTIAGO