Galhos secos alimentam as fogueiras espalhadas ao longo da rua principal desta cidade de 600 habitantes, cem quil�metros a oeste de Madrid.
Um ap�s o outro, os cavalos aparecem e pisoteiam os galhos incandescentes das fogueiras, sem diminuir a velocidade.
Os cascos fazem voar fa�scas entre os aplausos de centenas de espectadores nas cal�adas, hipnotizados por um espet�culo que mergulha a cidade em uma atmosfera m�stica e medieval.
Chamada Las Luminarias, essa tradi��o remonta ao s�culo XVIII, quando uma epidemia dizimou a popula��o equina.
"Quando um animal morria de infec��o, literalmente queimava", e como "a epidemia desapareceu, acreditava-se que a fuma�a protegia os animais", explica Leticia Mart�n, fisioterapeuta de 29 anos, amazona da "Fiel".
- Chamas purificadoras -
"Estes inc�ndios que purificam todas as doen�as dos animais s�o celebrados na v�spera de San Ant�n Abad", o santo padroeiro dos animais, detalha Ant�n Erkoreka, diretor do Museu Basco de Hist�ria da Medicina, que lembra que em toda a Espanha s�o celebradas missas para aben�oar os animais.
Em outras cidades tamb�m se acendem fogueiras, mas em datas diferentes e sem cavalos, para relembrar as epidemias e a peste.
Agora, quando a epidemia de coronav�rus completa dois anos, essa tradi��o se torna mais simb�lica. Mas a comemora��o n�o tem nada a ver com a covid-19, lembra Emmanuel Mart�n, de 26 anos.
� para aben�oar os animais e para que fiquem "limpos o ano todo: a fuma�a dos galhos verdes vem purific�-los", detalha.
Muito criticada pelos defensores dos animais, esta tradi��o "n�o faz mal ao cavalo nem ao cavaleiro", garante Mart�n.
Ap�s um hiato de pandemia no ano passado, os cavalos "purificados" est�o de volta aos est�bulos.
"Nesta cidade, n�o houve nenhum caso de covid antes de dezembro de 2021", quando a �micron chegou.
"N�s rimos: 'Isso � porque n�o fizemos as Luminarias em janeiro de 2021'", diz Leticia Mart�n.
SAN BARTOLOME DE PINARES