"Os danos est�o dentro do Parque Nacional Cayambe-Coca", disse o Minist�rio do Meio Ambiente nesta segunda-feira (31) em um primeiro relat�rio sobre o impacto da emerg�ncia.
Com 403 mil hectares, o parque abriga uma grande variedade de fauna e � uma importante reserva h�drica.
A reserva, criada em 1970, est� localizada no nordeste do Equador e se estende pelas prov�ncias andinas de Pichincha (cuja capital � Quito) e Imbabura, al�m das prov�ncias amaz�nicas de Sucumb�os e Napo. As duas �ltimas concentram 75% da �rea protegida.
De acordo com o minist�rio, em princ�pio h� dois hectares afetados pelo derramamento de �leo, que tamb�m atingiu o rio Coca, um dos principais da Amaz�nia e que abastece as aldeias ind�genas.
A OCP Ecuador, empresa respons�vel pelo oleoduto, reconheceu nesta segunda que "pequenos vest�gios (de petr�leo) chegaram aos cursos de �gua".
Ressaltou que j� "come�ou a fornecer �gua pot�vel" a v�rias comunidades da zona afetada, como Toyuca, Sardinas e Guayusa, e que nas pr�ximas horas levar� comida e cuidados m�dicos.
"Estamos em processo de remediar o solo afetado e tamb�m a vegeta��o, bem como aqueles pequenos vest�gios que ficaram no curso d'�gua", disse o presidente da OCP, Jorge Vugdelija, em v�deos � imprensa.
- "De magnitude" -
Nem o governo do Equador nem a empresa quantificaram o vazamento, o segundo envolvendo ecossistemas da Am�rica do Sul nos �ltimos 15 dias, ap�s um derramamento na costa central do Peru, descrito por Lima como um "desastre ecol�gico".
Tamb�m n�o forneceram um n�mero de pessoas afetadas. O Minist�rio do Meio Ambiente apenas apontou que se trata de um derramamento de "magnitude".
A emerg�ncia ambiental ocorreu em decorr�ncia do rompimento do Oleoduto de Petr�leo Pesado (OCP), que transporta cerca de 160 mil barris por dia (bd).
Sua capacidade m�xima � de 450 mil bd. O mau tempo na regi�o lan�ou grandes pedras que ca�ram no tubo em um local chamado Piedra Fina, a 80 km de Quito, entre Napo e Sucumb�os.
"Constru�mos algumas piscinas para poder conter o petr�leo derramado e diria que fomos bem sucedidos nisso, conseguindo conter a grande maioria do petr�leo que saiu do oleoduto", afirmou Vugdelija.
Segundo a empresa, o �leo recuperado foi transportado em caminh�es-tanque para Lago Agrio (capital de Sucumb�os), onde h� dep�sitos de armazenamento.
"Nossa equipe monitora 210 km do rio Coca e seus afluentes e coordena o desenvolvimento de conten��o e remedia��o onde s�o identificados vest�gios de hidrocarbonetos", disse o minist�rio.
Comit�s de emerg�ncia tamb�m foram ativados nas prov�ncias de Napo e na vizinha Orellana para "garantir �gua pot�vel para o consumo da popula��o".
- �gua inutiliz�vel -
Organiza��es ind�genas e ONGs ambientais denunciaram os danos aos mananciais.
"Exigimos saber o n�mero de barris derramados e qual ser� o processo de entrega de �gua e alimentos para as comunidades. � evidente que a �gua do rio n�o pode ser usada ou consumida", disse a Confedera��o de Povos Ind�genas da Amaz�nia Equatoriana no Twitter.
Em v�deos transmitidos pela OCP, trabalhadores s�o vistos soldando a emenda do oleoduto, que junto ao Sistema Transequatoriano de Oleodutos (SOTE), estatal, conecta po�os amaz�nicos a portos da prov�ncia de Esmeraldas, na fronteira com a Col�mbia.
No setor Piedra Fina, o OCP e o SOTE realizaram obras para mitigar a eros�o do solo causada por um rio em dezembro.
Em maio de 2020, nessa mesma �rea, um colapso destruiu trechos do SOTE, do OCP e de um gasoduto estadual.
Em seguida, um vazamento de cerca de 15 mil barris atingiu tr�s rios amaz�nicos e afetou as popula��es ribeirinhas.
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