'Cidadania, agora!': Migrantes fazem greve e v�o �s ruas pedir reforma migrat�ria nos EUA

Centenas de imigrantes se manifestaram nesta segunda-feira (14) em frente � Casa Branca, em Washington, e em outras cidades dos Estados Unidos, e milhares n�o foram trabalhar em resposta a uma convoca��o no TikTok para reivindicar uma reforma migrat�ria.

Aos gritos de "n�o somos um, n�o somos cem, somos milh�es, conte-nos direito!" e "o que queremos? Cidadania, agora, agora, agora", centenas de imigrantes enfrentaram um frio congelante para dizer ao presidente Joe Biden que "se sentem decepcionados e querem que ele cumpra as promessas da campanha eleitoral", disse � AFP Carlos Eduardo Espina, o influenciador que convocou o protesto na rede social.

"Presidente, acorde, essas pessoas que levaram a frente (o pa�s) durante a covid, que cultivaram a terra e levaram comida para as mesas, as mulheres que cuidaram das crian�as, os idosos, os que trabalharam na limpeza, na lojas, na constru��o, as empregadas dom�sticas" querem ser reconhecidas, declarou no microfone Lenka Mendoza, de origem peruana.

- Os esquecidos -

"S�o her�is que trabalharam durante a pandemia e n�o podemos permitir que continuem esquecidos", acrescentou a mulher, que sabe muito bem o que significa lutar por seus ideais.

No mesmo local, em frente � Casa Branca, h� oito anos, fez uma greve de fome de 18 dias para que o ex-presidente Barack Obama assinasse um programa para ajudar pais sem documentos com filhos americanos, que posteriormente seu sucessor Donald Trump encerrou.

Atualmente, est�o pedindo a Biden um caminho para a cidadania. O presidente prop�s uma reforma para levar cidadania a 11 milh�es de imigrantes indocumentados em um pa�s que n�o tem uma lei desse tipo h� 35 anos, mas suas principais iniciativas est�o paralisadas, sem apoio suficiente no Senado, onde ele se depara com uma oposi��o frontal dos republicanos e de alguns centristas.

A iniciativa "Um Dia Sem Imigrantes" - que conta com o apoio de parlamentares como Alexandria Ocasio-Cortez, de origem porto-riquenha, e Ilhan Omar, ex-refugiada somali e mu�ulmana - mobilizou milhares de pessoas desde que Espina, que tem mais de 2,5 milh�es de seguidores no TikTok, a convocou h� menos de 15 dias.

A data escolhida corresponde ao Dia dos Namorados nos EUA. "� um dos dias de maior gasto no pa�s. Mas se n�o fossem os imigrantes, esse dia t�o comercial n�o seria poss�vel", diz a p�gina do movimento no Facebook.

- "� assim que nos pagam" -

O mexicano Leopoldo L�pez, de 43 anos, foi um dos que decidiu aderir � a��o e fechou sua empresa de mudan�as em Nova York. "N�o estamos roubando aqui, estamos criando empregos. Emprego 12 cidad�os e viajo pelo pa�s onde preciso de m�o de obra e dou trabalho", disse � AFP.

"Trabalhamos batendo de porta em porta para movimentar a vota��o e � assim que nos pagam, com essas injusti�as", queixou-se Anselmo Salazar, referindo-se aos democratas, diante dos manifestantes que gritavam palavras de aprova��o. "Quero te dizer, Joe Biden: se n�o cumprir sua promessa, ficar� sonhando com a reelei��o."

Em 2020, os latinos foram a maior minoria com participa��o nas urnas e, segundo algumas estimativas, votaram em torno de 70% nos democratas e quase 30% nos republicanos, embora os percentuais variem muito entre estados.

Os organizadores do protesto desta segunda-feira pedem a todos os migrantes nos Estados Unidos que liguem e escrevam para os congressistas de seu estado para solicitar que se mobilizem por "uma reforma migrat�ria para todos, que lhes permita trabalhar legalmente e viajar livremente (...) sem risco de deporta��o".

"Aqui n�o temos lados pol�ticos", afirma Espina. "N�o apoiamos mais promessas, mas sim fatos."