Deputados brasileiros aprovam projeto que legaliza jogos de azar

A C�mara dos Deputados brasileira aprovou um projeto que legaliza os jogos de azar no pa�s, uma iniciativa resistida pela poderosa bancada evang�lica e que Jair Bolsonaro prometeu vetar se for definitivamente aprovada.

Por 246 votos a favor e 202 contra, os parlamentares aprovaram na madrugada desta quinta-feira (24) o projeto que autoriza a pr�tica de jogos de cassino, bingo, apostas em corridas de cavalos e online e tamb�m permite o "jogo do bicho", um tradicional jogo de apostas ilegal em que cada n�mero � representado por um animal.

Segundo o texto, apenas um cassino poder� ser instalado em cada estado brasileiro de at� 15 milh�es de habitantes, enquanto nos estados com maior popula��o poder� haver dois e, no caso de S�o Paulo, ser�o permitidos tr�s cassinos.

"Existem muitos jogos no Brasil de forma clandestina. O jogo do bicho que hoje movimenta uma enorme quantidade de milh�es de reais, que poderiam ser arrecadados em impostos para o Brasil (...) Isso existe e ocorre todo dia", disse Augusto Coutinho, deputado federal por Pernambuco e grande apoiador do projeto.

Desde 1946, os jogos de azar s�o considerados ilegais em todo o territ�rio brasileiro e preveem penas que variam de multa a um ano de pris�o para quem os pratica.

O presidente Jair Bolsonaro, contr�rio a proposta, antecipou publicamente que se o texto tamb�m for aprovado pelo Senado, tornando-o lei, aplicar� seu poder de veto.

"Os jogos de azar, na minha opini�o, n�o s�o bem-vindos no Brasil", disse Bolsonaro no m�s passado, em alus�o aos evang�licos que argumentavam que os "mais humildes" poderiam ser afetados pela ludopatia, o v�cio em apostas.

A tramita��o do projeto gerou uma divis�o na base de apoio do presidente brasileiro. O presidente da C�mara, Arthur Lira, aliado de Bolsonaro, � a favor da legaliza��o dos jogos de azar e foi decisivo para dar-lhe prioridade na C�mara. Por outro lado, a poderosa bancada evang�lica, composta por mais de 100 deputados, apresentou a oposi��o mais forte.

"A legaliza��o dos jogos de azar n�o gera empregos, migra empregos. As pessoas deixar�o de ir a cinemas, restaurantes, para se enfurnarem nesses resorts", afirmou S�stenes Cavalcante, l�der da Frente Evang�lica, que sustenta que o projeto pode ser "um desastre" para as fam�lias brasileiras.