
“Ca*****, eu t� desesperado. Muito tenso. Bora correr rapaziada. Eu achei que ia morrer. Agora a gente vai descer para o bunker para sentir, ao menos, um pouco mais protegido”, relatou durante a madrugada de hoje (25/2) David Suleiman Said Abu-Gharbil, natural de Coqueiral, cidade com 9 mil habitantes no Sul de Minas Gerais.
O rapaz tem 30 anos e se mudou para Kiev h� tr�s meses para estudar medicina. Antes de chegar � Ucr�nia, David morou em S�o Paulo. Ele � formado em engenhara el�trica, mas pelas condi��es do Brasil, ele resolveu se aventurar no Leste europeu. O que ele n�o imaginava era viver momentos de terror como nos �ltimos dias.
“Veio um clar�o que clareou a cidade inteira. A gente n�o sabe o que est� acontecendo na rua. Explodiu um avi�o. Caiu um avi�o, que provavelmente foi abatido. Muito perto de n�s. Em um bairro ao lado. O c�u ficou de dia”, afirmou.
O brasileiro mora sozinho, mas est� acompanhado de amigos, pois segundo ele, o medo toma conta de tudo. “Que noite tensa, que passamos aqui. Sabe o que � ficar a madrugada inteira de olho, revezando para prever? Quando resolvemos descansar, caiu uma bomba bem perto da gente, cerca de 2 km. Na hora, pensamos que ia morrer".
Mais tranquilo
No in�cio da tarde de hoje aqui do Brasil, David recorreu novamente �s redes sociais para tranquilizar quem o acompanha. "Estamos no hotel. Presidente do Shakhtar (Donetsk, time de futebol que abriga v�rios brasileiros) fez o convite para ficarmos aqui. Estamos mais protegidos, com mais brasileiros", relatou.
Apesar de estar em um ambiente mais confort�vel, a tens�o continua. "Hoje, provavelmente, na parte da noite ter� um ataque mais forte. Por�m surgiu um discurso que o presidente da R�ssia vai se encontrar em Minsk para tentar uma reuni�o para ver se essa guerra acabe ou n�o", afirma o engenheiro.
O brasileiro contou ainda que est� em contato com o Itamaraty, mas acredita que seja muito dif�cil sair da Ucr�nia porque as fronteiras est�o muito longe de Kiev. “Muito dif�cil, s�o mais de 800 km at� a Pol�nia. O jeito � esperar que tudo se acalme e o pior n�o aconte�a”.
"Tudo vai passar", finaliza, com otimismo.