
Em plena invas�o de seu pa�s, quando as primeiras for�as russas precisaram de menos de 48 horas para se infiltrar na capital, o historiador de 35 anos n�o hesitou.
Leia: Por que a R�ssia invadiu a Ucr�nia?
Leia: Soldado russo faz selfie enquanto m�sseis s�o disparados na Ucr�nia; veja
Leia: Saiba quem � quem no conflito envolvendo R�ssia e Ucr�nia
Dezenas de homens de seu bairro o acompanharam para receber um fuzil Kalashnikov em um ponto de distribui��o, um caminh�o militar cheio de caixas de armas, explica.
Atualmente, basta ter entre 18 e 60 anos e ter passaporte para servir. Nenhum treinamento � necess�rio.
"Eles nos deram armas em um escrit�rio de alistamento militar. Agora, a situa��o � tal que n�o podemos esperar pela convoca��o", explica outro volunt�rio, Volodimir Moguila.
O eletricista, j� com certa idade e o rifle balan�ando no casaco, rola um pneu velho pela beira de uma estrada para refor�ar uma barricada improvisada ao lado de um tanque ucraniano.
- "Bra�adeira amarela" -
Vestindo jeans, roupas esportivas, t�nis ou uniformes, os volunt�rios civis da "defesa territorial" s�o agora onipresentes na capital, ainda mais vis�veis do que os militares regulares.
Para se reconhecerem, eles usam uma pequena bra�adeira amarela, �s vezes apenas uma fita adesiva, em volta do bra�o esquerdo.
Em uma cidade praticamente fantasma, seu constante ir e vir � �bvio. O cerco do inimigo se aproxima perigosamente sobre a capital e todos se preparam para um combate sangrento.
Mas, por enquanto, os russos, embora muito presentes nos arredores, s� foram vistos em alguns primeiros combates furtivos no bairro de Obolon, nesta sexta-feira, no norte de Kiev.
Os volunt�rios civis deste distrito encontraram-se, para seu azar, na linha de frente. Seu quartel-general est� localizado a poucos metros do local onde um comando de tr�s ve�culos blindados supostamente russos espalhou o medo, abrindo fogo contra um civil e esmagando um carro.
A v�tima ensanguentada ainda est� deitada no ch�o.
- Poucas esperan�as -
Mas os novos recrutas n�o prestam mais aten��o no cad�ver: eles est�o ocupados recebendo um treinamento militar rudimentar e improvisado no estacionamento adjacente.
"Temos um inimigo muito poderoso � nossa frente", justifica o seu comandante, com o nome de guerra "Bob", um engenheiro inform�tico de 51 anos com um olhar azul penetrante, portando um fuzil de assalto nas m�os.
Este armamento "n�o � suficiente para deter os helic�pteros, nem para lidar com tanques", lamenta, pedindo � comunidade internacional que forne�a armas ao seu pa�s.
"Temos que parar Moscou, temos que parar o inimigo", insiste.
O volunt�rio Roman Bondertsev, que decidiu lutar "para n�o ficar parado em casa" enquanto a R�ssia invadia seu pa�s, diz estar pronto para defender sua cidade metro a metro, seja qual for o cen�rio. Mas ele tamb�m n�o tem muitas esperan�as.
"Eu nunca segurei uma arma em minhas m�os at� hoje. O que voc� quer? Vamos tentar o nosso melhor", ele afirma, o semblante claramente abatido.
"E se eles me matarem, haver� outros dois prontos para tomar o meu lugar", ele promete.