
No banco dos r�us do cen�rio internacional, a R�ssia defendeu nesta segunda-feira (28/2), na Assembleia Geral da ONU, a invas�o � Ucr�nia, durante uma reuni�o excepcional de emerg�ncia dos 193 membros da organiza��o, onde houve m�ltiplos chamados pelo fim da guerra na ex-rep�blica sovi�tica.
� cascata de san��es contra interesses econ�micos, pol�ticos e esportivos russos, sucederam-se na tribuna da ONU, em Nova York, chamados pelo fim das hostilidades na Ucr�nia.
Paralelamente � reuni�o, os Estados Unidos deram um novo passo, ao anunciarem a expuls�o de 12 membros da miss�o diplom�tica russa nas Na��es Unidas, acusando-os de espionagem.
"Basta! Os combates devem parar", declarou o secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, na abertura da sess�o, convocada pelos defensores da legalidade internacional ap�s o fracasso de sexta-feira do Conselho de Seguran�a, que n�o conseguiu condenar a invas�o russa.
Representantes de mais de uma centena de pa�ses devem passar pela tribuna at� a pr�xima quarta-feira, quando a Assembleia Geral deve votar uma resolu��o em que "deplora nos termos mais fortes a agress�o da R�ssia � Ucr�nia", ap�s a altera��o do termo "condena", segundo o rascunho do documento, observou a AFP.
O texto, promovido pelos europeus em coordena��o com Kiev e o apoio de mais de 70 pa�ses, � semelhante ao apresentado por Estados Unidos e Alb�nia e rejeitado por um veto russo no Conselho de Seguran�a na sexta-feira. Ele exige a retirada imediata das tropas russas da Ucr�nia e o fim dos combates.
Ap�s mais de oito horas de discursos, a sess�o foi conclu�da e ser� retomada �s 15h GMT desta ter�a-feira.
Leg�tima defesa
Desde o in�cio da invas�o, a R�ssia alega a leg�tima defesa prevista no artigo 51 da Carta das Na��es Unidas. Ap�s mobilizar dezenas de milhares de militares na Ucr�nia e em seus arredores, com tanques, avi�es de combate e navios, Putin evocou neste domingo implicitamente a amea�a nuclear, provocando a indigna��o dos Estados Unidos e da Europa."N�o foi a R�ssia que come�ou esta guerra, estas opera��es militares foram iniciadas pela Ucr�nia, contra os habitantes de Donbas (regi�o separatista no leste do pa�s) e contra todos que n�o concordavam com ela", defendeu o embaixador russo na Assembleia Geral.
Essa vers�o foi contestada pela maioria dos pa�ses que passaram pela tribuna. A embaixadora brit�nica, Barbara Woodward, condenou o que chamou de "guerra injustificada". J� o representante do Brasil, Ronaldo Costa Filho, declarou: "Estamos sob uma r�pida escalada de tens�es que pode colocar toda a humanidade em risco", acrescentando que "ainda temos tempo para parar isso".
"Se a Ucr�nia n�o sobreviver, n�o nos surpreendamos se a democracia falhar", disse o embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya. "Salve as Na��es Unidas, salve a democracia e defenda os valores em que acreditamos", implorou em um discurso grave.
"Nada a ganhar"
O representante chin�s, Zhang Jun, afirmou que "n�o h� nada a ganhar com o come�o de uma nova Guerra Fria", ressaltando que a mentalidade "baseada no confronto de blocos deveria ser abandonada. Deve-se respeitar a soberania e a integridade de todos os pa�ses, bem como o conjunto dos princ�pios da Carta das Na��es Unidas."Iniciada com um minuto de sil�ncio pelas v�timas da guerra, a essa reuni�o se somou outra, do Conselho de Seguran�a, durante a tarde, dedicada � situa��o humanit�ria na Ucr�nia, onde, segundo a ONU, meio milh�o de pessoas j� tiveram que deixar o pa�s por causa da invas�o russa, e 102 j� morreram no conflito.
Fran�a e M�xico promovem nesse f�rum uma nova resolu��o em favor do "fim das hostilidades", da "prote��o dos civis", e que se permita a chegada de ajuda humanit�ria "sem obst�culos".
A R�ssia tamb�m est� na mira da ONU em Genebra, onde um debate urgente no Conselho de Direitos Humanos sobre a invas�o � Ucr�nia deve ocorrer na pr�xima quinta-feira.