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Estado de Minas VALPARA�SO

Gabriel Boric assume presid�ncia do Chile com promessa de uma nova esquerda


11/03/2022 18:34

Gabriel Boric tomou posse como presidente do Chile nesta sexta-feira (11), rodeado por uma maioria de mulheres em seu gabinete, uma mudan�a de comando vis�vel em seu primeiro dia � frente do pa�s, sacudido pelos protestos de 2019.

"Diante do povo e dos povos do Chile, sim, prometo", disse Boric erguendo o punho esquerdo e assinando, depois de um grande suspiro, sua posi��o como a mais alta autoridade do pa�s sul-americano. Contendo a emo��o na voz, o novo presidente chileno expressou um "grande senso de responsabilidade e dever com o povo".

"Faremos o poss�vel para enfrentar os desafios que enfrentamos como pa�s", disse ele em um discurso, na conclus�o da cerim�nia de posse no Congresso de Valpara�so, a 120 km de Santiago.

Rodeado pelas mulheres que ir�o integrar o novo governo chileno, Boric, 36 anos, tornou-se o presidente mais jovem do pa�s, em um dos momentos mais desafiadores desde o fim da ditadura de 17 anos de Augusto Pinochet, em 1990.

"Pensando em minhas av�s, minha m�e, minha filha, filho, enteadas, em milh�es de mulheres que lutaram durante s�culos para quebrar barreiras", publicou no Twitter a ministra de Justi�a e Direitos Humanos, Marcela R�os.

- Sinais e s�mbolos -

O ex-l�der estudantil se emocionou ao receber a faixa presidencial junto ao conservador Sebasti�n Pi�era, empres�rio milion�rio de 72 anos, que encerra seu segundo mandato (2010-2014; 2018-2022) como parte de um ciclo pol�tico que trouxe progresso gra�as a um modelo neoliberal, mas tamb�m uma grande lacuna na desigualdade social que motivou protestos massivos em outubro de 2019.

Das pitorescas colinas de Valpara�so, os vizinhos reclamaram porque queriam ver Boric, que desceu do Ford Galaxie em que fez um passeio formal com sua ministra do Interior, Izkia Siches, tamb�m de 35 anos. O carro foi conduzido pela primeira vez por uma mulher, Carabineros NCO Lorena Cid, parte de sua escolta desde novembro de 2021.

"Da mesma forma, as pessoas desceram das colinas para protestar (por Pi�era). Agora temos um presidente de verdade, Gabriel Boric se torna presidente do Chile como promessa de uma nova esquerda", disse � AFP Ana Mar�a Soto, estudante de 20 anos.

Ap�s a cerim�nia, os ministros prestaram juramento perante o presidente Boric, come�ando por Izkia Siches, m�dica de 35 anos, a primeira mulher a assumir a pasta do Interior.

Como Boric e Izkia, Camila Vallejo e Giorgio Jackson fazem parte da gera��o de estudantes que lideraram os protestos de 2011 pela amplia��o do acesso � educa��o gratuita e de qualidade e expuseram as lacunas sociais deixadas pela jovem democracia chilena.

Eles e os demais 24 ministros, 14 deles mulheres, uniram-se �s delega��es internacionais e convidados especiais em um jantar no Cerro Castillo, em Vi�a del Mar. Ali, a diplomata oriunda da Ilha de P�scoa Manahi Pakarati recebeu como diretora de Protocolo cada convidado: os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou; da Argentina, Alberto Fern�ndez; do Peru, Pedro Castillo; Rei Felipe VI da Espanha; Luis Arce, da Bol�via; e a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, al�m do candidato colombiano Gustavo Petro.

- Esperan�a de bem-estar -

Boric pretende iniciar uma trajet�ria para um Estado de Bem-Estar no estilo da social-democracia europeia, para transformar o Chile do neoliberalismo, onde 1% da popula��o possui 26% da riqueza.

"Este � um governo que chega ao poder em um clima pol�tico muito fragmentado, que n�o tem maioria parlamentar e, portanto, n�o tem a possibilidade de fazer reformas muito radicais no curto prazo", estima Claudia Heiss, acad�mica de Ci�ncia Pol�tica da Universidade do Chile.

O esquerdista assume o cargo em meio a uma crise de credibilidade na pol�tica, um corte de 22,5% nos gastos p�blicos, previs�o de desacelera��o da economia para este ano, grande migra��o irregular e um hist�rico conflito fundi�rio n�o resolvido entre o Estado e o povo mapuche. Seu governo ter� que trabalhar por sa�de, educa��o e aposentadoria, al�m de reduzir a desigualdade social, demandas que surgiram no surto social de outubro de 2019 que abalou o pa�s considerado um dos mais est�veis da regi�o.

Outro desafio ser� angariar apoio para o processo constitucional, que este ano deve convocar um plebiscito para aprovar, ou rejeitar, uma nova Constitui��o que substitua a atual Carta Magna, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).


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