Davtian comprou uma passagem de avi�o para a Ucr�nia deixando para tr�s seu emprego e uma vida segura e tranquila no Canad� para se arriscar contra as tropas russas.
O homem de 37 anos diz que considera uma decis�o �bvia deixar sua vida atual, em vez de ficar de bra�os cruzados enquanto as bombas russas caem sobre a Ucr�nia, onde sua fam�lia ainda mora.
"N�o � certo que a R�ssia esteja fazendo isso, e n�o � certo que outros pa�ses estejam esperando (� margem) assistindo" a invas�o, disse ele � AFP antes de seu voo decolar do aeroporto de Winnipeg.
Nascido na Arm�nia, Davtian passou sua inf�ncia na Ucr�nia at� imigrar para o Canad� h� 14 anos.
Quando a R�ssia invadiu a Ucr�nia em 24 de fevereiro, ele deixou seu emprego na ind�stria do petr�leo e come�ou a fazer planos para ajudar seus ex-compatriotas.
Ele diz que s� viu uma guerra pela televis�o durante sua juventude. "E, de repente, voc� acorda e v� foguetes destruindo pr�dios e matando seus vizinhos e fam�lias", diz ele, com a voz embargada.
Ele sabe que � dif�cil para a maioria imaginar algo assim, principalmente no Canad�, a quase 8 mil quil�metros do conflito.
- 'Nunca fiz isso antes' -
"Eu nunca fiz isso antes", ele admite, referindo-se ao combate armado.
Depois de alguns voos de conex�o, Davtian espera chegar � capital da Pol�nia, Vars�via, e de l� cruzar a fronteira para a Ucr�nia.
Ele carrega suprimentos e doa��es coletadas por membros da di�spora ucraniana local - que soma cerca de 1,4 milh�o no Canad� - incluindo suprimentos m�dicos, drones, baterias e itens para beb�s.
Davtian tamb�m tem um cachecol nas cores da Ucr�nia, uma esp�cie de amuleto de boa sorte dado por sua amiga Liudmyla Artemchuk. "Ela me pediu para traz�-lo de volta", destacou.
Artemchuk soube apenas um dia antes da morte de um amigo de inf�ncia em um bombardeio russo. Desde o in�cio da guerra, os civis pagaram um alto pre�o.
"Acho que ele � muito corajoso e isso � muito importante porque ele vai ajudar as pessoas" na Ucr�nia, diz Artemchuk.
Na prov�ncia de Manitoba, como em todo o pa�s, ucranianos-canadenses organizaram protestos contra a guerra e coletaram doa��es para enviar � Ucr�nia.
Davtian passou a noite anterior ao seu voo com dezenas de amigos, todos descendentes de ucranianos, fazendo preparativos de �ltima hora e empacotando suprimentos.
Ele compartilha um �ltimo pensamento sobre sua fam�lia, com quem est� ansioso para se reunir apesar das circunst�ncias: "Faz tr�s anos que n�o os vejo".
Alguns de seus amigos queriam acompanh�-lo em sua viagem, mas n�o podem deixar o Canad�.
"Ele � meu her�i", admite sua amiga Maryna Prystaiko � AFP enquanto fecha as �ltimas fivelas e ajusta as al�as de sua bagagem.
WINNIPEG