Na sexta-feira (25), a Ucr�nia afirmou que eliminou o comandante do 49� ex�rcito do distrito sul da R�ssia, o general Yakov Rezantsev, e que, segundo o governo ucraniano, trata-se do s�timo oficial dessa categoria morto desde o in�cio da guerra.
A morte de Andrey Paliy, comandante adjunto da frota do Mar Negro, foi confirmada em combates nos arredores de Mariupol pelo governador da Crimeia (anexada pelos russos), Mikhail Razvozhayev.
O conselheiro do presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak, mencionou na semana passada a "extraordin�ria" taxa de mortalidade dos oficiais russos, o que evidenciaria uma "falta de prepara��o total".
"Dezenas de oficiais de categoria intermedi�ria [tenentes, capit�es] morreram", afirmou.
Al�m disso, ve�culos de imprensa noticiaram o assassinato de um oficial russo por seus pr�prios soldados sobrecarregados, citando comunica��es russas interceptadas pelos ucranianos.
Por ora, a R�ssia s� reconheceu a morte de um general. Algumas fontes mencionam 15, enquanto as verifica��es independentes s�o imposs�veis de serem realizadas no momento.
"Olho para esses n�meros com bastante prud�ncia", explicou � AFP Colin Clarke, diretor de pesquisa do Soufan Center, um think tank com sede em Nova York. "Contudo, mesmo que se fale de cinco ou 15, o fato de estarem perdendo generais mostra que a cadeia de comando e controle da R�ssia � muito baixa", acrescentou.
- O alto comando como alvo -
Os analistas ocidentais e especialistas militares descrevem, de maneira un�nime, que a primeira fase da guerra representa um fracasso geral para os russos.
O ex�rcito russo, que antes possu�a uma grande reputa��o, mostrou grandes debilidades em qualidade de intelig�ncia, log�stica, e em suas t�ticas err�ticas. Isso "obriga os comandos a estarem muito � frente na linha de contato", afirma um alto respons�vel militar franc�s.
Para ele, isso representa a seguinte hip�tese: "as ordens s�o mal compreendidas ou recebidas, as unidades n�o obedecem, ou existe um problema maior de estado de �nimo que obriga os generais a irem para a vanguarda".
Segundo o militar franc�s, isso tamb�m confirma uma prov�vel estrat�gia ucraniana. "Quando se pretende desorganizar uma cadeia de comando, os l�deres se tornam os alvos".
A tarefa � mais f�cil na medida em que o ex�rcito russo utiliza instrumentos de comunica��o que s�o facilmente intercept�veis pelo advers�rio.
As unidades russas "n�o cuidam de seus procedimentos de seguran�a cibern�tica e [suas comunica��es] s�o interceptadas com facilidade", garantiu � AFP Alexander Grinberg, analista do Instituto de Seguran�a e Estrat�gia de Jerusal�m (JISS, na sigla em ingl�s).
No terreno, os respons�veis operacionais s�o praticamente identific�veis a uma simples vista, acrescentou, confirmando informa��es de outras fontes.
O ve�culo do comandante � identificado por suas "antenas e outros ve�culos que o protegem. Assim se identifica o posto de comando t�tico", assinalou. Os ucranianos podem ent�o "atacar com um m�ssil antitanque, ou ainda melhor, com um drone de ataque".
- 'Dor de cabe�a' -
Os observadores ocidentais destacam que o Kremlin n�o parece muito preocupado com as perdas humanas e que a cultura militar russa, ainda marcada pela heran�a sovi�tica, se apoia tradicionalmente em sua pot�ncia quantitativa.
"As perdas n�o s�o um freio", afirma um diplomata ocidental. Contudo, essa quest�o se apresenta de forma distinta para a cadeia de comando, pois, apesar de o ex�rcito possuir muitos generais, eles n�o s�o substitu�veis infinitamente.
"Os n�meros contam, em particular os oficiais superiores", afirma Colin Clarke. "Que Putin sacrifique recrutas e mercen�rios como bucha de canh�o � uma coisa, mas, se as informa��es s�o exatas" sobre as perdas de alto escal�o, "a informa��o chegar� � opini�o p�blica e provocar� dores de cabe�a � elite russa", opina.
A R�ssia n�o tece nenhum coment�rio sobre essas quest�es. Mas o fato de n�o haver desmentido � considerado por algumas fontes como uma confirma��o de fato.
Leonid Volkov, aliado pr�ximo do opositor preso Alexei Navalny, assinalou que nenhum meio russo mencionou o funeral, ocorrido em 16 de mar�o, do general Vitaly Gerasimov, morto no in�cio do conflito.
Ele ser� enterrado sem que o seu nome apare�a na l�pide, afirmou.
PARIS