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Estado de Minas PARIS

Conflito na Ucr�nia coloca a m�dia ante desafio de um 'dil�vio' de informa��es


29/03/2022 10:28

O dil�vio de informa��es sobre a invas�o russa contra a Ucr�nia coloca os ve�culos ante o desafio de n�o se tornarem transmissores partid�rios de uma guerra de informa��o que se desenvolve paralelamente ao conflito e os obriga a buscar novos m�todos de trabalho.

"Isso foi um dil�vio (de imagens, de informa��es) desde as primeiras horas" do conflito, comenta Shayan Sardarizadeh, rep�rter da BBC encarregado pelo setor de desinforma��o.

O rep�rter cita outros dois momentos onde o volume de informa��o para verificar foi desta magnitude: a pandemia de covid-19 e as duas semanas em torno das elei��es presidenciais dos Estados Unidos, em novembro de 2020.

O bombardeio do teatro de Mariupol, um porto atacado pelas for�as russas, ilustra a dificuldade para os ve�culos de informar sobre os fatos que ocorrem em um terreno onde o acesso � quase imposs�vel.

Foi a Prefeitura deste porto ucraniano quem publicou primeiro no Telegram uma imagem do teatro mostrando a estrutura central totalmente destru�da e tamb�m foram as autoridades locais que afirmaram que temiam que o bombardeio tivesse deixado um saldo de cerca de 300 mortos, citando testemunhas.

Desde os primeiros dias do conflito, um incidente na Ilha das Serpentes foi retomado por muitos ve�culos da m�dia, sem citar nenhuma outra fonte al�m das autoridades ucranianas.

Depois que o governo ucraniano elogiou como "her�is" os soldados mortos, as autoridades afirmaram por fim que estavam muito contentes de que estavam "vivos", depois que o ex�rcito russo informou sobre o retorno desses efetivos ucranianos � terra firme.

Isso reflete "a n�voa informativa em torno da guerra" e a "vontade que existe de fazer propaganda" nos dois lados, afirmou Arnaud Mercier, especialista em comunica��o na Universidade de Paris-II Panth�on-Assas e autor da obra "Armes de communication massive" (Armas de comunica��o em massa, em tradu��o livre), que analisa o caso da guerra do Iraque.

As precau��es tomadas pela m�dia n�o impedem o ceticismo do p�blico. No in�cio do conflito, o jornal alem�o Bild e o portal holand�s RTL Nieuws foram acusados, injustamente, de enganar seus leitores ao divulgar imagens falsas do conflito.

Outros elementos que circulam muito nas redes sociais, como as "humilha��es" sofridas pelos ucranianos que colaboraram com os russos, s�o imposs�veis de verificar, j� que n�o � poss�vel identificar o local ou a data em que aconteceram.

Tamb�m n�o se pode esquecer do papel dos internautas, entre os quais h� perfis conhecidos nos c�rculos de teorias da conspira��o ou antivacinas, que agora s�o adeptos ao Kremlin e que aproveitam para ati�ar a desconfian�a contra os ve�culos tradicionais, mudando logos e gr�ficos de emissoras como a gigante americana CNN.

H� anos, v�rios jornais e portais da m�dia instalaram unidades de verifica��o da informa��o, conhecidas como "fact checking" ou "checagem de fatos", para ajudar a separar o joio do trigo, mas esse servi�o tamb�m foi imitado pelos russos.

Para contra-atacar, a imprensa tradicional desenvolveu t�cnicas de investiga��o digital. No in�cio de mar�o, os jornalistas do jornal franc�s Le Monde conseguiram verificar o uso de armas de fragmenta��o em �reas civis da Ucr�nia, gra�as � an�lise de v�deos dispon�veis na Internet.

Tudo isso com a esperan�a de que, no final, essa documenta��o possa ser usada na Justi�a em v�rios tribunais nacionais e internacionais que abrirem investiga��es sobre poss�veis crimes de guerra na Ucr�nia.

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