A Funda��o que administra o legado do poeta chileno e pr�mio Nobel de Literatura Pablo Neruda lan�ou nesta quarta-feira (6) um pedido de ajuda econ�mica para manter o funcionamento adequado de suas tr�s casas-museus, afetadas ap�s dois anos de pandemia.
As duas casas na costa central do Chile, no balne�rio de Isla Negra e no porto de Valpara�so, e outra no centro de Santiago, aos p�s do morro San Crist�bal, est�o entre as principais atra��es tur�sticas do pa�s, visitadas anualmente por 350.000 pessoas.
Mas a pandemia causou o fechamento das tr�s casas que o poeta construiu ou restaurou, podendo reabrir - com p�blico limitado e outras restri��es sanit�rias - apenas em setembro do ano passado. Hoje, recebem apenas 15% dos visitantes de antes.
"Estamos em uma situa��o muito complexa", disse nesta quarta-feira o presidente da Funda��o, Fernando S�ez, durante um encontro com jornalistas estrangeiros.
Durante o fechamento das casas, o pessoal teve reduzido � metade o sal�rio e foi poss�vel manter os trabalhos de limpeza e seguran�a.
Mas hoje as contas n�o chegam nem para manter o funcionamento normal, nem para acessar um dos projetos mais atraentes da Funda��o: abrir um novo espa�o dedicado ao poeta com 1.000 m2 de extens�o, em frente � "La Chascona", a casa em pleno bairro bo�mio de Santiago que Neruda adquiriu e nomeou em homenagem � sua terceira esposa, a soprano Matilde Urrutia, � qual ele se referia com este apelido por sua longa cabeleira avermelhada.
"N�o quero pensar em que as casas de Neruda fechem", acrescentou S�ez, lamentando a falta de recursos.
Antes da pandemia, apenas para o pagamento dos acessos �s tr�s casas, a Funda��o recebia at� 250 milh�es de pesos mensais (cerca de 320.000 d�lares) e outros 200.000 d�lares em direitos autorais do poeta, ganhador do pr�mio Nobel de Literatura em 1971.
Sa�z admitiu que bateram sem sucesso �s portas do governo anterior do conservador Sebasti�n Pi�era (2018-2022) e de v�rias empresas para obter financiamento.
Legado �nico
As tr�s casas do poeta permanecem tal como Nerudo deixou. "La Chascona", em Santiago, "La Sebastiana", em Valpara�so, e a casa da Isla Negra, na costa central, foram desenhadas e adornadas especialmente por seu propriet�rio inquieto, que montou em cada uma delas um mundo pr�prio, carregado de fantasias.
Todas t�m o mar como protagonista, com decora��es que se assemelham a um barco, e abrigam suas incont�veis, de garrafas e panelas a originais escalda p�s e m�scaras de proa, acumulados em seus m�ltiplos viagens por pa�ses e continentes.
Neruda morreu em 23 de setembro de 1973, poucos dias ap�s o golpe de Estado que dep�s seu grande amigo, o socialista Salvador Allende (1970-1973). As causas de sua morte, atribu�das oficialmente ao agravamento de um c�ncer, s�o investigadas pela justi�a chilena, ap�s uma den�ncia segundo a qual o poeta pode ter sido envenenado.