Argentina vai criar fundo com ganhos extraordin�rios pela guerra na Ucr�nia

A Argentina ir� criar um fundo para captar ganhos econ�micos extraordin�rios derivados do aumento dos pre�os internacionais das mat�rias-primas devido � guerra na Ucr�nia, anunciou nesta segunda-feira o ministro da Economia Mart�n Guzm�n.

"Buscamos construir um mecanismo para garantir que o choque da guerra n�o tenha um efeito regressivo em nossa sociedade, um impacto desigual. Nas pr�ximas semanas, iremos convocar as for�as produtivas para captar a renda inesperada", indicou o ministro na Casa Rosada, sede do governo.

Ir�o contribuir com o fundo as empresas que tenham lucros anuais l�quidos tribut�veis superiores a 1 bilh�o de pesos (8,5 milh�es de d�lares), que, segundo o ministro, representam "uma fra��o muito pequena da rede empresarial do pa�s". Segundo ele, em 2021 apenas 3,2% das empresas atingiram esse n�vel de lucro.

O ministro n�o indicou quanto dinheiro poderia ser arrecadado. O setor que foi beneficiado economicamente pela guerra na Ucr�nia foi o de produtores e exportadores de cereais, como trigo e milho.

Outra condi��o para aportar no fundo � que essas empresas registrem em 2022 "um aumento significativo dos ganhos". Al�m disso, ser� estabelecido que se a receita inesperada for canalizada para o investimento produtivo, a contribui��o ser� menor.

"Busca-se captar essa receita para levar adiante o papel do Estado para atacar os problemas e ter uma inclus�o social maior", assinalou Guzm�n.

O governo peronista de centro-esquerda busca paliar a infla��o, que acumula 16,1% no primeiro trimestre e causa estragos no bolso dos argentinos, ofuscando os efeitos do crescimento econ�mico e do emprego. Guzm�n atribuiu a nova alta da infla��o, que atingiu 50,9% em 2021, ao "choque sem precedentes da pandemia e, agora, da guerra, com press�o muito forte sobre os pre�os dos alimentos e combust�veis".

O governo anunciou que um subs�dio �nico de 18.000 pesos (152 d�lares) ser� concedido aos trabalhadores informais, e outro, de 12.000 pesos (101 d�lares), aos aposentados. Para os trabalhadores formais, incentiva a negocia��o de acordos salariais entre empresas e sindicatos, que evitem a perda do poder aquisitivo.

O presidente Fern�ndez, por sua vez, ressaltou que as medidas "se inserem em uma l�gica de seguir melhorando a distribui��o de renda, respeitando os objetivos fiscais que nos demos". Ele insistiu em que o pa�s "precisa que aqueles que ganharam inesperadamente com a guerra colaborem com a igualdade".