"O fim do trabalho de liberta��o de Mariupol � um sucesso", disse Putin a seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em uma reuni�o transmitida pela televis�o.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, por�m, que "ainda n�o h� provas de que Mariupol tenha ca�do completamente" em m�os russas e garantiu que Putin "nunca ter� sucesso" na ocupa��o da Ucr�nia.
Depois de suportar quase dois meses de cerco e bombardeios, as �ltimas tropas ucranianas est�o escondidas na enorme usina metal�rgica de Azovstal nesta cidade do Mar de Azov, estrat�gica no plano de Moscou de unir os territ�rios pr�-R�ssia do Donbass e a pen�nsula da Crimeia, j� anexada em 2014.
Os ultimatos anunciados pela R�ssia n�o provocaram a rendi��o dos soldados. Um de seus comandantes, Sviatoslav Palamar, do batalh�o Azov, pediu "garantias" de seguran�a aos pa�ses ocidentais para deixar o local, onde, segundo Kiev, tamb�m est�o quase 1.000 civis.
"Considero que o ataque proposto na zona industrial n�o � apropriado. Ordeno o cancelamento", disse Putin ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, em um encontro exibido na televis�o.
"Precisamos pensar (...) na vida de nossos soldados e oficiais. N�o h� necessidade de entrar nestas catacumbas e rastejar no subsolo atrav�s das instala��es industriais. Bloqueiem toda a �rea industrial para que nem mesmo uma mosca possa escapar", completou Putin.
Quase 2.000 militares ucranianos resistem no complexo industrial, de acordo com Shoigu, sem citar o n�mero de civis, que seriam, segundo as autoridades ucranianas, cerca de mil ainda neste local.
O Minist�rio ucraniano das Rela��es Exteriores pediu a cria��o de um corredor humanit�rio para retirar estes habitantes, que "n�o confiam nas tropas russas".
- Retiradas em Mariupol -
Quase desde o in�cio do conflito, em 24 de fevereiro, Mariupol se tornou um dos lugares priorit�rios da ofensiva russa. As autoridades locais temem o balan�o de mais de 20.000 mortos na cidade, consequ�ncia dos bombardeios, mas tamb�m da falta de �gua, comida e energia el�trica.
O ex�rcito russo controla grande parte da cidade h� v�rios dias e chegou a permitir a entrada de alguns jornalistas ocidentais, que observaram as ruas destru�das.
Durante o cerco, as retiradas de civis foram raras e perigosas. Apesar da tens�o, a vice-primeira-ministra ucraniana Irina Vereshchuk afirmou que quatro �nibus com civis deixaram a cidade e outros devem fazer o mesmo durante o dia.
Segundo um jornalista da AFP, tr�s �nibus procedentes de Mariupol chegaram a Zaporizhzhya. Ainda n�o se sabe, por�m, se estes ve�culos fazem parte do combioio, j� que os civis precisam enfrentar uma viagem de 200 km at� l�. Este trajeto tem v�rios pontos de controle, em uma regi�o afetada por combates.
Desde o final de mar�o, quando a R�ssia retirou suas tropas do norte e dos arredores de Kiev, o leste e o sul da Ucr�nia se tornaram o principal cen�rio da guerra.
As for�as russas "mant�m os disparos de artilharia em toda linha de frente", afirmaram as autoridades ucranianas na manh� de quinta-feira.
Os combates s�o particularmente violentos nas proximidades de Izium (nordeste), h� "bombardeios incessantes" em Popasna e Rubizhne, na regi�o de Lugansk (leste), e novos ataques em Mikholayv (sul), na estrada at� Odessa, que deixaram um morto e dois feridos, afirmou o governador Vitali Kim.
"A situa��o fica mais complicada a cada hora", escreveu no Telegram o governador de Lugansk, Sergei Gaidai. "Salvem-se (...) Saiam", alertou.
Segundo a ONU, a guerra na Ucr�nia deuxou mais de 7,7 milh�es de deslocados internos, e mais de cinco milh�es de pessoas fugiram do pa�s.
- "1.020 corpos de civis" -
As autoridades locais pediram aos civis que abandonem a linha de frente, especialmente ap�s as descobertas de dezenas de corpos em v�rias localidades perto de Kiev ocupadas at� o fim de mar�o pelos russos.
Desde ent�o, os necrot�rios de Kiev receberam "1.020 corpos de civis, apenas civis", declarou � AFP Olga Stefanishyna, vice-primeira-ministra ucraniana para a Integra��o Europeia e Euroatl�ntica, em Borodianka.
Nesta cidade a 54 km da capital, a pol�cia denunciou a descoberta de noive corpos civis enterrados em duas valas.
"Estas pessoas foram assassinadas pelos ocupantes (russos) e algumas v�timas mostram sinais de tortura", afirmou o chefe de pol�cia local, Andrii Nebytov.
Em Borodianka, como em Bucha, onde corpos foram encontrados nas ruas, alguns deles com as m�os amarradas �s costas, Kiev denuncia "crimes de guerra" da R�ssia, que rejeita a acusa��o.
- Uma guerra longa -
A batalha pelo Donbass, a bacia de minera��o do leste, onde Kiev luta contra os separatistas pr�-R�ssia desde 2014, e parte do sul do pa�s deve ser longa.
A tomada de Mariupol e a cria��o de um corredor sob controle russo at� a pen�nsula da Crimeia pode permitir a Moscou refor�ar suas posi��es na linha mais ao norte, perto de Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana.
Ao mesmo tempo, a resist�ncia ucraniana promete ser intensa, especialmente com o aumento substancial da ajuda militar dos Estados Unidos e de v�rios aliados.
Neste contexto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou uma ajuda militar adicional de US$ 800 milh�es para a Ucr�nia. O pacote inclui "armas de artilharia pesada, dezenas de obuses, 144.000 muni��es e drones", informou a Casa Branca.
Tamb�m nesta quinta-feira, o primeiro-ministro espanhol, Pedro S�nchez, e a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, visitaram Kiev.
"Comovido ao testemunhar nas ruas de Borodianka o horror e as atrocidades da guerra de Putin", escreveu no Twitter o chefe de Governo da Espanha. "N�o deixaremos o povo ucraniano sozinho", completou.
Alguns diplomatas ocidentais temem, no entanto, que uma guerra longa prejudique a unidade de a��o nas medidas contra a R�ssia.
Se a guerra ficar concentrada no Donbass, longe de Kiev e das fronteiras da OTAN, o senso de urg�ncia e unidade do Ocidente pode diminuir com o tempo. "� um desafio", disse um diplomata � AFP.
O papa Francisco se uniu ao apelo do secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, para uma tr�gua na Ucr�nia em 24 de abril, data da P�scoa entre os ortodoxos, anunciou o Vaticano.
J� a R�ssia, em repres�lia pelas san��es ocidentais, proibiu o ingresso em seu territ�rio da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e do presidente do Facebook, Mark Zuckerberg. A lista dos barrados inclui ainda dezenas de personalidades americanas e canadenses.
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Putin celebra tomada de Mariupol e descarta ataque final � f�brica de Azovstal
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