O pa�s enfrenta o foco mais grave da epidemia desde o in�cio de 2020. Nas �ltimas 24 horas, o minist�rio da Sa�de registrou mais de 15.500 novos casos de covid-19.
Em Xangai, metr�pole de 25 milh�es de habitantes na regi�o leste do pa�s, as autoridades anunciaram nesta sexta-feira 52 mortes e afirmaram que as v�timas n�o estavam vacinadas.
A estrat�gia "covid zero" estipula o confinamento de bairros ou cidades ap�s a detec��o de casos de covid, uma quarentena para as pessoas que testam positivo, inclusive as assintom�ticas, e testes em larga escala.
"� uma arma eficaz para prevenir e controlar a epidemia na China", afirmou o vice-ministro da Sa�de, Li Bin.
"Nosso pa�s � muito populoso, com desequil�brios regionais em termos de desenvolvimento e uma falta de recursos m�dicos. Se relaxarmos e permitirmos que o v�rus se propague, muitas pessoas ser�o infectadas", acrescentou.
A estrat�gia "covid zero" permitiu limitar o n�mero de mortes por coronav�rus no pa�s, que oficialmente est� abaixo de 5.000.
Mas os longos confinamentos pesam sobre a economia e o estado de �nimo da popula��o, em um pa�s de 1,4 bilh�o de habitantes.
- Desafio log�stico e panela�os -
Em Xangai, a cidade mais afetada, os habitantes reclamam que n�o t�m acesso a verduras frescas ou carne em quantidades suficientes.
V�deos divulgados nas redes sociais, que foram rapidamente censurados, mostraram moradores protestando com panela�os nas janelas e exigindo "suprimentos".
Uma moradora de Xangai disse � AFP, sob anonimato por temer poss�veis repres�lias, que viu as imagens na internet. Depois de ouvir o barulho, ela se uniu ao panela�o.
"Vi muitos v�deos como este, enviados por pessoas que moram em diferentes bairros", contou.
A censura �s imagens alimenta o descontentamento da popula��o.
Mas o confinamento tamb�m representa um enorme desafio log�stico, o de levar produtos a 25 milh�es de pessoas, apesar da falta de entregadores.
Outro problema apontado por Liang Wannian, diretor da equipe de especialistas contra a covid do minist�rio da Sa�de, � a taxa insuficiente de vacina��o dos idosos na China.
A pol�tica inflex�vel tamb�m afetar� o setor tur�stico durante o recesso de 1� de maio, que come�a no s�bado e dura cinco dias. O minist�rio dos Transportes prev� uma queda de 62% das viagens na compara��o com 2021.
Para o presidente da C�mara de Com�rcio da Uni�o Europeia na China, Joerg Wuttke, o governo se guia apenas pela pol�tica de "covid zero, sem preocupa��o com a economia a curto prazo".
Wuttke disse que a pol�tica sanit�ria prosseguir� at� o 20� Congresso do Partido Comunista da China, no fim de 2022, quando o presidente Xi Jinping deve obter o terceiro mandato � frente do regime.
"N�o pode mudar o discurso (sobre a covid) t�o perto do objetivo", opina.
PEQUIM