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Estado de Minas INTERNACIONAL

Os ataques misteriosos com seringas que est�o assustando jovens na Fran�a

As v�timas s�o jovens, homens e mulheres, que relatam sintomas como n�useas, vertigens, perda de equil�brio, dores musculares e suores ap�s os ataques


02/05/2022 23:38 - atualizado 02/05/2022 23:38

Mão de mulher branca com unhas vermelhas segura uma seringa com um líquido amarelado dentro
As autoridades francesas ainda n�o t�m nenhum suspeito nem a confirma��o da subst�ncia administrada (foto: Getty Images)
Uma onda de agress�es misteriosas com picadas de agulhas em boates, bares e shows em v�rias cidades da Fran�a tem deixado as autoridades em alerta e levado donos de casas noturnas e organizadores de eventos festivos a refor�ar a seguran�a dos locais por temores de novos ataques.

 

Mais de uma centena de investiga��es foram abertas na Fran�a por "administra��o de subst�ncia nociva" em diversas localidades, como Nantes, Grenoble, Paris, Lyon, B�ziers, Rennes e Toulouse. As v�timas s�o jovens, homens e mulheres, que relatam sintomas como n�useas, vertigens, perda de equil�brio, dores musculares e suores.

 

As hip�teses sobre os motivos deste tipo de agress�o est�o em aberto, segundo os investigadores. Eles n�o sabem se seria uma forma de viol�ncia gratuita ou at� mesmo uma esp�cie de desafio macabro "lan�ado nas redes sociais".

 

A pena prevista para administra��o de subst�ncia nociva � de tr�s anos de pris�o, mas pode chegar a dez anos no caso de circunst�ncias agravantes como a premedita��o ou o dano causado � sa�de da v�tima.

 

A estudante de biologia Zo� Stoppaglia estava em um bar em Grenoble, no sudeste da Fran�a, com amigos. Em entrevista ao jornal Le Monde, ela contou que havia tomado apenas um copo de bebida alco�lica horas antes de se sentir muito mal abruptamente, com problemas na vis�o e perda de for�a nas pernas, que a impossibilitou de conseguir ficar em p�.

 

Ao seu lado no bar, um jovem apresentava os mesmos sintomas. Eles suspeitaram ter sido drogados e foram para o hospital. Os testes deram negativo para o GHB, conhecido como a "droga do estuprador." No dia seguinte, o m�dico de Zo� constatou uma marca de inje��o no corpo da jovem.

 

Ela fez um boletim de ocorr�ncia e retornou ao hospital para exames complementares, ainda sem resultados, disse a estudante ao Le Monde. "Tenho medo. N�o sei at� agora o que me injetaram. Os m�dicos n�o conseguem descobrir", afirmou.

 

Outra v�tima, �lodie, teve perda de mem�ria durante horas ap�s passar a noite em uma casa noturna em La Rochelle, no sudoeste do pa�s. No dia seguinte, em entrevista ao Le Parisien, ela contou que descobriu duas marcas de inje��o em seu bra�o e hematomas, confirmados por um certificado m�dico. Outras v�timas tamb�m s� identificaram a marca de agulha na pele no dia seguinte � agress�o.

 

J� Marie dan�ava com amigos em Le Mans quando sentiu um formigamento na coxa. "Uma dor s�bita me paralisou e minhas pernas me abandonaram. N�o conseguia me levantar. Os seguran�as da boate acharam que eu estava b�bada e queriam me expulsar. Um amigo achou que eu estava tendo um acidente vascular cerebral", contou a jovem ao jornal Le Parisien. Ela passou a noite no hospital, onde uma enfermeira constatou uma marca de agulha de seringa e um vermelh�o em sua coxa.

Risco de HIV

Por medida preventiva, as v�timas iniciam rapidamente um tratamento com triterapia caso tenha ocorrido uma transmiss�o da aids por conta do uso de agulhas na agress�o, mas at� o momento todos os testes do v�rus HIV deram negativo.

 

As autoridades francesas ainda n�o t�m nenhum suspeito nem a confirma��o da subst�ncia administrada, j� que os exames realizados t�m dado resultados negativos. Tamb�m n�o se sabe qual tipo de agulha ou seringa tem sido utilizado nas agress�es, como por exemplo, uma inje��o usada para aplicar insulina.


Jovens dançam em um clube noturno sob luzes vermelhas
Os ataques t�m acontecido em clubes noturnos em diversas cidades (foto: Getty Images)

 

Em in�meros casos, m�dicos e enfermeiros constataram marcas de picada de agulha em bra�os, coxas, n�degas, tornozelos, ombros ou nas costas das pessoas atacadas.

 

"� complicado porque � necess�rio que as v�timas reajam rapidamente", afirmou o procurador de B�ziers, Rapha�l Balland, ao Le Monde. "Algumas subst�ncias desaparecem rapidamente do organismo. � o caso do GHB, que n�o pode mais ser detectado ap�s algumas horas."

 

Em Grenoble, os resultados de exames toxicol�gicos n�o revelaram at� o momento, a presen�a de GHB ou GBL, ambas usadas por estupradores para dopar suas v�timas. Mas o procurador de Grenoble, �ric Vaillant, disse ao Le Parisien que essas an�lises foram feitas mais de 17 horas ap�s as agress�es "o que n�o permite excluir formalmente a administra��o de GHB".

 

Em Nantes, na Bretanha, o procurador Renaud Gaudel afirma que h� at� o momento 45 casos desse tipo, que ocorreram em 17 estabelecimentos. Alguns resultados ainda s�o aguardados, mas at� o momento nem o GHB ou outro produto t�xico ou farmac�utico foi detectado. "O objetivo dessas picadas ainda precisa ser elucidado", disse Gaudel ao canal TF1.

 

O GHB pode ser injetado rapidamente, mas outras subst�ncias necessitam uma inje��o de alguns segundos. No entanto, as v�timas que perceberam instantaneamente que haviam sofrido uma picada relatam que ela foi feita rapidamente.

 

Uma fonte ligada �s investiga��es em B�ziers disse ao Le Monde que h� a possibilidade de ser uma subst�ncia produzida pelo corpo humano, como adrenalina ou insulina em excesso.

 

N�o houve nenhuma agress�o sexual e em apenas um caso houve furto. Foi em Grenoble, onde um jovem prestou queixa afirmando ter sofrido uma picada de agulha em uma boate e ter tido seu telefone celular, cart�o de cr�dito, rel�gio e chaves roubados.


Jovens dançando em um clube onde há imagens coloridas em telões nas paredes
As v�timas relatam sintomas como vertigens, perda de equil�brio e dores musculares (foto: Getty Images)

C�meras

Essas agress�es preocupam os donos de discotecas, que passaram quase dois anos fechados em raz�o da pandemia de covid-19, recebendo ajudas financeiras do governo, e os organizadores de festivais, que tiveram de adiar seus eventos.

Ap�s funcionarem apenas cinco meses em 2021, as boates puderam reabrir em fevereiro deste ano.

 

Devido ao n�mero crescente de queixas registradas nas delegacias por conta das misteriosas picadas, estabelecimentos est�o refor�ando o controle dos clientes na entrada, com revistas mais detalhadas, al�m da instala��o de c�meras.

 

A boate Usine � Gaz, de B�ziers, investiu 20 mil euros (cerca de R$ 100 mil) em c�meras, walkie-talkies e maletas de primeiros socorros, al�m de refor�ar a equipe de seguran�as, segundo seu gerente, Beno�t Bienvenu. Desde ent�o, ele diz que n�o houve nenhum novo caso de agress�o utilizando agulhas.

 

J� houve casos de picadas misteriosas em um importante festival, o Printemps de Bourges. Durante o ver�o, a partir do final de junho, h� grandes festivais na Fran�a, com dezenas de milhares de participantes, como o Hellfest, que atrai f�s de heavy metal.

 

"Levamos isso muito a s�rio. Vamos refor�ar o sistema de revista dos participantes", disse G�rard Pont, organizador do Francofolies de La Rochelle, que ser� realizado em julho, ao jornal Le Parisien.

 

"� preciso analisar a situa��o sem criar um p�nico geral", ressalta J�r�me Tr�horel, diretor do festival Vieilles Charues, que recebe 70 mil pessoas por dia. "Estamos trabalhando com m�dicos, autoridades e a ag�ncia regional de sa�de para ter um m�ximo de informa��es e tranquilizar nosso p�blico", afirma.

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