"Investigamos este incidente como um crime de �dio e um caso de viol�ncia extremista de motiva��o racial", declarou Stephen Belongia, agente especial do escrit�rio do FBI em Buffalo, perto da fronteira com o Canad�.
O agressor, identificado horas mais tarde como Payton Gendron, foi detido ap�s o tiroteio e acusado de "morte com premedita��o". Ele usava capacete equipado com c�mara para transmitir o seu crime ao vivo pela internet, colete � prova de balas e roupas de tipo militar, segundo as autoridades judici�rias locais e a pol�cia.
O presidente Joe Biden denunciou o ataque como "terrorismo dom�stico" e agradeceu pelo trabalho da pol�cia e dos servi�os de emerg�ncia.
"Qualquer ato de terrorismo dom�stico, incluindo um ato cometido em nome de uma repugnante ideologia de nacionalismo branco, � antit�tico a tudo o que defendemos nos Estados Unidos", afirmou em um comunicado.
O comiss�rio de pol�cia de Buffalo, Joseph Gramaglia, informou que 10 pessoas morreram e tr�s ficaram feridas. Onze v�timas eram afro-americanas.
O agressor disparou primeiro contra quatro pessoas no estacionamento do supermercado, tr�s das quais morreram, e depois entrou na loja e continuou atirando, explicou o xerife da cidade no oeste do estado de Nova York.
Entre os mortos dentro do estabelecimento estava um policial aposentado que trabalhava como seguran�a e estava armado.
O funcion�rio "confrontou o suspeito", mas o atirador - que estava protegido por um colete � prova de balas - o matou com seus disparos, disse Gramaglia.
- "Pura maldade" -
Quando a pol�cia chegou ao local, o atirador apontou a arma para si mesmo, na altura do pesco�o, antes de se entregar �s autoridades, ainda de acordo com Gramaglia.
Foi um ato de "pura maldade", disse John Garcia, xerife do condado de Erie, onde fica Buffalo. "� um crime racista e motivado pelo �dio", acrescentou.
A imprensa americana informou que as autoridades investigam um manifesto "de car�ter racista" divulgado na internet, no qual o suspeito explicaria seus planos e motiva��es.
O jornal The New York Times afirma que o suspeito se "inspirou" em atos de supremacia branca, como o assassinato de 51 mu�ulmanos em mesquitas da cidade neozelandesa de Christchurch em 2019.
De acordo com o jornal local The Buffalo News, a arma semiautom�tica usada no tiroteio tinha ep�teto racial e o n�mero 14, s�mbolo da supremacia.
O promotor distrital do condado, John Flynn, disse que o suspeito usou uma "arma de ataque", mas n�o especificou o tipo.
O gabinete do promotor afirmou que o atirador foi detido sem direito a fian�a e acusado por assassinato em primeiro grau, o que pode resultar em pena de pris�o perp�tua sem liberdade condicional.
Questionada pela imprensa se o agressor poderia enfrentar a pena de morte a n�vel federal, a procuradora do distrito oeste de Nova York, Trini Ross, respondeu: "Todas as op��es est�o na mesa".
- "Dia de grande dor" -
O autor do tiroteio, que carregava uma c�mera, come�ou a divulgar o crime pela plataforma Twitch, que se declarou "devastada" e prometeu "toler�ncia zero contra todas as formas de viol�ncia".
"Investigamos e confirmamos que menos de dois minutos ap�s o in�cio da viol�ncia retiramos as imagens transmitidas", afirmou um porta-voz do servi�o de streaming.
"Estamos tomando todas as medidas apropriadas, incluindo a supervis�o de qualquer conta que retransmita este conte�do", acrescentou.
Byron Brown, prefeito de Buffalo, disse que o atirador "viajou horas at� a comunidade para cometer o crime".
"� um dia de grande dor para nossa comunidade", disse Brown.
O tiroteio � o mais recente de motiva��o racial nos Estados Unidos.
Em 2019, um homem branco armado viajou v�rias horas pelo Texas e matou 23 pessoas em um Walmart em El Paso, onde grande parte da popula��o � hisp�nica.
Quatro anos antes, em Charleston, Carolina do Sul, um homem branco abriu fogo em uma igreja da comunidade afro-americana e matou nove pessoas.
Nos dois casos, os atiradores publicaram manifestos de �dio antes de cometer os ataques.
No m�s passado, um "franco-atirador" abriu fogo em um bairro de luxo de Washington, feriu quatro pessoas e depois cometeu suic�dio.
Apesar dos tiroteios fatais recorrentes e de uma onda de viol�ncia armada em todo o pa�s, v�rias iniciativas para reformar as leis de armas fracassaram no Congresso dos Estados Unidos, deixando para estados e prefeituras a decis�o de determinar as pr�prias restri��es.
NOVA YORK