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Estado de Minas WASHINGTON

O atirador de Buffalo, um jovem racista isolado e radicalizado na web


16/05/2022 18:50

Ele se define como "fascista", "racista" e "antissemita": Payton Gendron, o jovem de 18 anos acusado de matar 10 pessoas negras no s�bado em Buffalo, Nova York, se radicalizou por conta pr�pria em redes relacionadas � supremacia branca e � teoria da "grande substitui��o", ideologias de extrema-direita que avan�am nos Estados Unidos.

"Este indiv�duo chegou com o objetivo de matar a maior quantidade de negros poss�vel", resumiu no domingo Byron Brown, prefeito da cidade do norte do estado de Nova York.

Um desejo que o suspeito, preso no local, explicou detalhadamente em um manifesto de 180 p�ginas, onde escreveu: "Sou simplesmente um homem branco que busca proteger e servir minha comunidade, meu povo, minha cultura e minha ra�a".

O jovem aparece em uma fotografia da pol�cia com cabelos quase na altura dos ombros, testa franzida e um pouco de barba.

Sua a��o mortal foi meticulosamente preparada: no dia anterior ele fez uma explora��o no supermercado Tops onde ocorreu o tiroteio, e seu manifesto descreve, minuto a minuto, seu ataque, equipado como um soldado da cabe�a aos p�s, al�m de uma c�mera para transmitir sua a��o ao vivo na plataforma virtual Twitch.

Em julgamento por "assassinato premeditado", Payton Gendron se declarou inocente durante uma primeira audi�ncia neste fim de semana e deve voltar ao tribunal em 19 de maio. Ele pode enfrentar uma senten�a de pris�o perp�tua.

No cano de seu fuzil de assalto comprado legalmente estava escrito uma palavra ofensiva, racista e tabu na Am�rica para negros e o n�mero "14", uma refer�ncia a um slogan de grupos supremacistas brancos.

- Inspirado em outra matan�a -

Payton Gendron nasceu em 2003 e cresceu em uma cidade pequena, bastante rural, quase exclusivamente branca do estado de Nova York, a mais de tr�s horas de carro do supermercado em Buffalo. Ele diz que escolheu este local para seu ataque porque est� no bairro com "a maior taxa" de afro-americanos na regi�o.

H� um ano, quando questionado sobre suas inten��es ao sair do ensino m�dio, ele disse que queria fazer um massacre antes de cometer suic�dio.

Uma piada, segundo ele, mas a pol�cia ficou preocupada com essa amea�a e o mandou para um hospital psiqui�trico, do qual foi liberado alguns dias depois e sem acompanhamento, informou a m�dia americana.

Em seu manifesto, ele conta que, em maio de 2020, sofreu de "extremo t�dio" devido ao confinamento contra a covid e recorreu ao 4Chan, f�rum utilizado pela extrema-direita. L� ele encontrou sua inspira��o: Brenton Tarrant, autor de uma verdadeira carnificina em duas mesquitas da Nova Zel�ndia em 2019, que matou 51 pessoas. Ele tamb�m foi autor de um manifesto.

"Eu li e descobri que, em geral, concordava com ele", disse o jovem. Ele tamb�m copiou e colou grandes passagens do texto em seu manifesto, segundo a AFP.

- Prioridade do governo federal -

No centro de suas preocupa��es, est� a chamada teoria da "grande substitui��o", popularizada pelo escritor franc�s Renaud Camus.

"Finalmente, acordei", escreveu o detido. "Nunca mais aceitarei nossa substitui��o", por popula��es n�o brancas, sentenciou.

Apesar de estar imerso nesta tese de conspira��o com origens neonazistas, ele costumava fazer sandu�ches em uma lanchonete e participou de cursos curtos em uma pequena universidade, mas os abandonou.

Logo ap�s o fim das restri��es sanit�rias pela pandemia, ele chegou a ir para a escola com um traje semelhante aos usados nas emerg�ncias de risco bacteriol�gico ou qu�mico, segundo ex-colegas entrevistados pelo The New York Times, que o descrevem como um jovem isolado durante a adolesc�ncia.

Em seu manifesto, as teorias conspiracionistas apontam principalmente para negros e judeus. Cartas pseudocient�ficas se alternam como memes, muitos inspirados no antissemitismo. Seu texto � tamb�m um chamado a radicaliza��o "inevit�vel" para enfrentar "um tentativa de genoc�dio", escreveu.

Em setembro de 2021, o chefe do FBI mencionou cerca 2.700 investiga��es por atos de terrorismo dom�stico, o dobro de quase um ano e meio atr�s. O FBI e o Departamento de Justi�a dos Estados Unidos destacaram equipes especiais para este tema.

Entre os principais atos, extremistas de direita atacaram uma igreja frequentada por negros em Charleston (9 mortos em 2015), uma discoteca gay em Orlando, Fl�rida (49 mortos em 2016), uma sinagoga em Pittsburgh (11 mortos em 2018), um supermercado frequentado por latinos em El Paso, Texas (23 mortos em 2019).


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