As tropas russas est�o atualmente concentrando seu ataque em Lugansk, na bacia de minera��o de Donbass, onde a situa��o "piora a cada hora", disse o governador regional, Sergei Gaidai.
Como parte da manobra de cerco, eles tentam sitiar as cidades de Severodonetsk e Lysychansk, localizadas a cerca de 100 km de Lugansk.
Severodonetsk � bombardeado "24 horas por dia" pelos russos, que "usam a t�tica da terra arrasada", explicou Gaidai anteriormente.
O l�der separatista de Donetsk (outra regi�o da bacia de Donbass), afirmou que tropas russas e "mil�cias populares" pr�-russas haviam entrado em Liman e que tentavam obter o controle total da cidade, a 60 km de Severodonetsk.
A bacia do Donbass � desde 2014 parcialmente controlada por separatistas pr�-R�ssia.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, declarou que Moscou "continuar� com a opera��o militar especial at� que se cumpram todos os seus objetivos". "Pouco importa a grande ajuda ocidental ao regime de Kiev ou a press�o sem precedentes das san��es" aplicadas contra o seu pa�s, acrescentou.
O secret�rio do Conselho de Seguran�a da R�ssia, Nikolai Patrushev, indicou que as opera��es militares durar�o o tempo necess�rio. "N�o estamos com pressa para cumprir um prazo", disse.
A R�ssia invadiu a Ucr�nia em 24 de fevereiro, com o objetivo declarado de "desnazificar" a Ucr�nia, defender as popula��es de l�ngua russa e impedir um poss�vel ingresso da ex-rep�blica sovi�tica na Otan.
- 'Estado terrorista' -
A R�ssia concluiu na semana passada a conquista de Mariupol (sudeste), devastada por semanas de cercos e bombardeios.
Desta forma, conseguiu estabelecer uma liga��o terrestre entre a regi�o de Donbass e a pen�nsula da Crimeia, anexada em 2014. A queda de Severodonetsk lhe permitiria fortalecer o controle do leste.
O prefeito de Mariupol, Vadim Boichenko, acusou as "for�as de ocupa��o russas" de se comportarem como um "Estado terrorista", ao participar por videoconfer�ncia do F�rum Econ�mico Mundial de Davos, na Su��a.
O governo ucraniano est� pedindo aos pa�ses ocidentais que enviem mais armas.
Entre o material entregue est� o sistema lan�ador de m�sseis antinavio Harpoon, prometido pela Dinamarca, que pode ajudar a romper o bloqueio contra a marinha russa no porto de Odessa, no Mar Negro.
Esse bloqueio paralisa a exporta��o de milh�es de toneladas de trigo, em meio a temores de uma crise alimentar mundial.
"Milh�es de pessoas podem ser empurradas para a pobreza e a inseguran�a alimentar se o conflito na Ucr�nia continuar", disse Lola Castro, diretora para a Am�rica Latina e o Caribe do Programa Mundial de Alimentos (PMA), com sede regional no Panam�.
Desde o in�cio do conflito, as pot�ncias ocidentais buscam pressionar a R�ssia com crescentes san��es econ�micas.
Os Estados Unidos anunciaram nesta ter�a-feira que encerrar�o uma medida que permite � R�ssia pagar seus compromissos estrangeiros com d�lares, expondo Moscou a um default em sua d�vida.
A Uni�o Europeia (UE) suspendeu as tarifas de importa��o de produtos ucranianos, embora pare�a improv�vel que imponha um embargo iminente ao petr�leo russo, devido � persistente oposi��o da Hungria.
O primeiro-ministro ultranacionalista da Hungria, Viktor Orban, decretou um novo estado de emerg�ncia, alegando a necessidade de enfrentar as consequ�ncias da guerra na vizinha Ucr�nia.
Al�m disso, a guerra na Ucr�nia est� desenhando novas fronteiras no mapa de seguran�a na Europa, depois que Su�cia e Finl�ndia, dois pa�ses tradicionalmente n�o alinhados militarmente, apresentaram suas candidaturas de ades�o � Otan.
A Su��a anunciou que nos dias 4 e 5 de julho sediar� uma confer�ncia internacional destinada a arrecadar fundos para a reconstru��o da Ucr�nia.
"A invas�o [da Ucr�nia] pode ser o in�cio da Terceira Guerra Mundial e nossa civiliza��o pode n�o sobreviver", a menos que o presidente russo Vladimir Putin seja "derrotado", declarou o bilion�rio americano George Soros em Davos.
- 234 crian�as mortas -
Em tr�s meses, milhares de pessoas, civis e militares morreram sem que houvesse um balan�o preciso. Somente em Mariupol, as autoridades calculam 20.000 mortos.
A procuradora-geral da Ucr�nia, Iryna Venediktova, denunciou que 234 crian�as morreram e que 433 ficaram feridas no conflito.
O governo ucraniano calcula as baixas militares russas em 29.200 homens, mas fontes militares ocidentais reduzem esse balan�o para 12.000 soldados.
O Kremlin reconheceu "perdas importantes", enquanto Kiev n�o informa suas baixas.
KIEV