Francisca, como � conhecida para manter sua identidade em sigilo, deu � luz o filho em 2002, aos 20 anos, em um sanat�rio p�blico da cidade de Curic�, j� com o diagn�stico de soropositiva. Durante a cesariana, foi esterilizada pelos m�dicos sem o seu consentimento.
"Come�ar pedindo desculpas a Francisca pela grave viola��o dos seus direitos e tamb�m pela nega��o de justi�a e por todo o tempo que voc� teve que esperar por isso", disse o presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric , como representante do Estado, no ato p�blico de reconhecimento de responsabilidade internacional realizado no pal�cio presidencial de La Moneda.
"Quantas pessoas como voc� n�o conhecemos?", questionou o presidente sobre os casos que n�o v�m a p�blico de situa��es semelhantes de viol�ncia obst�trica e discrimina��o.
O caso de Francisca, que n�o esteve presente no ato de repara��o, foi levado � Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos pelo Centro de Direitos Reprodutivos e Vivo Positivo em 2009, depois que o Estado n�o permitiu o seu acesso � Justi�a nem a repara��o por sua den�ncia.
Em 2021, o Chile assinou o Acordo de Solu��o Pac�fica, no qual assumiu sua responsabilidade internacional pela viola��o dos direitos humanos ocorrida nesse caso.
Carmen Mart�nez, do Centro de Direitos Reprodutivos dos Estados Unidos, leu uma carta de Francisca durante o ato: "N�s, portadores do HIV, continuamos sendo olhados com desprezo. Quero acreditar com convic��o que isso mudar�, que os erros do passado n�o voltar�o a ser cometidos, que nenhuma mulher ser� esterilizada sem o seu consentimento."
SANTIAGO