Merkel, que falava pela primeira vez ap�s sua aposentadoria da vida pol�tica h� seis meses, mais uma vez condenou fortemente a invas�o russa da Ucr�nia, que n�o tem "nenhuma justificativa".
"� uma viola��o brutal do direito internacional para a qual n�o h� nenhuma desculpa", apontou.
Merkel disse que estava ciente h� v�rios anos da amea�a que o presidente russo, Vladimir Putin, representava para a Ucr�nia.
Era do interesse da Alemanha "encontrar um modus vivendi com a R�ssia para n�o nos encontrarmos em um estado de guerra" e "ser capaz de coexistir apesar de todas as nossas diferen�as", acrescentou Merkel, que governou a principal economia da Europa durante 16 anos.
Desde a invas�o russa da Ucr�nia, a ex-chefe de governo de centro-direita foi acusada de ter aumentado a depend�ncia europeia da energia russa, especialmente ao promover a constru��o do gasoduto Nord Stream 2, apesar das reservas de seus parceiros europeus e norte-americanos.
O gasoduto, que deveria dobrar a capacidade de fornecimento de g�s russo � Alemanha, foi finalmente suspenso desde a agress�o russa, sem ter entrado em opera��o.
Por muito tempo, a Alemanha praticou uma pol�tica de m�o estendida em rela��o � R�ssia, sob a premissa de que o com�rcio levaria a uma democratiza��o progressiva do pa�s.
"N�o achei que Putin mudaria gra�as �s nossas rela��es comerciais", disse Merkel.
Mas, para ela, era evidente que a R�ssia seria "sempre um vizinho da Europa, o que n�o pode ser totalmente ignorado", acrescentou em uma entrevista concedida a um jornalista do seman�rio Der Spiegel em um teatro de Berlim.
Embora uma aproxima��o pol�tica fosse imposs�vel, "era pertinente ter pelo menos rela��es comerciais", destacou.
"E n�o vou me desculpar" pela linha pol�tica seguida nos �ltimos anos, concluiu a ex-chanceler.
BERLIM