"A bofetada", intitulou o jornal Lib�ration ao lado de uma foto do presidente liberal, que ter� que buscar novos aliados para levar adiante seu programa reformista, como o atraso da idade de aposentadoria dos 62 para os 65 anos.
Sua alian�a, Juntos!, obteve 245 dos 577 assentos na Assembleia Nacional (C�mara baixa), enquanto a Nova Uni�o Popular Ecol�gica e Social (Nupes, esquerda), 135, e o Reagrupamento Nacional (RN, extrema direita), de Marine Le Pen, 89, segundo contagem da AFP com base em dados oficiais.
Com a maioria absoluta em 289 assentos, a primeira-ministra �lisabeth Borne considerou um "risco" para o pa�s estes resultados e prometeu buscar a partir da segunda-feira "uma maioria de a��o". "N�o h� alternativa a esta uni�o para garantir a estabilidade" do pa�s, disse.
Embora a negocia��o seja comum na maior parte das democracias, a aus�ncia de uma maioria absoluta no Parlamento pode virar uma dor de cabe�a para a situa��o, acostumada a ser um rolo compressor.
Para alcan�ar a maioria absoluta, o partido Os Republicanos (LR, direita) e seus aliados da UDI (64 assentos) poderiam se tornar chaves para o presidente de centro. O presidente do LR, Christian Jacob, assegurou que ser�o oposi��o descartando um pacto de governo.
A esquerda apresentou as legislativas como um "terceiro turno" das presidenciais, ao considerar que os franceses reelegeram Macron em 24 de abril para impedir a chegada ao poder de sua advers�ria da extrema direita Marine Le Pen, e n�o por suas ideias.
Mesmo o presidente perdendo a maioria absoluta, a primeira frente de esquerda em 25 anos - esquerda radical, ecologistas, comunistas e socialistas - est� longe do objetivo de vencer e impor M�lenchon como primeiro-ministro.
"� uma situa��o totalmente inesperada, in�dita, a derrota do partido presidencial � total e n�o aparece nenhuma maioria", assegurou diante de seus apoiadores Mel�nchon, que acusou a situa��o de ter refor�ado a extrema direita.
O partido ultradireitista RN, embora na terceira posi��o, � um dos principais vencedores destas elei��es, ao superar com folga os oito deputados de 2017 e conseguir, assim, formar um grupo parlamentar pr�prio pela primeira vez desde 1986.
"Vamos encarnar uma oposi��o firme, sem coniv�ncia, respons�vel, respeitosa das institui��es", disse Le Pen de seu basti�o em H�nin-Beaumont (norte), onde revalidou seu assento, vangloriando-se por ter feito de Macron um "presidente minorit�rio".
A participa��o era chave no segundo turno, mas segundo o minist�rio do Interior, 53,77% dos 48,7 milh�es de franceses convocados �s urnas n�o foram votar.
- "Maioria quase imposs�vel" -
Ap�s um primeiro mandato marcado pelos protestos sociais contra sua pol�tica para as classes populares, a pandemia do coronav�rus e os efeitos da guerra na Ucr�nia, o segundo mandato se anuncia complicado para Macron.
"� uma maioria quase imposs�vel que precisar� (...) de um giro para o LR e possivelmente para uma dezena de socialistas n�o Nupes", avaliou �tienne Ollion, especialista do CNRS, para quem isto poderia dar lugar a uma "reparlamentariza��o da vida pol�tica".
Este pleito encerra um ciclo de vota��es crucial para o rumo da Fran�a nos pr�ximos cinco anos. O pr�ximo compromisso eleitoral ser�o as elei��es ao Parlamento Europeu em 2024, dois anos nos quais os partidos poder�o consolidar a recomposi��o em curso.
A ascens�o do centrista Macron em 2017 sacudiu o tabuleiro pol�tico franc�s, que agora se divide em tr�s blocos principais - esquerda radical, centro e extrema direita -, deixando de lado os partidos tradicionais de governo.
Na reta final da campanha, a alian�a de Macron advertiu para o caos que representaria ter que governar com maioria simples e, sobretudo, para o "perigo" que representaria a chegada da frente de esquerdas ao poder.
Se n�o conseguir aprovar suas reformas, o presidente poderia dissolver a Assembleia antecipadamente e convocar novas elei��es, como fez em 1988 o presidente socialista Fran�ois Miterrand (1981-1995).
Para os membros do governo franc�s que optam por um assento, as elei��es representam um desafio duplo porque dever�o deixar o poder se perderem, segundo uma regra t�cita. Tr�s est�o neste caso, entre eles Am�lie de Montchalin, pr�xima de Macron.
O rev�s de Macron se traduz tamb�m na derrota dos principais l�deres de seu movimento, como o atual presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand, ou do presidente de seu grupo parlamentar, Christophe Castaner.
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PARIS
Elei��es legislativas acertam uma 'bofetada' em Macron na Fran�a
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