O que resultar� da iminente reativa��o das rela��es bilaterais ap�s a vit�ria eleitoral de Petro no domingo sobre Rodolfo Hern�ndez?
- Ideologia ou pragmatismo? -
Petro, que assume a presid�ncia em 7 de agosto, desperta temores entre muitos venezuelanos que o associam ao chavismo, embora o ex-guerrilheiro tenha mantido dist�ncia com o governo de Maduro durante a campanha eleitoral, chegando a classific�-lo como "ditadura".
A Venezuela, que acusou frequentemente o atual presidente da Col�mbia, Iv�n Duque, de planos de golpe de Estado e at� de assassinato contra Maduro, felicitou em um comunicado a vit�ria do l�der de esquerda e expressou "a mais firme vontade de trabalhar na constru��o de uma renovada etapa de rela��es integrais".
Caracas rompeu rela��es com Bogot� em 2019 depois que Duque reconheceu como presidente encarregado da Venezuela o l�der opositor Juan Guaid�, que agora est� em um limbo. Foi o pior momento entre esses pa�ses vizinhos, que compartilham uma fronteira porosa de mais de 2.200 quil�metros e tiveram altos e baixos, especialmente nos �ltimos 20 anos com a entrada em cena de Hugo Ch�vez e �lvaro Uribe.
N�o h� consulados ou voos diretos e a fronteira permaneceu fechada entre 2019 e outubro de 2021, o que colapsou o com�rcio bilateral.
"As rela��es diplom�ticas n�o podem depender ou se concentrar no simples clientelismo ideol�gico", disse � AFP o historiador �ngel Lombardi, professor da Universidade de Zulia (LUZ), regi�o fronteiri�a com a Col�mbia.
"Se prevalecer o bom senso, eles ter�o uma rela��o baseada no pragmatismo e no interesse comum."
"Novos tempos est�o no horizonte", comemorou Maduro no Twitter.
"Muda radicalmente a rela��o com a Venezuela com o simples fato de que a oligarquia deixa de governar" na Col�mbia, disse Diosdado Cabello, n�mero dois do chavismo, em entrevista coletiva na segunda-feira.
- Migra��o, assunto-chave -
Migra��o, seguran�a fronteiri�a e com�rcio s�o pontos destacados na agenda.
O tema migrat�rio � crucial, quando milhares de pessoas cruzam diariamente a linha lim�trofe.
A Col�mbia acolhe dois milh�es dos seis milh�es de venezuelanos que migraram devido � crise de seu pa�s, que Duque regularizou para que possam trabalhar e acessar os servi�os p�blicos.
"A popula��o migrante, hoje principalmente venezuelana, receber� um tratamento digno e respeitoso nos direitos humanos", prometeu Petro em seu plano de governo.
A normaliza��o das rela��es, por outro lado, impulsionaria o interc�mbio comercial, que estava pr�ximo de 7,2 bilh�es de d�lares em 2008, mas entrou em colapso com o fechamento parcial da fronteira em 2015 e total em 2019.
A C�mara Colombo-Venezuelana administra proje��es de 800 milh�es a 1,2 bilh�o de d�lares em 2022, depois que no ano passado o valor era de cerca de 400 milh�es de d�lares.
"Uma nova cortina se levanta", disse � AFP Wladimir Tovar, l�der da associa��o patronal venezuelana Fedecamaras, no estado fronteiri�o de T�chira. "Com a Col�mbia sempre houve uma rela��o pr�xima", acrescentou.
No entanto, a regi�o � palco de confrontos entre grupos armados e for�as p�blicas, em meio a den�ncias de Bogot� de que Maduro abriga dissidentes das Farc, guerrilheiros do ELN e narcotraficantes. O presidente socialista nega e acusa Duque de enviar paramilitares para desestabilizar a Venezuela.
- Virada pol�tica -
Duque liderava na regi�o a press�o diplom�tica para retirar Maduro do poder, causa que vem perdendo adeptos. O resultado eleitoral de domingo se une ao retorno da esquerda � Argentina e muito provavelmente ao Brasil nos pr�ximos meses.
A situa��o deixa Guaid� em m� posi��o, cada vez mais enfraquecido, embora mantenha o apoio de Washington.
A Col�mbia foi um dos principais destinos de aliados de Guaid� que se exilaram por de processos criminais ou investiga��es na Venezuela, como seu antigo "ministro das Rela��es Exteriores", Julio Borges.
No entanto, Jes�s Esparza Bracho, professor de direito da Universidade Rafael Urdaneta de Maracaibo (Zulia, oeste), diz que o fato de Maduro e Petro serem de esquerda n�o implica uma alian�a autom�tica.
"Maduro est� mais alinhado com regimes menos democr�ticos e essa n�o � necessariamente a linha de Petro", comentou o especialista, que acha que o pr�ximo governante colombiano pode ser um "catalisador" no processo de negocia��es pol�ticas entre Maduro e a oposi��o, paralisada desde o �ltimo outubro.
"A instabilidade na Venezuela � uma amea�a para Petro, como a instabilidade colombiana foi para a Venezuela por muitos anos", acrescentou.
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CARACAS
'A cortina se levanta': a rela��o Col�mbia-Venezuela ap�s o triunfo de Petro
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