A direita conservadora dos Estados Unidos recebeu com satisfa��o nesta sexta-feira (24) a senten�a da Suprema Corte que "joga na lata de lixo da hist�ria" o direito ao aborto, enquanto os progressistas e diversas organiza��es sociais prometem seguir "lutando" para defend�-lo.
Em um discurso televisionado, o presidente Joe Biden disse que era um "dia triste" para os Estados Unidos e classificou a decis�o de "erro tr�gico" como resultado de uma "ideologia extremista".
Por outro lado, o ex-presidente Donald Trump disse � emissora Fox News que a decis�o representa a "vontade de Deus", enquanto o ex-vice-presidente Mike Pence louvou o fato de a famosa senten�a do caso "Roe vs. Wade" que garantiu o direito ao aborto durante quase 50 anos tenha sido "jogada na lata de lixo da hist�ria".
A Campanha Pr�-Vida tamb�m se referiu a "um dia transcendental para os direitos humanos".
- Guinada -
Em uma guinada hist�rica, a Suprema Corte dos Estados Unidos enterrou a senten�a que garantia o direito de interromper a gesta��o.
A decis�o, no entanto, n�o torna ilegal a interrup��o volunt�ria da gravidez, mas devolve o pa�s � situa��o vigente antes da senten�a "Roe vs. Wade" de 1973, quando cada estado era livre de autoriz�-la ou n�o.
V�rios estados j� anunciaram a proibi��o do aborto em seus territ�rios.
"Este � um dia monumental para a santidade da vida", disse o procurador-geral do Missouri, Eric Schmitt, em um tweet acompanhado de uma imagem que o mostra ratificando um texto que "realmente" p�e fim ao aborto neste estado conservador do centro do pa�s.
A governadora republicana de Dakota do Sul, Kristi Noem, disse que o aborto agora � ilegal neste estado do norte dos Estados Unidos, sob uma lei chamada de "gatilho" que havia sido redigida com antecipa��o para entrar em vigor automaticamente em caso de mudan�a de jurisprud�ncia pela Suprema Corte.
- 'A vontade' -
Os campos a favor e contra se mobilizaram de imediato.
"Hoje, a Suprema Corte n�o s� reverteu quase 50 anos de precedente hist�rico, mas relegou a decis�o mais intensamente pessoal que algu�m pode tomar aos caprichos de pol�ticos e ide�logos, atacando as liberdades fundamentais", tuitou o ex-presidente democrata Barack Obama.
Por sua vez, a principal organiza��o americana de planejamento familiar prometeu que continuar� "lutando" para restaurar este direito e preserv�-lo tanto quanto poss�vel a n�vel local.
Os governadores de tr�s estados liberais da costa oeste dos Estados Unidos, anunciaram uma iniciativa conjunta para garantir e defender o acesso ao aborto, minutos depois que a Suprema Corte emitisse uma decis�o suprimindo este direito.
"Eles querem restringir a liberdade das mulheres [...] a Calif�rnia se uniu a Oregon e Washington para defender as mulheres e proteger seu direito a ter sa�de reprodutiva", disse em comunicado o governador da Calif�rnia, Gavin Newsom.
"O aborto � um cuidado de sa�de, e n�o importa de onde voc� venha, o Oregon n�o dar� as costas a algu�m em busca de cuidados sanit�rios", disse a governadora, Kate Brown. "Deixem-me ser clara: n�o � poss�vel proibir o aborto, apenas proibir o direito a um aborto seguro", acrescentou.
Seu colega no estado de Washington, Jay Inslee, argumentou que "o direito a escolher n�o deve depender de qual � o partido da maioria, mas � neste ponto em que estamos".
As autoridades regionais anunciaram nesta sexta a��es legais e o envio de recursos destinados para que a sa�de reprodutiva seja acess�vel �s mulheres de qualquer regi�o do pa�s dentro de seus estados.
- 'Passo atr�s' -
Em n�vel internacional, Canad� e Reino Unido, dois dos aliados mais pr�ximos dos Estados Unidos, deploraram a decis�o da Suprema Corte.
"As not�cias dos Estados Unidos s�o horr�veis. Meu cora��o est� com as milh�es de mulheres americanas que v�o perder seu direito legal ao aborto", tuitou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.
O primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson, lamentou, por sua vez, o "grande passo para tr�s" que ocorreu.
Durante o seu discurso, Joe Biden lamentou que os Estados Unidos fosse uma "exce��o" no mundo.
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