O pa�s vive uma nova polariza��o, entre os estados que j� negam ou se preparam para negar o direito ao aborto, vigente h� 50 anos, e os que o mant�m.
Dezenas de novos protestos ocorrer�o neste s�bado, ap�s os j� realizados na sexta-feira, a grande maioria pac�fica, embora a pol�cia tenha disparado g�s lacrimog�neo contra manifestantes em Phoenix, Arizona, e grupos antidist�rbios dispersaram manifesta��es no centro de Los Angeles.
Muitos temem que a Suprema Corte, que desde o mandato de Donald Trump tem uma clara maioria conservadora, possa agora focar no direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo ou � contracep��o.
Pelo menos oito estados de direita j� impuseram proibi��es ao aborto e um n�mero semelhante far� o mesmo nas pr�ximas semanas depois que o tribunal derrubou as prote��es constitucionais para o procedimento, atraindo cr�ticas de alguns dos aliados mais pr�ximos do aborto.
A Suprema Corte anulou o hist�rico Roe v. Wade, que consagrou o direito da mulher ao aborto em n�vel federal em 1973, permitindo que cada estado promulgasse sua pr�pria legisla��o sobre o assunto.
O presidente Joe Biden, que chamou essa decis�o de "erro tr�gico" decorrente da "ideologia extremista", falou novamente neste s�bado de manh� depois de assinar uma lei de controle de armas.
"Sei como esta decis�o � dolorosa e devastadora para muitos americanos", disse ele na Casa Branca. "Meu governo se concentrar� em como � administrada e se outras leis est�o sendo violadas."
Na sexta-feira, Biden pediu ao Congresso que restaure as prote��es ao aborto como lei federal, dizendo que Roe estar� "nas urnas" nas elei��es de novembro.
- "Tudo nos foi tirado" -
Centenas de pessoas se manifestaram em Washington na noite de sexta-feira em frente � Suprema Corte, que foi cercada anteriormente.
No Missouri, que assim que a decis�o do tribunal foi tomada para proibir o aborto em todos os casos, manifestantes se reuniram na noite de sexta-feira em St. Louis do lado de fora da �ltima cl�nica de aborto do estado.
Pamela Lukehart, de 68 anos, conteve as l�grimas ao relembrar como eram as coisas antes da legaliza��o do aborto: "Naquela �poca, as mulheres morriam fazendo abortos", disse � AFP com a voz embargada. "Est�vamos tentando proteger os direitos das mulheres, a vida das mulheres, e agora tudo nos foi tirado", acrescentou.
Vinte estados devem restringir severamente ou proibir e criminalizar o aborto. Nesses territ�rios, as mulheres ter�o que continuar a gravidez, fazer um aborto clandestino, obter p�lulas abortivas ou viajar para outro estado onde ainda seja legal.
Embora a decis�o represente uma vit�ria para a direita religiosa, os l�deres do movimento conservador, em grande parte crist�o, disseram que n�o vai longe o suficiente e que pressionar�o pela proibi��o do aborto em todo o pa�s.
V�rios estados governados por democratas, prevendo um afluxo de pacientes, j� tomaram medidas para facilitar o aborto e tr�s deles (Calif�rnia, Oregon e Washington) publicaram uma declara��o comum para defender o acesso a essas interven��es.
WASHINGTON