Ghislaine Maxwell � sentenciada a 20 anos de pris�o por crimes sexuais

Ghislaine Maxwell foi sentenciada nesta ter�a-feira (28) a 20 anos de pris�o por um juiz federal americano por ajudar o falecido consultor financeiro Jeffrey Epstein a abusar sexualmente de menores.

A filha do magnata brit�nico da imprensa Robert Maxwell, que tem nacionalidade americana e francesa, foi condenada por tr�fico sexual de menores para Epstein, seu ex-parceiro e amigo, que cometeu suic�dio na pris�o em 2019.

Na audi�ncia final em um tribunal de Manhattan, Maxwell admitiu "o terr�vel dano" que causou "a muitas mulheres". "� dif�cil de ouvir e ainda mais dif�cil de assumir. Sinto por toda a dor que passaram", declarou.

A condena��o de Maxwell, de 60 anos, � inferior � pena de 30 a 55 anos pedida pela promotoria nova-iorquina.

O j�ri a considerou culpada em 29 de dezembro de cinco das seis acusa��es contra ela, incluindo a de tr�fico sexual de menores para Epstein.

Para a acusa��o, a sua "responsabilidade" no tr�fico e "a total falta de remorso" justificaram o pedido da pena longa para esta 'jet setter' internacional, formada em Oxford, que est� presa nos Estados Unidos desde o ver�o de 2020.

Ap�s a tentativa frustrada de invalidar o julgamento, sua defesa, liderada pela renomada criminalista Bobbi Sternheim, pediu clem�ncia para sua cliente e uma senten�a inferior a 20 anos.

No s�bado, Sternheim denunciou � ju�za respons�vel pelo caso, Alison Nathan, que Maxwell havia sido isolado em uma cela por risco de suic�dio, "sem justificativa", apesar de um exame psicol�gico posterior "determinar que n�o � suicida".

Sua cliente, assegurou, n�o est� autorizada a "possuir ou revisar documentos legais", nem "papel ou caneta", o que a "impediu de se preparar para a senten�a", o que justificaria um adiamento da decis�o.

- "O erro de sua vida" -

A defesa de Maxwell considera que ela foi v�tima da influ�ncia nefasta exercida tanto por seu pai - "autorit�rio, narcisista e exigente" - quanto por Epstein, quem conheceu ap�s a morte em circunst�ncias misteriosas de seu pai.

O relacionamento com o financista bilion�rio foi "o pior erro de sua vida", afirmou a defesa.

Maxwell e Epstein foram um casal no in�cio dos anos 1990, antes de se tornarem colaboradores profissionais e c�mplices em seus crimes sexuais por quase 30 anos.

Em seu julgamento, realizado em um tribunal de Manhattan no ano passado, Maxwell foi descrita como uma "predadora sofisticada" que agia conscientemente para atrair e seduzir jovens para o prazer de Epstein e seus amigos, incluindo o pr�ncipe Andrew da Inglaterra, em suas resid�ncias na Fl�rida, Manhattan ou nas Ilhas Virgens.

As testemunhas "Jane", "Kate", "Carolyn" e Annie Farmer, a �nica que testemunhou sem pseud�nimo, contaram suas vidas destru�das pelas rela��es sexuais for�adas que tiveram com Epstein quando tinham entre 14 e 17 anos, muitas vezes na presen�a de Maxwell.

- "Porta do inferno" -

Virginia Giuffre, uma das v�timas do casal Maxwell-Epstein que denunciou o pr�ncipe Andrew por abuso sexual quando era menor de idade, divulgou na sexta-feira, segundo a rede Law&Crime; Production, um comunicado no qual acusa Maxwell de ser quem a levou at� seu agressor.

"Para mim, e para muitas outras, voc� abriu a porta do inferno. E ent�o, Ghislaine, como um lobo em pele de cordeiro, usou sua feminilidade para nos trair e nos meteu nisso", diz a publica��o.

O pr�ncipe Andrew da Inglaterra, amigo de Epstein, chegou a um acordo financeiro em fevereiro - no valor de 13 milh�es de d�lares, segundo a imprensa brit�nica - para encerrar um processo de abuso movido por Giuffre, que assegurou que Epstein e Maxwell a "emprestaram" para fazer sexo com o pr�ncipe quando ainda era menor.

O julgamento de Maxwell seguiu a pris�o de Epstein, em 6 de julho de 2019, por explora��o sexual de menores e associa��o criminosa. Seu suic�dio na pris�o o salvou do julgamento, mas a promotoria prometeu investigar seus poss�veis c�mplices.