Em sil�ncio, os dois acusados, que se declararam inocentes, ouviram a leitura do veredicto do processo, pelo qual poderiam ter sido condenados a cinco anos de pris�o.
O Tribunal Penal Federal de Bellinzona n�o seguiu as recomenda��es da Promotoria, que havia solicitado em junho pena de um ano e oito meses de pris�o com suspens�o condicional.
"Estou muito feliz (...) A rea��o do mundo do futebol ser� boa, porque Platini e eu �ramos grandes cabe�as pensantes da nossa organiza��o", comemorou Sepp Blatter na sa�da do tribunal.
"Um tribunal neutro constatou que nenhum crime foi cometido neste caso. Meu cliente est� completamente absolvido e aliviado por isso", comentou Dominic Nellen, advogado de Michel Platini.
Por sua vez, o ex-capit�o da sele��o francesa comemorou em um breve comunicado a vit�ria na "primeira partida" e voltou a mencionar uma manipula��o pol�tico-judicial que pretendia afast�-lo do poder: "Neste caso h� culpados que n�o compareceram ao processo. Que contem comigo, nos veremos novamente".
Michel Platini suspeita em particular de um papel oculto de Gianni Infantino, seu ex-bra�o direito na Uefa, eleito em 2016 como presidente da Fifa, e objeto desde 2020 de um processo distinto por tr�s reuni�es secretas com o ex-presidente do Minist�rio P�blico su��o.
Sem conseguir vincular este caso com os fatos julgados em Bellinzona, o franc�s de 67 anos e o su��o de 86 anos compareceram ao tribunal porque "teriam obtido ilegalmente, em detrimento da Fifa, um pagamento de 2 milh�es de francos su��os" (1,8 milh�o de milh�es de d�lares) em favor de Michel Platini".
Defesa e acusa��o concordaram em um ponto: o ex-jogador, que venceu tr�s vezes o pr�mio Bola de Ouro, prestou assessoria para Blatter entre 1998 e 2002, durante o primeiro mandato do su��o como presidente da Fifa. Os dois assinaram em 1999 um contrato que estipulava uma remunera��o anual de 300.000 francos su��os, valor pago integralmente pela Fifa.
Mas em janeiro de 2011, o ex-jogador da Juventus - que na �poca era presidente da Uefa (2007-2015) - mencionou a exist�ncia de "uma d�vida de 2 milh�es de francos su��os", descrita como "fatura falsa" pela acusa��o.
Os dois insistem, no entanto, que concordaram desde o in�cio com um sal�rio anual de um milh�o de francos su��os por meio de um "acordo de cavalheiros", verbal e sem testemunhas, sem que as finan�as da Fifa permitissem o pagamento imediato a Platini.
O tribunal considerou que a fraude "n�o ficou estabelecida com uma verossimilhan�a para confiar na certeza", aplicando assim o princ�pio do Direito que prev� o benef�cio da d�vida em favor do r�u.
A possibilidade de um recurso continua aberta, uma decis�o que a Promotoria afirmou ainda n�o ter tomado.
BELLINZONA