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Estado de Minas BOGOT�

Desinforma��o sobre Petro ultrapassa fronteiras ap�s sua elei��o na Col�mbia


15/07/2022 20:07

De uma suposta foto com o traficante Pablo Escobar a falsos an�ncios de governo: a desinforma��o que circulou durante a campanha na Col�mbia contra o presidente eleito Gustavo Petro e sua colega de chapa, Francia M�rquez, ultrapassou as fronteiras para influenciar as din�micas eleitorais ibero-americanas.

O servi�o de checagem da AFP identificou v�rios conte�dos de desinforma��o sobre o ex-guerrilheiro e senador Petro e a ambientalista M�rquez, divulgados fora da Col�mbia um dia depois do segundo turno de 19 de junho, aproveitando a agita��o pol�tica, como explicara, analistas.

"Este fluxo mostra a polariza��o na regi�o, que certamente se reflete nas narrativas online", disse � AFP Esteban Ponce de Le�n, pesquisador do Digital Forensic Research Lab.

"A Am�rica Latina tem tido mudan�as importantes ou transi��es de governos com diferentes posturas e o fato de Petro ser o primeiro presidente de esquerda na Col�mbia mexe com muitas rela��es nos outros pa�ses", explicou.

Em pa�ses como Brasil, Chile, Equador, M�xico, Peru e Argentina tem circulado, por exemplo, um suposto artigo jornal�stico, segundo o qual Petro prop�s que as fam�lias compartilhassem resid�ncias com mais de 65 metros quadrados. O AFP Factual, servi�o de checagem da AFP em espanhol, n�o encontrou registros desta proposta e identificou que em 2018 o pol�tico havia denunciado que o mesmo desenho foi usado para atribuir a ele outras declara��es sem evid�ncias.

Uma imagem na qual M�rquez supostamente posa ao lado de uma picha��o que diz "hoje comi feto no caf� da manh�" foi divulgada na Guatemala, Peru e Argentina, mas se trata de uma manipula��o digital.

Como comentou � AFP Cristina V�lez, diretora da Linterna Verde, organiza��o de monitoramento do debate na internet, a migra��o desta desinforma��o a outros territ�rios se deve � exist�ncia de grupos transnacionais que "trabalham contra o avan�o do progressismo na Am�rica Latina".

Costumam buscar, acrescentou, informa��o para confirmar tr�s vieses: "que h� um bloco da esquerda internacional que quer tomar os pa�ses", "que h� uma elite que quer passar por cima de (sua) soberania" e "que a fam�lia e os valores tradicionais est�o em perigo".

"Petro serve a todos estes setores para construir narrativas. Da direita, a desinforma��o costuma dizer que ele tem v�nculos com o governo da Venezuela, e Francia [M�rquez] lhes serve para refor�ar a ideia do caos dos valores", acrescentou a especialista.

De fato, na Venezuela foi reproduzido ap�s a elei��o de Petro um suposto tu�te, do qual a AFP n�o encontrou registro, no qual M�rquez apontaria que os colombianos devem "acabar com o capitalismo" e os insta a viver como os venezuelanos: "sem cobi�a, sem avareza, sem coisas materiais" e "s� comendo o estritamente necess�rio".

Outro conte�do que migrou para o exterior foi uma suposta foto de Petro ao lado do narcotraficante Pablo Escobar, amplamente divulgada no Brasil, com mensagens como: "Gustavo Petro, o protegido de Lula", mas se tratava de uma montagem na qual foi acrescentado o rosto do pol�tico colombiano.

Para Carlos Rodr�guez, professor da Universidade de La Sabana, na Col�mbia, esta passagem de fronteiras deve-se usualmente a "um motivo ideol�gico e usa-se como uma arma pol�tica para gerar medo, geralmente com o objetivo de influir no comportamento pol�tico eleitoral".

Este tipo de conte�dos, explicou V�lez � AFP, "serve, por exemplo, aos opositores de partidos de esquerda que estejam no poder para alimentar os ataques contra estes governos".

"Serve ao setor de direita no Chile para continuar falando mal da Conven��o [Constitucional] e do plebiscito, que � em setembro. Tamb�m (serve) � campanha de Bolsonaro no Brasil e � uma forma de atacar o novo governo de Xiomara Castro em Honduras", disse a cientista pol�tica.

Na avalia��o de V�lez e Rodr�guez, a migra��o destes conte�dos sobre a dupla presidencial colombiana tem um precedente: houve um fluxo similar depois das presidenciais de dezembro de 2021 no Chile, quando a desinforma��o contra o presidente Gabriel Boric chegou � Col�mbia devido � sua afinidade ideol�gica com Petro.

"Assim como se difundiu a ideia de que 'vamos nos tornar a Venezuela', na regi�o tamb�m se usou a figura do 'aten��o ao que est� acontecendo no Chile com o presidente da esquerda' e chegar� a ideia de que vamos virar uma Col�mbia", acrescentou Rodr�guez.


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