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Estado de Minas FUJISAWA

A revolu��o do trabalho flex�vel no Jap�o


16/07/2022 15:11

Antes da pandemia da covid-19, Tsutomu Kojima "nunca tinha pensado em teletrabalho", mas agora n�o quer ficar sem ele: mesmo no Jap�o, um pa�s com longas jornadas no escrit�rio, o trabalho flex�vel est� se tornando, pouco a pouco, norma.

Embora seu trabalho como vendedor na Hitachi tenha sua sede em T�quio, este pai de 44 anos trabalha de casa, todos os dias, em Nagoya, 340 km a oeste da capital, desde a eclos�o da covid-19, em 2020.

"As crian�as est�o muito felizes. Tenho mais tempo para ajud�-las no dever de casa, ou nas aulas. A mais nova me disse que quer continuar assim", disse ele � AFP.

A situa��o atual contrasta com o pr�-pandemia, quando foi morar, sozinho, na �rea de T�quio, depois de uma mudan�a na empresa e via sua fam�lia somente em fins de semana alternados. "Eu me sentia muito solit�rio", desabafa.

Kojima acredita que sua produtividade aumentou ao evitar o tempo de deslocamento. Com o teletrabalho, tamb�m percebeu que n�o precisa sacrificar tudo em nome da carreira.

"N�o renuncie a sua fam�lia: esse � o equil�brio", ensina.

- 'Um choque positivo' -

Por quest�es culturais, o Jap�o foi, durante muito tempo, hostil ao teletrabalho.

Apenas 9% dos trabalhadores japoneses trabalhavam remotamente antes da pandemia, contra 32% nos Estados Unidos, e 22% na Alemanha, segundo dados do Nomura Research Institute.

Tradicionalmente, no Jap�o, "o trabalho deve ser feito cara a cara, no papel" e documentos importantes devem ser carimbados � m�o, disse � AFP Hiroshi Ono, soci�logo especializado em recursos humanos da Universidade Hitotsubashi, em T�quio.

"Antes da covid, para os empregados, era mais importante mostrar que trabalhavam duro do que produzir resultados reais", acrescenta.

"A covid foi um choque positivo para a forma japonesa de trabalhar", revelando suas muitas fontes de inefici�ncia, acrescentou Ono, que acredita que "este pa�s precisa de um pouco mais de flexibilidade".

O teletrabalho no Jap�o atingiu um pico de 31,5% na primavera de 2020.

Embora tenha diminu�do desde ent�o, esta modalidade permanece bem acima dos n�veis pr�-pandemia, atingindo 20% em abril de 2022, de acordo com pesquisas trimestrais do Centro de Produtividade do Jap�o.

- Adeus, T�quio -

Na tentativa de continuarem sendo atrativas, cada vez mais grandes empresas japonesas est�o adotando essa flexibilidade, permitindo que seus funcion�rios trabalhem apenas quatro dias por semana, ou renunciando a traslados geogr�ficos regulares.

Cerca de 350 empresas transferiram sua sede para fora da �rea metropolitana de T�quio em 2021, um n�mero recorde, conforme a consultoria Teikoku Databank.

A popula��o da capital tamb�m caiu no ano passado. Foi a primeira vez em 26 anos.

Kazuki e Shizuka Kimura, um jovem casal que trabalha no setor de comunica��o e marketing, decidiram este ano deixar seu pequeno apartamento em T�quio e se mudaram para uma casa aconchegante que constru�ram em Fujisawa, sudoeste da capital, perto do oceano.

"Foi realmente a covid que fez a gente tomar essa decis�o", disse Kazuki Kimura, de 33 anos, � AFP, feliz por ter come�ado a aprender a surfar nas horas vagas.

Em meio a essas transforma��es, Hiromi Murata, especialista do Recruit Works Institute, adverte que � prov�vel que as desigualdades aumentem no pa�s, sobretudo, porque as pequenas e m�dias empresas (excluindo-se as "startups") levam mais tempo para se adaptar aos novos m�todos de trabalho.

"Antes era t�o importante se reunir no escrit�rio (...). Cada empresa tem de encontrar seu novo equil�brio, � sua maneira e no seu pr�prio ritmo", conclui.

NOMURA RESEARCH INSTITUTE

HITACHI


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