Governo brit�nico � acusado de n�o levar onda de calor a s�rio

O governo brit�nico foi acusado, neste domingo (17), de n�o levar a s�rio a onda de calor que atingir� o pa�s a partir de segunda-feira (18), apesar dos alertas do setor de sa�de e dos meteorologistas.

As autoridades brit�nicas emitiram, pela primeira vez, um alerta nacional de calor extremo.

Este alerta "vermelho" implica um "risco para a vida", advertiu a ag�ncia meteorol�gica.

Diante da onda de calor, Dominic Raab, adjunto do primeiro-ministro Boris Johnson, pediu que se respeite alguns "conselhos de senso comum".

"Mantenha-se hidratado, evite sol nas horas mais quentes e passe protetor solar, esse tipo de coisa", disse ele � Sky News.

Ao mesmo tempo, afirmou que � preciso "aproveitar o sol", que o pa�s � resistente o suficiente para aguentar o calor e que n�o h� raz�o para fechar as escolas.

Suas declara��es foram criticadas por profissionais de sa�de e meteorologistas.

"N�o � um dia bonito de sol, em que voc� pode passar protetor solar, ir nadar, ou comer fora", frisou o diretor-executivo do College of Paramedics, Tracy Nicholls, reconhecido corpo profissional para param�dicos no pa�s.

"Trata-se de um calor severo que pode, de fato, provocar mortes, porque � forte demais", acrescentou.

"N�o estamos preparados para esse tipo de calor neste pa�s", insistiu.

O ministro dos Transportes, Kit Malthouse, alertou que haver� "grandes interrup��es" no setor, enquanto o prefeito de Londres, Sadiq Khan, aconselhou a popula��o a usar o transporte p�blico apenas se for "absolutamente necess�rio".

As temperaturas podem passar dos 40�C em Londres, pela primeira vez. O recorde de temperatura no Reino Unido foi alcan�ado em 25 de julho de 2019, quando bateu 38,7 �C em Cambridge, no leste da Inglaterra.

- Responsabilidade clim�tica -

V�rios pa�ses da Europa Ocidental continuavam lutando, neste domingo (17), contra devastadores inc�ndios florestais, deflagrados por essa onda de calor.

Segundo os cientistas, existe uma rela��o direta entre as ondas de calor e a mudan�a clim�tica, j� que as emiss�es de gases de efeito estufa aumentam sua intensidade, dura��o e frequ�ncia.

Nesse sentido, o presidente da COP26, Alok Sharma, pediu hoje aos candidatos ao cargo de primeiro-ministro brit�nico que n�o abandonem o objetivo de neutralidade de carbono do Reino Unido.

A c�pula internacional do clima (COP26) foi sediada pelo Reino Unido em Glasgow, em novembro passado, em busca da ado��o de medidas para a redu��o do aquecimento global.

"Qualquer um que aspira a dirigir nosso pa�s deve mostrar que levar� o assunto muito a s�rio", disse o brit�nico ao jornal "The Observer".

"Espero que todos os candidatos se deem conta de por que isso � t�o importante para os eleitores (...) E espero que vejamos, sobretudo, nos dois �ltimos candidatos, compromissos muito claros" sobre a quest�o, acrescentou.

Dos cinco candidatos ainda na disputa para suceder a Boris Johnson em Downing Street, apenas o ex-ministro das Finan�as Rishi Sunak n�o questionou a meta do pa�s de neutralidade de carbono at� 2050.

Dos nomes ainda na corrida para Downing Street, a ex-ministra brit�nica da Igualdade Kemi Badenoch manifesta reservas a manter as metas, enquanto a chanceler Liz Truss e outros pediram um "replanejamento" em rela��o � forma de alcan��-las.

O novo primeiro-ministro brit�nico ser� anunciado em 5 de setembro, em meio a uma tentativa do Partido Conservador de reconstruir seu apoio popular, abalado por uma s�rie de esc�ndalos que levaram � ren�ncia de Johnson em 7 de julho como l�der da sigla.