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Estado de Minas NA��ES UNIDAS

Conselho de Seguran�a da ONU analisa relat�rio sobre menores em conflitos armados


19/07/2022 16:40

Sequestros, recrutamentos, estupros, casamentos for�ados, assassinatos: o Conselho de Seguran�a analisou, nesta ter�a-feira (19), o relat�rio da ONU sobre crian�as em conflitos armados, como os da Col�mbia, I�men, Afeganist�o, Iraque, S�ria, Sud�o do Sul ou Mali.

O documento confirma 23.982 viola��es graves dos direitos dos menores de idade, em 2021, em conflitos em 21 pa�ses e na bacia do lago Chade na �frica, embora a chamada "lista da vergonha" seja encabe�ada pelo Afeganist�o, Rep�blica Democr�tica do Congo, Israel e os territ�rios palestinos, Som�lia, S�ria e I�men.

Para ilustrar os n�meros inclu�dos no relat�rio elaborado por Virgina Gamba, representante especial do secret�rio-geral da ONU, o jovem Patrick Kumi, v�tima do conflito no Sud�o do Sul, levou sua hist�ria ao f�rum, al�m de "algumas recomenda��es" que pediu que escutassem.

Em 2016, quando ele tinha 15 anos e acompanhava o pai no campo, um grupo armado os sequestrou e ap�s sofrer torturas, seu pai foi executado na frente dele. E ele ouviu: "Junte-se � causa ou voc� vai morrer".

"N�o consigo me lembrar do que disse, mas me dei conta de que minha resposta havia sido sim", contou Kumi ao Conselho.

"Levei tr�s anos para me recuperar. Muitos na minha comunidade ainda n�o conseguiram. Alguns n�o se recuperam", revelou, esclarecendo que a sua "� s� mais uma hist�ria".

Ap�s agradecer sua presen�a perante os delegados dos 15 membros do Conselho de Seguran�a das Na��es Unidas, Kumi ressaltou, por�m, que ouvir uma pessoa "uma vez ao ano n�o � suficiente".

"Os menores em grupos armados s�o vistos como uma amea�a e � preciso fazer mais para ajudar as pessoas a entender suas necessidades e o que elas passaram", defendeu.

O jovem tamb�m exigiu "as mesmas oportunidades" de forma��o que os demais e fundos para organiza��es e comunidades locais, j� que as ag�ncias internacionais, "quando chega a hora, v�o embora".

- Apoio "agora" -

Para Gamba, "os menores em conflitos armados precisam do nosso apoio. E precisam agora".

"Entre o muito que podemos fazer" est� limpar o terreno de conflitos que t�m um "impacto devastador sobre os menores" e que geram tantas v�timas fatais e amputa��es.

Tamb�m pediu �s partes em conflito que respeitem os direitos humanos e o ref�gio, que aqueles que violam o direito humanit�rio internacional sejam levados � justi�a.

"Todo menor tem o direito de ser protegido tanto em tempos de paz quanto em guerra", lembrou a diretora do Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef), Catherine Russell.

Sequestros, estupros e outras formas de viol�ncia sexual contra menores aumentaram 20% em 2021 em rela��o ao ano anterior, que j� havia registrado um crescimento de 90% nessas agress�es, segundo o relat�rio da ONU.

As estat�sticas escondem realidades ainda mais tr�gicas. Por exemplo, o sequestro de meninas para fins sexuais, casamentos for�ados e explora��o aumentaram 41% em 2021.

- Col�mbia -

Ainda que sua situa��o n�o seja compar�vel � dos pa�ses mais afetados, a Col�mbia aparece pela primeira vez na "lista da vergonha", ao registrar 231 viola��es graves contra 192 menores (136 meninos, 56 meninas), a maioria com idade entre 12 e 17 anos.

S�o respons�veis por essas viola��es as For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia - Ex�rcito do Povo (Farc-EP) (75), o Ex�rcito de Liberta��o Nacional (ELN) (17), as Autodefesas Gaitanistas da Col�mbia (AGC) (17), perpetradores n�o identificados (8) e Los Caparrapos (6).

Futuros relat�rios dever�o incluir novos pa�ses e novos focos de conflito, como Eti�pia, Mo�ambique e Ucr�nia, alertam os autores.

O Brasil, que est� presidindo o Conselho de Seguran�a este m�s, quis destacar no debate a situa��o dos refugiados, deslocados internos e ap�tridas.

De acordo com o Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Refugiados (Acnur), 41% de todas as pessoas deslocadas � for�a em 2021 no mundo eram menores.


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