"Vamos cumprir a meta de 2,5% do d�ficit fiscal prim�rio (ndlr: antes do pagamento dos juros da d�vida). Vamos fazer todas as corre��es necess�rias para cumprir com nossa palavra", disse Massa em sua primeira coletiva de imprensa ap�s ser empossado pelo presidente Alberto Fern�ndez.
A Argentina se comprometeu com a redu��o do d�ficit nas finan�as p�blicas em um acordo de 44 bilh�es de d�lares com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI). A meta � baix�-lo de 3% do PIB, que atingiu em 2021, para 2,5% este ano; depois para 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.
"Tivemos uma primeira reuni�o com o FMI, produtiva, para continuar com os desembolsos previstos" no programa de cr�dito, declarou Massa.
O novo ministro enfatizou que o governo vai abandonar o recurso da emiss�o monet�ria para fechar a brecha nas finan�as p�blicas, um mecanismo enfraquece o peso e alimenta a infla��o.
"N�o vamos pedir mais dinheiro de emiss�o ao Banco Central", afirmou, depois de semanas de amplia��o da diferen�a entre a taxa de c�mbio oficial (139 pesos por d�lar) e a paralela, informal ou "blue" (298 pesos por d�lar).
- "F�brica de pobreza" -
Massa prometeu combater a infla��o, que descreveu como "a maior f�brica de pobreza" de um pa�s.
A Argentina registra um dos maiores �ndices de infla��o do mundo, com 36,2% no primeiro semestre de 2022. A pobreza chega a 37% de seus 47 milh�es de habitantes.
"A infla��o � um dos principais temas a serem enfrentados. O m�s que termina (julho) e o que come�a (agosto) ser�o os mais dif�ceis em termos de infla��o, e a partir de a� vamos percorrendo uma curva descendente", disse.
"Temos que resolver essas duas caras da Argentina, que cresce 6% ao ano e gera emprego, mas que tem uma enorme falta de confian�a em sua moeda, desordem nos gastos, brechas no investimento p�blico e uma enorme injusti�a na distribui��o de renda", enfatizou.
Massa, um advogado de 50 anos que acaba de renunciar � presid�ncia da C�mara dos Deputados, concentra sob seu comando a fus�o de tr�s minist�rios: Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecu�ria e Pesca.
Mas diante daqueles que o chamam de "super ministro", ele advertiu: "N�o sou um 'super nada', nem mago, nem salvador. Venho trabalhar com muito empenho."
Seu alto perfil pol�tico e seu peso dentro da coaliz�o governista Frente de Todos (peronismo de centro-esquerda) lhe renderam o apoio de Fern�ndez e da vice-presidente Cristina Kirchner, cujos desentendimentos com o presidente nos �ltimos meses geraram turbul�ncia na economia.
"Era necess�rio uma figura forte que pudesse transmitir � sociedade e aos agentes econ�micos o respeito ao que foi acordado", disse � AFP Hern�n Letcher, diretor do Centro Argentino de Economia Pol�tica.
- Em busca de fundos -
Massa substitui a economista Silvina Batakis, que sequer completou um m�s no cargo. Ela foi indicada com urg�ncia ap�s a ren�ncia prematura de Mart�n Guzm�n, o arquiteto do refinanciamento da d�vida e que atuava como ministro da Economia desde que Fern�ndez assumiu o poder em dezembro de 2019.
O ministro enfrenta outro desafio central: aumentar as reservas internacionais dispon�veis, que os analistas dizem estar em n�veis cr�ticos.
Para isso, Massa anunciou um acordo com os exportadores para antecipar as vendas, em busca da entrada de cerca de 5 bilh�es de d�lares nos cofres do Banco Central nos pr�ximos 60 dias.
Para V�ctor Beker, diretor do Centro de Estudos da Nova Economia da Universidade de Belgrano, os an�ncios "s�o importantes, v�o na dire��o certa, mas ficaram aqu�m das expectativas".
"Ainda estamos longe de ter um plano econ�mico integral, longe de ter respostas sobre como a infla��o vai ser combatida, ou como vai funcionar o mercado de c�mbio", explicou Beker � AFP.
O plano do ministro para impulsionar a economia argentina, a terceira maior da Am�rica Latina, inclui uma maior explora��o dos recursos energ�ticos, al�m do l�tio, e o aumento da produ��o agropecu�ria, principal fonte de divisas do pa�s.
BUENOS AIRES