A dilig�ncia, classificada de "opera��o pol�tica" por simpatizantes do magnata republicano, foi realizada na segunda-feira na resid�ncia de Trump em Mar-a-Lago, em Palm Beach, por agentes do FBI, a pol�cia federal investigativa dos EUA.
Segundo a imprensa, as buscas teriam sido motivadas pelo poss�vel manuseio incorreto de documentos classificados, que Trump teria levado para sua propriedade na Fl�rida, ap�s deixar a Casa Branca em janeiro de 2021.
O Washington Post reportou que alguns dos documentos procurados podem estar relacionados com o arsenal nuclear americano. Contudo, Trump denunciou nesta sexta, em sua rede social Truth Social, que o FBI poderia ter "plantado informa��es" em sua resid�ncia.
A presidente da C�mara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, disse hoje que n�o havia sido informada sobre os motivos das buscas, mas lembrou que a lei regulamenta estritamente a posse de documentos confidenciais.
"� preciso reconhecer que esta informa��o, tal como foi divulgada - vamos saber mais posteriormente -, � altamente confidencial, muito acima do n�vel 'top secret' [ultrassecreto]", disse ela em coletiva de imprensa, na qual falou de um assunto potencialmente "muito grave".
A disposi��o incomum do Departamento de Justi�a de tornar p�blico o mandado de busca, anunciada na quinta-feira pelo procurador-geral e secret�rio de Justi�a dos EUA, Merrick Garland, foi bem recebida pelo ex-presidente.
"N�o s� n�o me oporei � divulga��o dos documentos relacionados com as buscas [...] como darei um passo adiante ao INCENTIVAR a publica��o imediata desses documentos", escreveu o magnata na Truth Social. Ele, no entanto, se absteve de divulgar a c�pia do mandado judicial que recebeu.
A opera��o de busca e apreens�o em Mar-a-Lago provocou uma tempestade pol�tica em um pa�s j� bastante dividido e acontece no momento em que Trump cogita se candidatar novamente � Casa Branca.
- 'Importante interesse p�blico' -
Os advogados de Trump t�m at� as 15h00 locais (16h00 em Bras�lia) para responder � proposta de Garland, que garantiu na quinta-feira, durante uma roda de imprensa excepcional, ter "aprovado pessoalmente" as buscas.
O procurador-geral tamb�m denunciou, durante seu breve pronunciamento televisionado, os "ataques infundados" dos republicanos contra o Departamento de Justi�a e o FBI.
"O Departamento [de Justi�a] n�o toma uma decis�o assim � toa", assinalou, ao acrescentar que o caso � de "importante interesse p�blico", a tr�s meses das elei��es legislativas de meio de mandato.
Ao pedir que o sigilo do mandado judicial fosse levantado, o Departamento de Justi�a citou, sem contradiz�-las, as declara��es de representantes de Trump indicando que o FBI buscava documentos de arquivo da Casa Branca, possivelmente segredos de defesa classificados.
O opera��o de segunda-feira foi a primeira na hist�ria dos Estados Unidos na casa de um ex-presidente.
Indignado, Trump disse na segunda-feira na Truth Social que seus advogados estavam cooperando "plenamente" com as autoridades quando, "de repente, e sem aviso pr�vio, Mar-a-Lago foi invadida, �s 6h30, por uma quantidade MUITO grande de agentes".
Em particular, se queixou de que os policiais "revistaram os arm�rios da primeira-dama" Melania Trump, "e vasculharam suas roupas e artigos pessoais".
Na quarta, ele j� havia sugerido que o FBI poderia ter "plantado" provas falsas contra si durante a opera��o.
- Bloco -
Embora sejam conhecidos por seu apoio �s for�as de seguran�a, simpatizantes republicanos reprovaram a interven��o do FBI.
Uma associa��o de agentes denunciou chamados "inaceit�veis [...] de viol�ncia contra a pol�cia".
Ontem, um homem armado que havia tentado entrar nos escrit�rio do FBI em Ohio (norte) foi morto pela pol�cia ap�s um longo enfrentamento.
Depois da opera��o em Mar-a-Lago, dirigentes republicanos formaram um bloco compacto de defesa do ex-presidente, quem mant�m forte controle sobre o partido conservador.
Seu ex-vice-presidente Mike Pence, embora seja um advers�rio potencial de Trump nas pr�vias republicanas, expressou sua "profunda preocupa��o" ap�s a opera��o policial.
Na quarta, apenas dois dias depois das buscas do FBI, Trump foi interrogado durante quatro horas no escrit�rio da procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, que investiga as pr�ticas comerciais da Organiza��o Trump.
Segundo a imprensa americana, o ex-presidente invocou mais de 400 vezes o seu direito a n�o responder preguntas consagrado na Quinta Emenda da Constitui��o.
WASHINGTON