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Estado de Minas WASHINGTON

Derrota de Liz Cheney consolida inclina��o do Partido Republicano ao 'trumpismo'


18/08/2022 15:52

A derrota de Liz Cheney para uma apoiadora fiel de Donald Trump nas elei��es prim�rias nos Estados Unidos ressalta a mudan�a dram�tica do Partido Republicano que, com o ex-presidente, se distancia do conservadorismo tradicional para se tornar uma forma��o pol�tica centrada em um l�der.

O fracasso de Cheney, na ter�a-feira, no estado de Wyoming, n�o s� p�e fim a suas esperan�as de tentar um quarto mandato na C�mara de Representantes nas elei��es de meio de mandato em novembro, mas tamb�m demonstra o forte rep�dio dos eleitores republicanos � linha anti-Trump.

Cheney, filha de Dick Cheney, ex-vice-presidente de George Bush filho, se alinhou �s posi��es de Trump quando era presidente em 93% de seus votos na C�mara. Mas ousou critic�-lo abertamente em um movimento pol�tico que parece cada vez menos aberto � dissid�ncia.

"Acredito que o Partido Republicano hoje est� muito mal e que temos muito trabalho pela frente", disse Cheney � emissora NBC na manh� seguinte � sua derrota.

"O pa�s precisa de um Partido Republicano baseado na subst�ncia, nos princ�pios, nas cren�as. (Mas) um partido que, ao contr�rio, abra�ou Donald Trump, abra�ou seu culto � personalidade, est� olhando para outro lado", avaliou.

Muitos presidentes republicanos, de Ronald Reagan a Bush filho, enfrentaram oposi��o interna. Mas os debates sobre as pessoas raramente ofuscaram as orienta��es fundamentais do partido: impostos mais baixos, livre com�rcio, um poder federal fr�gil e for�as de seguran�a poderosas.

- "Bastante assustador" -

Hoje, o "Grand Old Party", ou GOP, est� unido em torno de um homem que tem pouca considera��o por estes c�digos.

"O Partido Republicano n�o � o 'Partido de Reagan' ou o 'Partido de Nixon'", disse � AFP Aron Solomon, da ag�ncia de marketing Esquire Digital. "� um partido que se perdeu e agora encontrou seu caminho. Mas para muitos � um caminho bastante assustador".

Se a doutrina batizada de "Reaganomics" se tornou uma clara refer�ncia ao neoliberalismo, a ideologia por tr�s do "trumpismo" � mais dif�cil de detalhar para al�m de um populismo com matizes de nacionalismo.

O "trumpismo" tem um forte desapego pelas formas tradicionais da pol�tica, mas tamb�m alude ao "culto � personalidade" que Cheney descreveu.

No entanto, Trump, que chama seus cr�ticos republicanos de "RINO" (sigla em ingl�s para "republicanos s� de nome"), nem sempre esteve vinculado a este partido. Foi republicano na d�cada de 1980, mas em seguida se tornou independente e inclusive se aproximou do Partido Democrata, ao qual chegou a financiar.

- Apoio cego -

A metamorfose do Partido Republicano tamb�m fica evidente quando se compara as conven��es nacionais de 1980 e 2020.

Em 1980, o partido liderado por Reagan publicou um programa com cerca de 60 p�ginas, contendo propostas sobre impostos, assist�ncia social, transporte, imigra��o, direitos da mulher, sa�de.

Mas em 2020, no lan�amento da campanha de reelei��o de Trump, o partido abandonou por completo sua plataforma pol�tica e optou, ao contr�rio, por um apoio cego a seu l�der e suas prioridades, quaisquer que fossem.

"Tragicamente, parece que se perderam os princ�pios republicanos", escreveu Sean O'Keefe, que ocupou um alto cargo no governo de George Bush pai. "Nada o evidencia mais claramente do que a aus�ncia de uma agenda republicana para 2020".

O controle ferrenho de Trump sobre o partido ficou claro quando mais de dois ter�os dos republicanos da C�mara Baixa se negaram a certificar a vit�ria eleitoral de Joe Biden, horas depois de trumpistas invadirem o Capit�lio em uma tentativa de manter o magnata na Casa Branca.

E, em uma prova a mais da influ�ncia de Trump no partido, dos dez congressistas republicanos que votaram a favor de seu segundo julgamento pol�tico na C�mara de Representantes, em janeiro de 2021, apenas dois tentar�o manter seus cargos em novembro: quatro desistiram de se candidatar novamente e outros quatro foram derrotados nas prim�rias.

Cheney, que pertence a este segundo grupo, anunciou, no entanto, que far� "o que for necess�rio" para manter Trump fora do Sal�o Oval, n�o descartando inclusive disputar a indica��o presidencial para 2024.

Mas, para o analista Solomon, ela teria mais sucesso na m�dia do que nas urnas.

"O mais prov�vel � que vejamos Liz Cheney como comentarista de r�dio e televis�o" - disse -, "o que lhe cairia bem e lhe permitiria influenciar os eleitores".


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