"Hoje, regressa ao solo p�trio, pelas asas da For�a A�rea, o cora��o deste her�i nacional, primeiro imperador do Brasil", disse o ministro da Defesa, Paulo S�rgio Nogueira, em cerim�nia na base �rea.
"Esta importante rel�quia que representa, al�m da bravura e da paix�o, a imensur�vel for�a de nosso primeiro imperador", acrescentou Nogueira.
Dom Pedro � um personagem querido na historiografia tanto do Brasil como de Portugal e ficou dividido entre os dois pa�ses ap�s sua morte: seu cora��o, guardado como uma rel�quia em uma igreja no Porto, em Portugal, e o resto de seu corpo em um monumento � independ�ncia em S�o Paulo.
No entanto, depois que as autoridades do Porto permitiram emprest�-lo ao Brasil, o cora��o chegou � capital brasileira para as festividades do bicenten�rio de independ�ncia, em 7 de setembro.
"O cora��o do imperador ser� recebido com todas as honras de Estado, seguindo o mesmo ritual dispensado durante as visitas de chefes de outros pa�ses", disse em coletiva de imprensa o ministro Alan Coelho de S�llos, chefe do cerimonial de Itamaraty. "Ele ser� tratado como se Dom Pedro I estivesse vivo entre n�s", acrescentou.
No Brasil, o �rg�o, guardado em um recipiente de vidro dentro de uma urna dorada, ter� uma agenda intensa.
Na ter�a-feira, ser� recebido oficialmente pelo presidente Jair Bolsonaro, com honras militares no Pal�cio do Planalto.
Depois, permanecer� exposto por 17 dias no Pal�cio do Itamaraty, sede do Minist�rio das Rela��es Exteriores, sob estritas condi��es ambientes e com capacidade restrita de presentes, atendendo �s preocupa��es sobre a conserva��o do �rg�o.
- 'Palha�ada' -
Preservado em formol por 187 anos, o cora��o do imperador permaneceu guardado "a sete chaves" na igreja Nossa Senhora da Lapa no Porto, onde pertence de fato.
Antes de ser trazido ao Brasil, milhares de pessoas visitaram a rel�quia na igreja, em um exposi��o in�dita aberta ao p�blico durante o fim de semana, segundo a imprensa portuguesa.
No Brasil, qualquer movimenta��o da urna de aproximadamente nove quilos ser� supervisionado pessoalmente por um membro da pol�cia do Porto. O �rg�o retornar� a Portugal em 8 de setembro, um dia depois das comemora��es dos 200 anos de independ�ncia.
As comemora��es acontecer�o no meio da campanha eleitoral para as elei��es presidenciais de 2 de outubro, no momento em que Bolsonaro enfrenta cr�ticas por ati�ar paix�es nacionalistas com os atos relacionados com o cora��o "imperial".
Bolsonaro tamb�m planeja um com�cio com seguidores e um desfile militar no Dia da Independ�ncia.
Seus cr�ticos afirmam que a exibi��o do cora��o remete � decis�o da ditadura militar de trazer o corpo de Pedro I de Portugal, em 1972.
"Vai ser uma palha�ada Bolsonaro aguardar o cora��o como se fosse um dignat�rio", declarou a historiadora e antrop�loga Lilia Schwarcz, autora de livros sobre Pedro I e a independ�ncia do Brasil, que tamb�m denunciou o ato como um exemplo de "cultura m�rbida".
"Precisamos perguntar que no��o de hist�ria � essa. Uma hist�ria parada no tempo, morta, detida em �rg�o falido do corpo de um imperador", disse Schwarcz ao portal UOL.
Outros encararam a situa��o com bom humor.
"J� que o cora��o de D. Pedro chegou - e considerando que a invas�o napole�nica trouxe a corte portuguesa pra c� e marcou o in�cio do processo de independ�ncia - sugiro que tragam tamb�m para as celebra��es o p�nis de Napole�o Bonaparte", ironizou o historiador Luiz Ant�nio Simas em postagem no Twitter.
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BRAS�LIA
Em 'visita de Estado', cora��o de Dom Pedro I chega ao Brasil
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