As datas cruciais de cinco anos de crise:
- Opera��es militares -
Em 25 de agosto de 2017, militantes do Ex�rcito de Salva��o Rohingya de Arakan (ARSA) executam ataques coordenados a postos policiais no estado de Rakhine, em Mianmar, e matam pelo menos dez policiais.
Os militares respondem com opera��es nas aldeias rohingyas, supostamente para expulsar os insurgentes.
Foram reportados 400 rebeldes mortos, mas os opositores afirmam que civis representam a maioria das v�timas.
A ONU diz que pelo menos 1.000 pessoas perderam a vida nas primeiras duas semanas de opera��es militares.
- �xodo de refugiados -
At� 5 de setembro, mais de 120.000 rohingyas fogem para Bangladesh, lotando seus campos de refugiados prec�rios.
Pelo menos 200.000 rohingyas j� estavam no pa�s, procedentes de ondas anteriores de viol�ncia.
- Suu Kyi rompe o sil�ncio -
A revolta internacional aumenta contra Mianmar. Soldados s�o acusados de saquear as casas dos rohingyas e alguns l�deres mundiais alegam "limpeza �tnica".
Em sua primeira declara��o sobre a crise, a l�der civil de Mianmar e vencedora do Pr�mio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, promete em 19 de setembro responsabilizar os violadores de direitos humanos, mas se recusa a culpar os militares.
- Poss�vel "genoc�dio" -
Em 23 de novembro, Bangladesh e Mianmar concordam em come�ar a repatriar refugiados. Mas o Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Refugiados afirma que n�o est�o reunidas as condi��es necess�rias para o seu regresso em seguran�a e o processo � interrompido.
O comiss�rio de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, alerta em 5 de dezembro sobre poss�veis "elementos de genoc�dio" e pede uma investiga��o internacional.
- Tribunais e san��es -
Em 25 de agosto de 2018, dezenas de milhares de refugiados rohingyas organizam protestos para marcar o primeiro anivers�rio de seu �xodo.
Investigadores da ONU pedem que o comandante do ex�rcito de Mianmar e cinco altos oficiais militares sejam processados por genoc�dio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Em novembro, uma tentativa de repatriar 2.260 rohingyas fracassa, pois eles se recusam a sair sem garantias de seguran�a.
- Rep�rteres detidos -
Em 3 de setembro, dois jornalistas da ag�ncia Reuters s�o condenados a sete anos de pris�o, acusados de violar a lei birmanesa de segredos de Estado depois que informaram um massacre de rohingyas.
Eles passaram mais de 500 dias detidos, antes da liberta��o gra�as a um indulto presidencial.
- San��es dos EUA -
Em 16 de julho de 2019, Washington anuncia san��es contra o comandante do ex�rcito de Mianmar e tr�s outros oficiais militares de alto escal�o.
Cerca de 3.500 refugiados rohingyas s�o autorizados a voltar para casa, mas nenhum aparece para fazer a viagem em 22 de agosto.
- Aumentam os desafios legais -
Em 11 de novembro, G�mbia apresenta uma a��o na Corte Internacional de Justi�a (CIJ) acusando Mianmar de genoc�dio pelo tratamento dado aos rohingyas.
Tr�s dias depois, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, autoriza uma investiga��o completa sobre a persegui��o dos rohingyas.
Na mesma semana, um terceiro caso � aberto na Argentina sob o princ�pio da jurisdi��o universal.
- Suu Kyi no tribunal -
Em 10 de dezembro, G�mbia exp�e seu caso � CIJ com Suu Kyi liderando pessoalmente a defesa de Mianmar. Ela refuta as acusa��es de genoc�dio, negando as alega��es "enganosas e incompletas" e insistindo que Mianmar enfrenta um "conflito armado interno".
Ela admite que os militares podem ter usado for�a excessiva.
- Senten�a do tribunal -
Em sua senten�a de 23 de janeiro de 2020, a CIJ ordena que Mianmar adote medidas urgentes para prevenir o suposto genoc�dio e apresente informa��es dentro de quatro meses.
- Sem jurisdi��o -
Os militares d�o um golpe de Estado em 1� de fevereiro de 2021 e iniciam uma repress�o violenta.
Suu Kyi � detida, permanece em pris�o domiciliar e mais tarde � condenada a 17 anos de pris�o.
- EUA considera que h� genoc�dio -
O governo dos Estados Unidos declara oficialmente em 21 de mar�o de 2022 que os rohingyas foram v�timas de genoc�dio em 2017.
A CIJ determina em 22 de julho que o processo iniciado por G�mbia pode seguir adiante.
- Assassinatos nos campos -
Em 10 de agosto, dois l�deres da comunidade rohingya s�o assassinados em um campo de refugiados, o mais recente de uma s�rie de homic�dios nestes locais.
Fontes rohingyas responsabilizam o ARSA, acusado de introduzir narc�ticos, matar oponentes pol�ticos e instaurar um clima de medo nos campos.
YANGON