Francisco pede ao mundo que evite um desastre nuclear na Ucr�nia

O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (24), ao mundo que "evite o risco de um desastre nuclear" na Ucr�nia e reiterou que a "guerra � uma loucura" ap�s seis meses do in�cio da invas�o russa a esse pa�s.

"Renovo meu convite a implorar a paz do Senhor para o querido povo ucraniano, que h� seis meses sofre o horror da guerra", disse Francisco durante a tradicional audi�ncia geral das quartas-feiras no Vaticano.

Em sua mensagem, pediu "que sejam tomadas medidas concretas para acabar com a guerra e evitar o risco de um desastre nuclear em Zaporizhzhia", insistiu.

"Penso em tanta crueldade, em tantas pessoas inocentes que est�o pagando pela loucura, pela loucura de todos os lados, porque a guerra � uma loucura", afirmou.

V�rios pa�ses expressaram seus temores sobre a possibilidade de um desastre na maior usina nuclear da Europa, ocupada desde o in�cio de mar�o pelo ex�rcito russo e alvo de bombardeios recorrentes.

Em um discurso em Rimini (norte), o primeiro-ministro italiano Mario Draghi lamentou "o bombardeio na v�spera com m�sseis russos na �rea ao redor da usina" e se uniu ao pedido do papa para que se evite uma cat�strofe nuclear.

"Penso na pobre menina a quem explodiu uma bomba debaixo do banco de um carro em Moscou. Os inocentes pagam pela guerra, os inocentes!", lamentou o papa, referindo-se � morte de Daria Dugina, jornalista e cientista pol�tica de 29 anos, filha do considerado ide�logo do presidente russo Vladimir Putin, Aleksandr Dugin.

Essa frase provocou uma rea��o sem precedentes do embaixador ucraniano na Santa S�, Andri� Yurach, que descreveu o discurso do papa como "decepcionante" no Twitter.

"Como � poss�vel mencionar um dos ide�logos do imperialismo russo como se fosse uma v�tima inocente?", escreveu.

"O agressor e a v�tima, o estuprador e o estuprado n�o podem ser colocados na mesma categoria", ressaltou.

O papa tamb�m chamou a aten��o para os dramas deixados pela guerra e mais uma vez condenou aqueles que vendem armas.

"Penso nas crian�as. Tantos mortos e tantos refugiados. Tantos feridos. Tantas crian�as ucranianas e russas ficaram �rf�s. Os �rf�os n�o t�m nacionalidade: perderam um pai ou uma m�e", disse ele.

"Aqueles que lucram com a guerra (...) s�o criminosos que assassinam a humanidade", sublinhou o papa, que em v�rias ocasi�es condenou a chamada "terceira guerra mundial em peda�os" ao se referir aos in�meros conflitos e em particular � S�ria e ao I�men.