"Os dois reatores em funcionamento da central foram desconectados da rede. Em consequ�ncia, as a��es do invasor causaram a desconex�o total [da central de Zaporizhzhia] da rede el�trica, pela primeira vez em sua hist�ria", assinalou a operadora Enerhoatom.
A Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA) assinalou que havia sido "informada pela Ucr�nia" sobre a perda de conex�o com a rede nacional, mas indicou que a usina "permanece conectada" atrav�s da "central t�rmica vizinha, que pode fornecer eletricidade de emerg�ncia".
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, aproveitou o incidente para insistir na urg�ncia de enviar uma miss�o para inspecionar a central: "N�o podemos perder mais tempo".
As autoridades ucranianas acreditam que Moscou se apoderou da usina nuclear para desviar energia para a pen�nsula da Crimeia, anexada pela R�ssia em 2014.
Os Estados Unidos, por sua vez, condenaram nesta quinta qualquer tentativa russa deste tipo. O presidente Joe Biden exigiu que Moscou devolva o controle da central a Kiev.
"A eletricidade que [essa central] produz pertence legitimamente � Ucr�nia e qualquer tentativa de desconectar a usina da rede el�trica ucraniana para direcion�-la para �reas ocupadas [pela R�ssia] � inaceit�vel", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel.
A R�ssia ocupa o complexo desde o in�cio de mar�o, poucos dias depois de iniciar a invas�o da Ucr�nia, uma guerra que j� deixou milhares de mortos e milh�es de deslocados.
Nas �ltimas semanas, Moscou e Kiev se acusaram mutuamente de bombardear a central, que conta com seis reatores e uma capacidade total de 6.000 megawatts.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou nesta quinta-feira � noite sobre o perigo das a��es russas na central. "A R�ssia colocou os ucranianos e todos os europeus a um passo do desastre nuclear".
- Bombardeio de um trem -
Ontem, o bombardeio russo de um trem na esta��o de Chaplino (centro) matou 25 civis, segundo o �ltimo balan�o oficial ucraniano.
A R�ssia, por outro lado, afirmou que havia atacado "um trem militar" e eliminado "mais de 200 militares da reserva das For�as Armadas ucranianas".
O ataque coincidiu com o 31� anivers�rio da independ�ncia da Ucr�nia, uma ex-rep�blica sovi�tica.
Na segunda-feira, a Ucr�nia reconheceu a morte de cerca de 9.000 soldados desde o in�cio do conflito, um balan�o que, na realidade, poderia ser muito superior, segundo os observadores.
Do lado russo, cerca de 80.000 militares teriam morrido ou ficado feridos, de acordo com as estimativas feitas no in�cio de agosto por um funcion�rio do Departamento de Defesa americano.
O presidente russo Vladimir Putin firmou um decreto nesta quinta-feira para aumentar em 10% o n�mero de integrantes das For�as Armadas. Assim, a partir de janeiro, o ex�rcito russo dever� ter 2 milh�es de integrantes, incluindo 1,15 milh�o de soldados.
- Bombas de fragmenta��o -
Desde a retirada das for�as russas dos arredores de Kiev no fim de mar�o, a maioria dos combates se concentra no leste, onde Moscou vem ganhando terreno, e no sul, onde as tropas ucranianas afirmam ter lan�ado v�rias contraofensivas.
A R�ssia tamb�m realiza bombardeios em outras regi�es com m�sseis de longo alcance. Contudo, Kiev e as �reas pr�ximas da capital n�o costumam ser atingidas.
A rede Coaliz�o contra as Bombas de Fragmenta��o (CMC, na sigla em ingl�s) denunciou nesta quinta, em seu relat�rio anual, que Moscou utilizou de forma maci�a bombas de fragmenta��o na Ucr�nia, causando centenas de v�timas civis e danificando resid�ncias, escolas e hospitais.
Por sua vez, a titular do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (Acnudh), Michelle Bachelet, exortou Putin a interromper "o ataque armado contra a Ucr�nia" e pediu a desmilitariza��o da central de Zaporizhzhia.
KIEV