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Estado de Minas TEER�

Tapetes persas se reinventam para sobreviver aos novos gostos


29/08/2022 08:38

Cores mais claras, figuras geom�tricas modernas, dimens�es menores, pre�os mais baratos... Os tapetes persas est�o trocando de pele para se adaptar a um mercado em plena transforma��o e onde a concorr�ncia da China, �ndia ou Turquia se tornou acirrada.

Ap�s um hiato de dois anos devido � pandemia, Teer� voltou a realizar sua exposi��o anual de tapetes, com 400 expositores de todo o pa�s.

Ahad Azimzadeh, que se apresenta como "o maior exportador de tapetes persas do mundo", nota uma transforma��o fundamental desta arte milenar.

"Est� ocorrendo uma revolu��o", diz o homem de 65 anos.

"Claro que os tapetes tradicionais t�m a sua clientela", com os seus motivos florais e grandes dimens�es, "mas o futuro pertence �s modernas tape�arias feitas � m�o", diz perante um exemplar de 3 m2 em que est�o representadas 102 personalidades como Charlie Chaplin, Stalin ou Einstein.

A pe�a levou cinco anos para ser feita e � vendida por cerca de US$ 90.000. Para efeito de compara��o, um tapete de 2.000 m2 feito em Tabriz � vendido por US$ 120 milh�es, e um tapete de seda Kashan de 170 anos � vendido por US$ 160.000.

"Os motivos cl�ssicos do tapete persa t�m mil�nios, mas hoje h� uma forte demanda por formas contempor�neas, mais apropriadas para casas modernas", aponta.

"A nova gera��o quer cores mais claras e tamanhos menores."

- "Mudan�a de mentalidade" -

Os tapetes persas continuam altamente valorizados, mas as vendas ca�ram nos �ltimos 30 anos, em parte devido � concorr�ncia da �ndia e da China.

"Em 1994, as vendas de tapetes iranianos no exterior somaram 1,7 bilh�o de d�lares e representaram 40% de nossas exporta��es n�o petrol�feras", disse � AFP Ahmad Karimi Esfahani, chefe do sindicato dos fabricantes e exportadores de tapetes iranianos.

Em 2021-2022, as vendas no exterior foram limitadas a US$ 64 milh�es, de acordo com o National Carpet Center do Ir�.

Karimi explica que as san��es ocidentais relacionadas ao programa nuclear iraniano "certamente" tiveram influ�ncia. Embora a queda "se explique sobretudo pela grande diversidade de tapetes no mercado, e pela mudan�a de mentalidade e gosto das novas gera��es".

"As pessoas hoje veem o tapete como um bem de consumo que � colocado na porta, enquanto antes era um investimento. O tapete representava capital para o futuro. J� perdeu o status de objeto de arte", lamenta.

Abas Arsin representa a terceira gera��o de empres�rios, tendo criado o que chama de "tapete de transi��o" h� 25 anos. Seu conceito consiste em reduzir as cores brilhantes tradicionais, esfregando-as e expondo-as ao sol.

"Quando comecei com essa t�cnica, meu pai e meu irm�o mais velho n�o entendiam o que eu estava fazendo".

Segundo ele, �ndia, Paquist�o, Turquia e China ultrapassaram o Ir� no mercado internacional de tapetes porque "n�s iranianos temos tido menos rela��es com o resto do mundo e n�o vimos as mudan�as chegando".

Uma "revolu��o", a dos tapetes, que, no entanto, est� longe de ter um apoio un�nime.

"� uma moda e, como tal, vai desaparecer", diz Hamid Sayahfar, um empres�rio de 54 anos que vive entre Teer� e Toronto.

Segundo ele, os tapetes modernos "talvez sejam bons para decorar escrit�rios, mas n�o uma casa".


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