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Estado de Minas ATENTADO

O que se sabe sobre o ataque armado contra Cristina Kirchner

Suspeito de ter apertado gatilho de arma, que n�o disparou, contra vice-presidente da Argentina foi identificado pelas autoridades do pa�s como o brasileiro Fernando Sabag Montiel, de 35 anos.


02/09/2022 07:04 - atualizado 02/09/2022 08:16

Um brasileiro identificado como Fernando Andr�s Sabag Montiel �, segundo a pol�cia da Argentina, o suspeito de ter apontado uma arma e apertado o gatilho contra a vice-presidente Cristina Kirchner na noite desta quinta-feira (1/9) em Buenos Aires.

Imagens veiculadas por canais de televis�o do pa�s mostram o momento em que uma pistola � apontada para o rosto de Kirchner e, apesar de o gatilho ser puxado, o disparo falha. Segundo a pol�cia, a arma teria ficado a cent�metros de dist�ncia da ex-presidente da Argentina.

Montiel, de 35 anos, portava uma pistola Bersa 380, calibre 32 — de fabrica��o argentina — carregada com cinco balas, segundo informa��es da Pol�cia Federal � imprensa.

A a��o do homem, que usava uma touca preta e uma m�scara facial, chamou a aten��o dos apoiadores da ex-presidente que o agarraram, no meio da multid�o, conforme mostram as imagens das emissoras locais.

Na hora de apertar o gatilho contra Cristina, ele tira a m�scara, deixando o rosto vis�vel, como mostram imagens da televis�o.

No momento em que foi flagrado, ele tentou fugir, mas foi agarrado pela camiseta, no meio da multid�o reunida pr�ximo ao pr�dio onde a ex-presidente mora no bairro da Recoleta.

O homem foi preso e levado para uma delegacia na cidade de Buenos Aires, onde no fim da noite de quinta-feira continuava detido. A expectativa � que ele preste declara��o nesta sexta-feira.


Kirchner gesticula enquanto fala no microfone, em evento à noite
(foto: Reuters)


Leia: Quem � o brasileiro que tentou atirar em Cristina Kirchner

De acordo com fontes policiais, ele j� teria sido preso pela Pol�cia da Cidade em mar�o de 2021 quando portava uma faca.

Montiel teria chegado � Argentina ainda crian�a, em 1996. De acordo com informa��es da pol�cia, a partir das redes sociais de Montiel, ele possui tatuagens com s�mbolos nazistas. Nas suas redes sociais, ele se identificava como Fernando 'Salim' Montiel e era seguidor de grupos como 'comunismo sat�nico', entre outros 'ligados ao radicalismo e ao �dio', como definiu o portal do jornal La Naci�n, de Buenos Aires.

As fotos de Montiel est�o em destaque nos portais de not�cias e nas emissoras de televis�o da Argentina, que recordam ainda uma apari��o recente feita por ele em uma reportagem realizada pela Cr�nica TV nas ruas de Buenos Aires. Ele aparece opinando que os planos sociais n�o ajudam.

"O que ajuda � sair para trabalhar", diz diante da c�mera.

Presidente do Senado, Cristina Kirchner tinha sa�do do Congresso para casa, quando o fato ocorreu pouco depois das nove da noite.

Ap�s o atentado, como vem sendo definido por pol�ticos e analistas argentinos, especialistas questionaram o esquema de seguran�a da vice-presidente. Eles apontaram para a "vulnerabilidade" que teria permitido que o brasileiro chegasse perto do seu rosto.


Foto noturna mostra policiais atrás de faixa de isolamento na rua
Local do atentado em Buenos Aires foi isolado (foto: Reuters)

Cristina Kirchner costuma se pronunciar atrav�s de suas redes sociais e de discursos p�blicos. At� a manh� desta sexta-feira (2/9), ela ainda n�o tinha se manifestado publicamente sobre o atentado que sofreu.

Ap�s o caso, o policiamento foi refor�ado nos arredores de onde Cristina mora.

'Imensa' gravidade

O presidente Alberto Fern�ndez realizou um pronunciamento em rede nacional pouco tempo ap�s o ataque. Para ele, � o fato "mais grave" desde o retorno da democracia no pa�s, em 1983.

Na suas declara��es, Fern�ndez disse que a vice-presidente "est� com vida porque, por alguma raz�o, a arma n�o disparou".

O presidente definiu o caso como de "imensa gravidade".

"Esse fato � de imensa gravidade. A arma tinha cinco balas, mas n�o disparou. Esse atentado merece o total rep�dio de todos. A viol�ncia n�o pode amea�ar a democracia", afirmou.

"Podemos discordar, podemos ter profundas diverg�ncias, mas em uma sociedade democr�tica os discursos que incitam o �dio n�o t�m lugar porque causam viol�ncia, e a viol�ncia n�o pode conviver com a democracia."

O presidente tamb�m anunciou que decidiu "declarar feriado nacional nesta de sexta-feira para que, em paz e harmonia, o povo argentino possa se manifestar em defesa da vida, da democracia e em solidariedade � nossa vice-presidente".

O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri, opositor de Kirchner, escreveu no Twitter:

"Meu rep�dio absoluto ao ataque sofrido por Cristina Kirchner, que felizmente n�o teve consequ�ncias para a vice-presidente. Este grav�ssimo fato exige um imediato e profundo esclarecimento por parte da Justi�a e das for�as de seguran�a."

Deputados e senadores da base governista, reunidos na coaliz�o Frente para a Vit�ria (FPV), se manifestaram no Congresso Nacional contra o ataque.

"N�o a mataram porque Deus � grande", disse o senador governista Jos� Mayans.

"Pedimos investiga��o, esclarecimento", disse o deputado governista Sergio Palacio.

Pol�ticos da oposi��o tamb�m declararam respaldo � vice-presidente. Mas o decreto de Fern�ndez instituindo feriado nacional, nesta sexta-feira, gerou cr�ticas de setores opositores. O peronista Miguel �ngel Pichetto, atualmente ligado ao ex-presidente Macri, esteve entre os que criticaram o discurso do presidente em cadeia nacional e a decreta��o de feriado.

"O presidente n�o entendeu nada. A oposi��o deu sua solidariedade � vice-presidente. Mas ele culpou a oposi��o, a Justi�a e os ve�culos de comunica��o. E feriado nacional, para que?", escreveu Pichetto em suas redes sociais.

A BBC News Brasil pediu ao Itamaraty um posicionamento do governo brasileiro sobre o epis�dio na Argentina, mas ainda n�o recebeu resposta.

Nos �ltimos dias, o pr�dio onde a ex-presidente mora tem sido ponto de encontro de seus apoiadores que contestam o pedido do Minist�rio P�blico para que ela seja condenada a 12 anos de pris�o por supostos casos de corrup��o durante seu mandato.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62762349

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