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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Bolsonaro re�ne multid�es em atos pol�micos pelo bicenten�rio da Independ�ncia


08/09/2022 00:05

O presidente Jair Bolsonaro (PL) mobilizou nesta quarta-feira (7) centenas de milhares de apoiadores e assegurou que a esquerda n�o vai voltar ao poder durante as comemora��es pelo bicenten�rio da Independ�ncia, que a oposi��o o acusou de usar com fins eleitorais.

"N�o sou muito bem educado, falo palavr�es, mas n�o sou ladr�o", disse, em alus�o a seu principal advers�rio, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) , que foi preso no �mbito da opera��o Lava Jato.

Bolsonaro discursou para dezenas de milhares de apoiadores que lotaram a orla de Copacabana, horas depois de um pronunciamento similar em Bras�lia, onde tamb�m foi aplaudido por uma multid�o reunida para assistir ao desfile c�vico-militar do 7 de Setembro.

O presidente disse que o Brasil trava uma "luta do bem contra o mal" e que a esquerda "n�o vai voltar � cena do crime", referindo-se aos esc�ndalos de corrup��o que sacudiram os governos de Lula e Dilma Rousseff entre 2003 e 2016.

"Esse tipo de gente tem que ser extirpada da vida p�blica", acrescentou, criticando tamb�m os governos de esquerda de Argentina, Nicar�gua e Venezuela.

Bolsonaro usou a grande aflu�ncia dos atos em Bras�lia, Rio e S�o Paulo para atacar as pesquisas de inten��o de voto, que o colocam em desvantagem para o primeiro turno das elei��es em 2 de outubro.

"Aqui n�o tem a mentirosa Datafolha, aqui � o nosso 'Datapovo'", disse, em alus�o ao instituto de pesquisas que lhe atribui 32% das inten��es de voto contra 45% para Lula.

Essa ideia ecoou no p�blico.

"Aqui d� para ver quanta gente o est� apoiando. Acredito em sua vit�ria, se � que n�o vai haver fraude", disse � AFP Luiz Garc�a, instrutor de tiro de 34 anos.

Em um tom menos belicoso do que no 7 de setembro do ano passado, quando assegurou que "apenas Deus" o tiraria do poder, Bolsonaro chegou a brincar e recomendou aos solteiros que procurassem uma "princesa". Em seguida, beijou a primeira-dama, Michelle, e vangloriou-se de sua virilidade, sendo festejado por seus apoiadores.

- Uso eleitoral -

Tradicionalmente, a parada militar do Rio acontecia na Av. Presidente Vargas, no centro da cidade, mas o presidente insistiu em que este ano os militares marchariam no local que costuma concentrar manifesta��es bolsonaristas, o que ajudou a misturar a festa nacional com uma manifesta��o pol�tica em seu apoio.

Antes do evento militar em Copacabana, Bolsonaro participou de uma motociata por bairros da zona sul.

"Bolsonaro claramente usou uma data simb�lica e muito importante para a Hist�ria do Brasil, os 200 anos da Independ�ncia, de uma forma eleitoral", disse � AFP Adriano Laureno, analista pol�tico da consultoria Prospectiva.

Longe de tentar agradar os eleitores de centro ou indecisos, analistas coincidem em que dirigiu seu discurso para seus seguidores mais fi�is, muitos dos quais defenderam lemas golpistas, pedindo interven��o das For�as Armadas e o fechamento do Supremo Tribunal Federal, ao qual acusam de "ativismo judicial" contra Bolsonaro.

O presidente "n�o fez ataques t�o pesados e diretos �s institui��es, �s urnas eletr�nicas, nem a ministros do STF [como ocorreu em 2021]. Agora, ele estava presente e dando seu aval a uma manifesta��o na qual esse era o principal tema", afirmou Laureno.

"Bolsonaro lida muito com esse dualismo entre autorizar a base dele a fazer ataques mais pesados, enquanto ele pr�prio adota um tom mais moderado para n�o ser t�o criticado", avaliou Laureno.

Suely Ferreira, de 64 anos, uma das participantes do ato, pedia interven��o militar. "O que est� estragando esse pa�s � a ditadura dos nossos togados, da nossa Corte, uma Corte totalmente omissa para o povo", disse � AFP.

O STF abriu v�rias investiga��es contra Bolsonaro, especialmente por divulga��o de not�cias falsas, transformando a Suprema Corte em um dos alvos habituais do presidente e de seus seguidores mais fervorosos.

Para o cientista pol�tico Maur�cio Santoro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), os atos desta quarta-feira "mostram que Bolsonaro mant�m grande capacidade de mobiliza��o entre seus apoiadores mais fieis, e que esse pode ser o n�cleo a partir do qual o presidente seria capaz de contestar o resultado das elei��es".

- Apropria��o -

A oposi��o acusou o presidente de se apropriar do 7 de Setembro com fins eleitoreiros.

"200 anos de independ�ncia hoje. 7 de setembro deveria ser um dia de amor e uni�o pelo Brasil. Infelizmente, n�o � o que acontece hoje. Tenho f� que o Brasil ir� reconquistar sua bandeira, soberania e democracia", tuitou Lula.

Assim como outros opositores, a coliga��o que apoia Lula anunciou que vai apresentar uma a��o contra Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos atos de 7 de Setembro.


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