De Balmoral a Edimburgo, escoceses acompanham silenciosamente a �ltima viagem de Elizabeth II

"O fim de uma era". Milhares de escoceses prestaram uma �ltima homenagem silenciosa a Elizabeth II neste domingo(11), em uma viagem de seis horas de seu caix�o pelo interior da Esc�cia, t�o amada pela soberana.

O cortejo partiu do sal�o de baile do Castelo de Balmoral, onde a rainha morreu na quinta-feira aos 96 anos.

A prociss�o de sete carros passou pelos port�es da resid�ncia de ver�o pouco depois das 10h locais (6h em Bras�lia), contornando uma montanha de flores depositadas no local desde o an�ncio de sua morte, ap�s 70 anos e sete meses no trono.

O que come�ou como alguns moradores de luto, que foram prestar sua devo��o em Balmoral nas primeiras horas ap�s sua morte, se transformou em uma multid�o no fim de semana.

"Ela � a �nica rainha que eu conhe�o", explica Nia-Gray-Wannel, moradora da vizinha Ballater. "Ela n�o era necessariamente nossa rainha, mas � como a rainha de todos, em todo o mundo", complementa Marina Hermant, uma turista francesa.

Nos port�es de Balmoral, se amontoavam centenas de buqu�s de rosas, l�rios, girass�is, entre outras variedades, al�m de cart�es, presentes e faixas. "Obrigado por ser voc�", dizia uma mensagem.

Perto da cerca de ferro, havia um urso Paddington de pel�cia. Este personagem muito amado dos livros infantis brit�nicos compartilhou uma x�cara de ch� com a rainha como parte das celebra��es televisionadas de seu Jubileu de Platina em junho.

- "Conex�o com a hist�ria" -

Em sil�ncio mortal, o povo de Ballater, alguns em trajes tradicionais escoceses, foram os primeiros a testemunhar o cortejo f�nebre, dando a not�cia que muitos brit�nicos esperavam nunca ver se tornar realidade.

Algumas pessoas jogam flores diante do carro funer�rio preto que carrega o caix�o, envolto com a bandeira real da Esc�cia e uma coroa de urze branca e d�lias, enquanto o ve�culo passa por um campo escoc�s ensolarado e verde.

Cidades e vilas se sucederam em sua jornada de cerca de 300 quil�metros at� a capital escocesa. Em Banchory, os habitantes quebraram o sil�ncio com aplausos. Em outros pontos, fileiras de tratores ou cavaleiros prestaram homenagens.

Depois de passar por Aberdeen e Dundee, o carro funer�rio segue para Edimburgo, onde milhares de pessoas aplaudem sua passagem antes de entrar no Pal�cio de Holyroodhouse, resid�ncia oficial dos reis na Esc�cia.

"� uma verdadeira sensa��o de conex�o com a hist�ria. Somos um dos poucos pa�ses que restam com essa sensa��o de pompa e conex�o com o passado", disse Rob Parsons, 28, que viajou de York com sua namorada Lucy Hampshire.

Para ele, v�-la "� uma forma de aceitar o fato de que � o fim de uma era". "Ela esteve constantemente nas nossas vidas, no dinheiro, nos selos, em todo o lado (...) No Natal, a gente sempre d� um jeito de ouvir o discurso da rainha", acrescenta a namorada.

Amber Couse, uma americana de f�rias com seu marido William e seu beb� Olivier, expressa sua felicidade por poder vivenciar este momento. O marido comemora que "n�o houve vaias": "A seriedade com que esta na��o leva sua fam�lia real � encantadora".

Entre as poucas notas discordantes nesta regi�o lideradas por um governo pr�-independ�ncia, uma mulher foi presa porque carregava uma faixa com o slogan: "� preciso abolir a monarquia".

Horas antes, um grupo de ucranianos que fugiu da guerra tamb�m foi a rua para colocar flores e "agradecer profundamente ao Reino Unido, � rainha e a toda a sua fam�lia" por seu "apoio" � Ucr�nia, explica Viktoriia Sayenko, 29, natural de Kharkiv.

Oito carregadores militares, seguidos pela filha da rainha, a princesa Anne, levaram o caix�o para a sala do trono do pal�cio, onde ser� vigiado pela Companhia Real de Arqueiros, guarda-costas dos monarcas da Esc�cia.

Permanecer� l� at� sua transfer�ncia na segunda-feira em prociss�o para a vizinha Catedral de Saint Giles. Na ter�a-feira, o caix�o voar� para Londres, onde o funeral de Estado acontecer� em 19 de setembro.