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Estado de Minas CONDENADO � MORTE

O que se sabe sobre a poss�vel execu��o de jogador iraniano que vem gerando onda de protestos nas redes

Com apoio de personalidades, atletas e celebridades, campanhas de m�dia social dentro e fora do Ir� expressaram apoio a Nasr-Azadani e temem que sua "execu��o seja iminente".


20/12/2022 10:49 - atualizado 20/12/2022 12:41


Amir Nasr Azadani
Jogador Amir Nasr Azadani pode ser condenado � morte no Ir� acusado pelo assassinato de um oficial millitar (foto: FIFPRO)

O jogador de futebol profissional iraniano Amir Nasr-Azadani, 26, pode ser condenado � morte depois de participar de protestos pelos direitos das mulheres em seu pa�s.

Ele � formalmente acusado de ser membro de um grupo armado respons�vel pelo assassinato de tr�s agentes de seguran�a em 16 de novembro na cidade de Isfahan, na regi�o central do Ir�, segundo o servi�o persa da BBC.

Autoridades daquele pa�s afirmaram que ele confessou o crime e que possuem grava��es de c�meras de seguran�a e outras provas contra ele e seus co-r�us, que totalizam nove pessoas.

O governo iraniano tamb�m disse que um veredicto contra o atleta ainda n�o foi emitido. Segundo o c�digo penal do Ir�, sua senten�a pode levar � pena de morte se for provado que Nasr-Azadani usou uma arma de fogo.

A Justi�a iraniana afirmou que continuar� a "atuar de forma decisiva, sem prestar aten��o ao hype da m�dia".

Isso ocorre ap�s campanhas de m�dia social dentro e fora do Ir�, expressando apoio a Nasr-Azadani e temendo que sua "execu��o seja iminente".

A cantora colombiana Shakira foi uma das pessoas que aproveitou a final da Copa do Mundo no �ltimo domingo (18/12) para chamar a aten��o para a pris�o de Nasr-Azadani.

"Hoje, na final da Copa do Mundo, s� espero que os jogadores em campo e o mundo inteiro se lembrem de que existe um homem e companheiro de futebol chamado Amir Nasr, condenado � morte apenas por defender os direitos das mulheres", escreveu a artista em sua conta pessoal no Twitter.

O post de Shakira se junta ao de in�meras personalidades, atletas e celebridades de todo o mundo que pedem h� dias que sua poss�vel execu��o seja anulada.

"Vamos ficar de bra�os cruzados e olhar para o outro lado? Basta. STOP", escreveu o jogador de futebol espanhol Marc Bartra tamb�m no Twitter.

"Isso � inaceit�vel. Todos com Amir Nasr-Azadani", acrescentou o jogador de futebol colombiano Radamel Falcao por sua vez.

Enquanto isso, o sindicato global de jogadores de futebol profissional (FIFPRO) escreveu que estava "chocado e enojado com a not�cia de que o jogador de futebol profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execu��o no Ir� depois de fazer campanha pelos direitos das mulheres e liberdades fundamentais em seu pa�s".

"Prestamos solidariedade a Amir e pedimos que sua puni��o seja anulada imediatamente."

FIFPRO is shocked and sickened by reports that professional footballer Amir Nasr-Azadani faces execution in Iran after campaigning for women’s rights and basic freedom in his country.

We stand in solidarity with Amir and call for the immediate removal of his punishment. pic.twitter.com/vPuylCS2ph

— FIFPRO (@FIFPRO) December 12, 2022

Quem � Amir Nasr-Azadani?

Nasr-Azadani nasceu em fevereiro de 1996 em Isfahan, no centro do Ir�.

Ele come�ou sua carreira no futebol no time Sepahan Sport Club de Isfahan, que joga na Iran Pro League, atualmente conhecida como Liga Pro do Golfo P�rsico, a categoria mais alta do futebol profissional no Ir�.

Em 2014, ele ingressou na equipe do Tehran Rah-Ahan, um dos clubes mais antigos do Ir� e que atualmente joga na Liga Azadegan, a segunda mais importante do pa�s.


Aiatolá Khamenei
Autoridades iranianas de primeiro escal�o, come�ando pelo l�der supremo, aiatol� Ali Khamenei, afirmam que protestos s�o instigados do exterior (foto: Reuters)

Um ano depois, foi contratado pelo Tractor Sports Club, da cidade de Tabriz, no noroeste do Ir�, onde ficou at� 2019.

Mais tarde, passou a fazer parte da equipe Gol Reyhan Alborz.

Pris�o de Azadani

Amir Nasr-Azadani enfrenta uma poss�vel senten�a de execu��o assim que seu julgamento for conclu�do.

O sistema judicial da Rep�blica Isl�mica pode enforc�-lo por um delito chamado "moharebeh".

Em 17 de novembro de 2022, a morte do coronel Esmaeil Cheraghi veio � tona durante protestos em todo o pa�s.

Tr�s dias depois, em 20 de novembro, a emissora estatal IRIB transmitiu um v�deo contendo as confiss�es for�adas de tr�s pessoas que afirmaram ter participado do assassinato de Cheraghi.

Ap�s o v�deo, as autoridades divulgaram posteriormente o nome do jogador iraniano Amir Nasr-Azadani como um dos suspeitos, junto com Saleh Mirhashmi e Saeed Yaghoubi.

Fontes locais afirmaram que Azadani havia participado dos protestos, mas que seu envolvimento no assassinato do oficial militar era uma mentira porque ele n�o estava na �rea onde o homem foi morto.


Protestos nas ruas do Irã
Manifesta��es se espalharam por 161 cidades em todas as 31 prov�ncias do pa�s e s�o consideradas um dos mais s�rios desafios contra a Rep�blica Isl�mica desde a revolu��o de 1979 (foto: Reuters)

"�dio Contra Deus"

Nas �ltimas semanas, o Ir� j� levou a cabo duas execu��es ligadas a protestos antigovernamentais realizados em meses recentes em que cidad�os se rebelaram contra o regime do l�der supremo Ali Khamenei.

Os protestos contra o cl�rigo iraniano, liderados por mulheres, eclodiram ap�s a morte sob cust�dia de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos detida pela chamada pol�cia da moralidade em 13 de setembro por supostamente usar hijab (tipo de v�u isl�mico) inadequadamente.

As manifesta��es se espalharam por 161 cidades em todas as 31 prov�ncias do pa�s e s�o consideradas um dos mais s�rios desafios contra a Rep�blica Isl�mica desde a revolu��o de 1979.

Nesse contexto, a sele��o de futebol iraniana recentemente se recusou a cantar o hino nacional durante a partida de abertura da Copa do Mundo no Catar contra a Inglaterra.

Os l�deres do Ir� chamaram os protestos de "motins" instigados pelos inimigos estrangeiros do pa�s. No entanto, a esmagadora maioria das manifesta��es tem sido pac�fica.

Pelo menos 26 pessoas est�o atualmente "em grave risco de execu��o em conex�o com os protestos em todo o pa�s, depois que as autoridades iranianas executaram arbitrariamente duas pessoas ap�s julgamentos simulados grosseiramente injustos em uma tentativa de instilar medo entre o p�blico e acabar com os protestos", disse a ONG Anistia Internacional por meio de um comunicado.

Dessas 26 pessoas, pelo menos 11 est�o no corredor da morte e 15 s�o acusadas de crimes capitais e aguardam ou est�o sendo julgadas, acrescentou a entidade.

Quem foram os primeiros executados?

As autoridades enforcaram publicamente Majidreza Rahnavard, de 23 anos, na madrugada de segunda-feira, 12 de dezembro, na cidade de Mashhad, anunciou a Justi�a iraniana.

Um tribunal o condenou por "�dio contra Deus" ap�s consider�-lo culpado de esfaquear at� a morte dois membros da For�a de Resist�ncia Basij, uma for�a paramilitar.

Rahnavard foi executado apenas 23 dias ap�s sua pris�o "na presen�a de um grupo de cidad�os de Mashhadi".

Em um v�deo transmitido pela TV estatal em 19 de novembro, Rahnavard � visto com os olhos vendados e o bra�o esquerdo engessado ap�s sua pris�o.

No v�deo, ele diz que n�o negou ter atacado os membros do Basij, mas que n�o conseguia se lembrar dos detalhes porque n�o estava s�o.

A TV estatal tamb�m exibiu no dia 12 deste m�s o que descreveu como sua "confiss�o" subsequente perante o Tribunal Revolucion�rio.

As mais altas autoridades iranianas, come�ando pelo L�der Supremo iraniano, o aiatol� Ali Khamenei, garantiram que os protestos s�o instigados do exterior.

Ativistas apontam que a m�dia estatal costuma transmitir falsas confiss�es de detidos que foram for�ados a passar por tortura e outros tratamentos cru�is.

Enquanto isso, a primeira execu��o de um manifestante aconteceu em 8 de dezembro, desencadeando condena��o internacional.

Mohsen Shekari, de 23 anos, tamb�m foi condenado por "�dio contra Deus" ap�s ser considerado culpado de atacar um membro do Basij com um fac�o em Teer�.

A ag�ncia de not�cias Mizan disse anteriormente que ele havia sido acusado de esfaquear dois membros do Basij at� a morte em uma rua em Mashad em 17 de novembro.

O grupo Basij � uma for�a volunt�ria frequentemente destacada pelas autoridades iranianas para suprimir a dissid�ncia.

Organiza��es de direitos humanos alertaram que os manifestantes est�o sendo condenados � morte em tribunais ileg�timos sem o devido processo legal.

Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da organiza��o iraniana de direitos humanos com sede na Noruega, tuitou que a senten�a de Rahnavard foi baseada em "confiss�es for�adas, ap�s um julgamento extremamente injusto e espetacularizado".

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63966440


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