
"Ele � um cara mau", disse Comer em refer�ncia a Santos em um programa da CNN americana. "N�o cabe a mim ou a qualquer outro membro do Congresso determinar se ele pode ser expulso por mentir. Agora, se ele quebrou as leis de financiamento de campanha, ser� removido do Congresso", acrescentou.
Nas �ltimas semanas, foram reveladas v�rias inconsist�ncias na trajet�ria de Santos, de mentiras sobre seu curr�culo e declara��es financeiras incompletas ou inexatas a afirma��es falsas sobre a sua religi�o --ele, cat�lico, afirmou ser judeu e descendente de sobreviventes do Holocausto. O deputado � filho de brasileiros, e a s�rie de acusa��es sobre ele inclui at� mesmo um estelionato em Niter�i, onde teria furtado cheques para fazer compras.
A suposta viola��o de leis de financiamento de campanha, por sua vez, passa pela descoberta de que a campanha de Santos teria sido financiada por um fundo misterioso. Al�m disso, no �ltimo dia 9 um �rg�o de fiscaliza��o ligado ao governo americano protocolou uma a��o com acusa��es envolvendo as contas de campanha do republicano. O �rg�o aponta que Santos teria ocultado doadores e usado parte do dinheiro arrecadado para pagar o aluguel de sua resid�ncia.
A declara��o de Comer neste domingo refor�a a guinada contr�ria a Santos dentro de seu pr�prio partido. Na quinta (10), membros do Partido Republicano pediram nesta ele renuncie � vaga na C�mara. A a��o foi comandada por filiados da legenda pelo condado de Nassau, em Long Island, sub�rbio de Nova York que inclui o distrito pelo qual o pol�tico foi eleito.
� frente do grupo que pediu a sa�da de Santos, Joseph G. Cairo Jr. disse que o pol�tico perdeu a confian�a dos republicanos de seu distrito e que a campanha inteira foi baseada em mentiras. "Ele envergonhou a C�mara, e n�o o consideramos um de n�s", disse ele antes de exigir a ren�ncia imediata do congressista.
O rec�m-eleito presidente da C�mara, Kevin McCarthy, seguiu a mesma linha e disse na quarta que n�o permitir� que Santos participe de algum comit� importante na Casa. Ele vinha evitando se pronunciar sobre a controv�rsia --mesmo depois de ve�culos da imprensa americana reportarem que um dos integrantes da campanha de Santos fez de conta que trabalhava com McCarthy para angariar fundos junto a doadores.
Apesar da fritura, Santos j� disse v�rias vezes que n�o vai renunciar. Na quinta (12), ele afirmou que desocuparia sua cadeira na �rea da cidade de Nova York apenas se perdesse a pr�xima elei��o. Ele, ali�s, foi eleito no ano passado com cerca de 52% dos votos, contra 45% do democrata Robert Zimmerman. Sua vit�ria fez com que os republicanos abocanhassem uma �rea da cidade tradicionalmente democrata.
Segundo a legisla��o federal e de Nova York, se Santos renunciasse, seu distrito teria o direito de convocar um novo pleito. O assento do deputado permaneceria vazio por um per�odo de aproximadamente tr�s meses, tempo necess�rio para a realiza��o das elei��es extraordin�rias.
No s�bado (14), o jornal The Wall Street Journal publicou uma reportagem que diz que Santos teria convencido pelo menos uma pessoa a fazer um investimento de seis d�gitos em uma empresa com sede na Fl�rida que a Comiss�o de Valores Mobili�rios americana considerou ser um esquema de pir�mide financeira.
Santos, que vem enfrentando press�o de republicanos e democratas para renunciar ao Congresso, teria sido contratado em 2020 para angariar fundos para a empresa Harbour City Capital. Segundo informantes e documentos a que o jornal teve acesso, ele teria conseguido pelo menos uma soma significativa de um investidor rico.
Contudo, quando o investimento n�o trouxe o retorno prometido, Santos teria tentado tranquilizar o investidor dizendo que havia levantado pessoalmente quase US$ 100 milh�es e investido o dinheiro de sua pr�pria fam�lia na empresa.